ELLEN WHITE E O USO DE COSMÉTICOS.
Por Pr. Cid Gouveia e Pr. Ivanildo Coutinho
No início do século XIX a Igreja Metodista pregava bastante sobre o assunto de modéstia Cristã. As pregações do seu fundador, John Wesley, sobre o assunto foram inclusive publicadas nos periódicos adventistas. Ele entendia que a modéstia cristã (que englobava o uso de cosméticos) deveria ser praticada para não fomentar o orgulho, desperdiçar dinheiro entre outras razões. Esta reforma foi continuada por Phoebe Palmer. Os manuais metodistas da época diziam inclusive que “ninguém seja recebido na igreja até que tenha deixado de lado o uso de ouro e ornamentos superficiais” (BACCHIOCCHI, 2003, p. 96).
Como ex-metodista Ellen White compartilhava desta mesma visão e escreveu bastante sobre a modéstia cristã, incluindo os cosméticos. Então iremos analisar três categorias de citações suas sobre o assunto: as que ela fala especificamente de cosméticos; as que ela menciona o assunto indiretamente e por fim os que ela usa a palavra ornamento.
Primeiro as citações em que Ellen White fala especificamente de cosméticos. Nos seus escritos ela não fala muito sobre eles, geralmente ela os associa com jóias e os engloba na categoria de ornamentos ou coisas artificiais. Mas algumas vezes ela os menciona especificamente. Vamos ver os textos mais relevantes:
Muitos estão, sem o saber, prejudicando sua saúde e colocando sua vida em perigo pelo uso de cosméticos. Estão roubando de suas faces o rubor da saúde, e então para suprir a deficiência usam maquiagem. [grifo nosso]. Quando seu corpo se aquece durante a dança, o veneno é absorvido pelos poros da pele, sendo assim derramado na corrente sangüínea. Dessa maneira, muitas vidas têm sido sacrificadas (CENTRO, 2005).
O enfoque de Ellen White neste texto tem a ver com o efeito do cosmético sobre a saúde; no seu tempo eles eram prejudiciais à saúde devido a sua composição. Na composição dos cosméticos da época era usado a cerusa formada por carbonato de chumbo. Os cosméticos vermelhos eram formados de sulfetos de mercúrio sem contar a moda da época de Ellen White o “esmaltamento” que consistia em pintar a face com sais de chumbo para ficar mais pálida, conforme a moda da época. (Idem, Ibidem).
Porém mesmo nesta citação podemos ver uma orientação de caráter moral, quando ela fala que as mulheres usavam a maquiagem para lhe dar o rubor da saúde. Disfarçavam seu real estado de saúde pela maquiagem. Esta mesma idéia é repetida nestas passagens:
Ladies may resort to cosmetics to restore the tint of the complexion, but they cannot thus bring back the glow of healthful feelings to the heart. That which darkens and makes dingy the skin also clouds the spirits and destroys cheerfulness and peace of mind (SPIRIT, 1982, p. 1105).
A maioria dos amantes dos prazeres freqüentam as reuniões noturnas elegantes, e gastam em diversões excitantes as horas de repouso e o sono sossegado que Deus lhes concedeu para lhes revigorar o corpo. ... Roubam às faces o rubor da saúde, e depois, com o uso de cosméticos, suprem a deficiência. (WHITE, 1989, p. 143).
Em Düsseldorf fizemos baldeação, e tivemos que esperar duas horas na estação. Tivemos aí oportunidade de estudar a natureza humana. Entravam senhoras, tiravam o casaco e então se miravam de todos os lados, para ver se o vestido estava impecável. Então retocavam a maquiagem. Por muito tempo se demoravam em frente ao espelho, para dispor o vestido de modo que ficassem satisfeitas, a fim de terem o melhor aspecto aos olhos humanos. Pensei na lei de Deus, o grande espelho moral no qual se deve mirar o pecador para descobrir os defeitos de seu caráter. Se todos estudassem a lei de Deus - o padrão moral de caráter - tão diligente e criticamente como muitos fazem, com auxílio do espelho, em relação a sua aparência exterior, com o propósito de corrigir e reformar todo defeito do caráter, que transformações não se verificariam neles, "porque, se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era". Tia. 1:23 e 24. (WHITE, 1965, p. 295).
Podemos deduzir destes três textos dois motivos iniciais que levaram Ellen White a ver os cosméticos de forma negativa: prejuízo à saúde e artificialidade. Entenda-se artificialidade como o cosmético disfarçando a aparência da pessoa. A aparência, prejudicada pela intemperança ou por sentimentos negativos não pode ser corrigida pelo uso de cosméticos. Se em vez de se empenhar por aparência, houvesse um empenho de se mostrar bela aos olhos de Deus isto seria melhor.
Neste momento poderia se dizer que nas três últimas passagens citadas, Ellen White não está falando claramente contra os cosméticos; mas com relação ao seu uso. Porém, uma leitura atenta não deixará de notar o contexto negativo em que eles são mencionados. Lembremos que os cosméticos no tempo de Ellen White não eram amplamente usados; havia na sociedade vitoriana de sua época uma certa reserva quanto ao seu uso. Não havia necessidade de uma declaração mais específica sobre o assunto, tanto é que, no âmbito da modéstia cristã, os cosméticos não são sua principal preocupação. Ela fala mais dos vestidos e das jóias. Porém, se este assunto mereceu sua atenção, mesmo não sendo algo tão difundido, ela com certeza não via o cosmético como algo neutro.
Após vermos os textos que falam especificamente de cosméticos vamos analisar os textos que não usam esta palavra. De fato estes textos são maioria e pode-se questionar por que usá-los. A justificativa é simples: o uso de cosméticos não era um problema isolado para Ellen White. Ela os via como parte de um todo que englobava roupas e uso de jóias. Isso é percebido pela leitura dos seus textos nos quais ela usa diversas expressões englobando toda a aparência do cristão.
Se preservarem para si sã constituição e amável temperamento, possuirão uma verdadeira beleza que com a graça divina poderão usar. E nenhuma necessidade terão de se adornar com artifícios, pois esses sempre exprimem ausência do adorno interior, de verdadeiro valor moral. Um belo caráter tem valor à vista de Deus. Tal beleza atrairá, mas não desencaminhará. Tais encantos são cores firmes; [grifo nosso] nunca esmaecem. (WHITE, 1956, p. 184).
Queridos jovens sua disposição para vestir-se conforme a moda, usando para satisfazer a vaidade, rendas, ouro e coisas artificiais,[grifo nosso] não recomendará aos outros a religião nem a verdade que vocês professam. (WHITE, 2002, p. 376).
É interessante no primeiro texto citado que, ao falar das qualidades cristãs ela as compara como “cores permanentes”. As coisas artificiais que adornam não trazem estas “cores permanentes” que a beleza de caráter traz.
Que cores seriam essas? Uma interpretação provável é elas seriam um contraste com as cores provisórias da maquiagem que esvanecem, chamadas de “coisas artificiais”, com a beleza de uma aparência saudável e em comunhão com Deus. “O rubor da saúde” que ela menciona nos textos anteriores. Justificamos esta interpretação com dois argumentos: primeiro jóias e vestidos não se relacionam com cores; maquiagem sim. Segundo, esta interpretação estaria em harmonia com suas declarações sobre maquiagem em que ela a contrasta negativamente com o “rubor da saúde”.
Uma leitura desatenta do texto poderia dar a entender que estas “cores permanentes” se referem ao caráter e não a saúde; mas lembremos que ela menciona o “temperamento” e a “sã constituição”, entendo que essas cores firmes também se referem a uma aparência saudável.
O segundo texto é interessante. Ela engloba tudo o que diz respeito à aparência do cristão usando três palavras : rendas (representando as roupas); ouro (representando as jóias) e coisas artificiais. Como as outras coisas já foram mencionadas obviamente “coisas artificiais” incluem os cosméticos.
Pode-se questionar esta divisão; mas ela está de acordo com o teor geral dos escritos de Ellen White. Roupas e adornos para roupa, jóias e cosméticos são mencionados, separadamente, em seus escritos alguns com mais ênfase do que outros. Poderíamos ver como uma subdivisão natural dos aspectos da modéstia cristã.
Outros textos são os que ela usa a palavra ornamento. Nos seus escritos essa palavra se refere a muitas coisas podendo ora se aplicar a jóias, vestuário, cosméticos, enfeites domésticos ou a todo o conjunto. Algumas citações nos ajudarão a compreender essa idéia:
No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, [grifo nosso] daria para suprir as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento nem do vestuário confortável. (WHITE, 1996, p. 216).
Deus convida os jovens a renunciarem a ornamentos e artigos de vestuário [grifo nosso] desnecessários, mesmo quando quase nada custem, e a depositarem esta quantia na caixa de caridade. (Idem, p. 270).
A abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. Trajar-se com simplicidade, e abster-se de ostentação de jóias e ornamentos [grifo nosso] de toda espécie, está em harmonia com nossa fé. (WHITE, 1978, p. 269)
Nos textos acima que Ellen White faz um uso variado da palavra ornamento. Ora o ornamento complementa o sentido de jóias, ora o sentido de vestuário. Com certeza esta palavra representa os aspectos da vaidade cristã mencionados nos seus escritos, incluído o cosmético.
Parece que as vezes queremos separar estes aspectos da modéstia cristã. Se o nome maquiagem ou cosmético não é mencionado então ela não lhe dá importância. Mas isto não é necessariamente verdade; quando Ellen White fala de ornamentos e coisas artificiais ela fala de um todo.
Poderíamos citar como comparação a maneira como EGW se refere ao sábado. Não existe, no NT, uma ordem taxativa para se guardá-lo, porque ele era ponto pacífico, era universalmente aceito como dia de guarda. (Luc. 23:56). Não era o principal problema dos apóstolos e, por isso, é somente mencionado no NT sem uma declaração taxativa para guardá-lo. Mas ao se falar sobre os 10 mandamentos o sábado estava incluído. Tudo que se fala de um mandamento se aplica aos outros, pois eles são relacionados: fazem parte dos 10 mandamentos. “Mas se violamos a letra do quarto mandamento para nosso próprio benefício, do ponto de vista financeiro, tornamo-nos transgressores do sábado, e culpados de transgressão de todos os mandamentos; pois se pecamos em um ponto, somos culpados de todos.” (WHITE, 1984 , p. 174).
Também podemos aplicar isto em relação aos cosméticos. Os cosméticos estão incluídos no âmbito da vaidade cristã e não podem ser separados das jóias e roupas. As mesmas definições aplicadas a um desses três aspectos da vaidade cristã se aplica aos outros. Chamaremos de princípio da correlação: quando Ellen White entendia que as jóias eram ruins para o cristão, o cosmético também estava incluído.
Porém não devemos delimitar o uso que Ellen White faz da palavra ornamento. Esta palavra pode ter outros significados, inclusive o de jóias. Mas como vimos nos textos citados acima é inegável que Ellen White de a palavra um significado bem amplo pelo menos em alguns contextos.
A próxima citação é interessante: nos mostra que ela não é contra todo tipo de ornamento: “Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de ornamentos simples e apropriados” [grifo nosso] (Idem, p.672).
Ela estabelece que “ornamentos simples” podem ser usados. Chamaremos isto de princípio da simplicidade. Apesar de não descrever o que seja um ornamento simples, ela estabelece alguns parâmetros úteis.
Nos textos acima aprendemos o que o ornamento simples não é. Primeiro não deve ser um desperdício de dinheiro. Quando ela diz desperdício de dinheiro, não está se referindo ao valor monetário, pois ela conclama os jovens a abandonar os ornamentos desnecessários “Deus convida os jovens a renunciarem a ornamentos e artigos de vestuário desnecessários, mesmo quando quase nada custem, e a depositarem esta quantia na caixa de caridade“. (WHITE, 1996, p. 270). O ornamento pode ser barato, mas não simples.
Segundo, não deve ser um produto da moda. (No sentido de se submeter aos seus caprichos.) “Antes de aceitar a verdade, ela seguira as modas do mundo em seu vestuário e usara jóias de alto preço e outros ornamentos; mas, ao decidir obedecer à Palavra de Deus, achou que seus ensinos requeriam que abandonasse todo adorno extravagante e supérfluo” (WHITE, 1987b, p. 248).
Outra passagem que nos ajuda a entender o que significa o princípio da simplicidade é o seguinte:
A religião pura de Jesus requer de Seus seguidores a simplicidade da beleza natural e o polimento do requinte natural e de elevada pureza, e não o que é artificial e falso.[grifo nosso] ...O Redentor do mundo acautelou-nos contra a soberba da vida, mas não contra o seu encanto e beleza natural. Ele apontou para toda a exuberante beleza das flores do campo e para o lírio que repousa em sua imaculada pureza na superfície do lago. ... (WHITE, 1992, p. 306).
Neste texto Ellen White não fala de ornamentos, mas estabelece um contraste entre a simplicidade da “beleza natural” contra o que é “artificial e falso”. Isto nos faz entender que simplicidade na mente de Ellen White também se relaciona com aquilo que é natural. Isto faz sentido se lembrarmos da crítica que ela faz aos cosméticos como substitutos do rubor natural das faces.
Os ornamentos simples devem demonstrar a beleza natural. Se o cosmético me faz ter uma aparência artificial, a beleza natural é escondida, então este cosmético não seria um ornamento simples, e seu uso seria errado.
Nos dias de hoje, usando-se este princípio provavelmente Ellen White não seria contra alguns dos cosméticos modernos que são usados para combater problemas de rugas e manchas de pele pois estes estariam contribuindo para a beleza natural.
Outra palavra que ela usa é “apropriado”. Para tentarmos compreender como isto se aplicaria ao cosmético vamos fazer um paralelo com o uso de jóias. Como já vimos anteriormente, Ellen White claramente condena o seu uso. Mas existia um caso que ela considerava passível de discussão:
Alguns se têm preocupado com o uso da aliança, achando que as esposas de nossos pastores se devem conformar com este costume. Tudo isto é desnecessário. Possuam as esposas de pastores o áureo elo que as ligue a Jesus Cristo - um caráter puro e santo, o verdadeiro amor e mansidão e piedade que são os frutos produzidos pela árvore cristã, e certa será em toda parte sua influência. O fato de o descaso desse costume ocasionar reparos, não é boa razão para adotá-lo. Os americanos podem fazer compreender sua atitude com o declarar positivamente que esse uso não é obrigatório em nosso país. Nós não precisamos usar este anel, pois não somos infiéis a nosso voto matrimonial, e o trazer a aliança não seria prova de sermos fiéis. Sinto profundamente esse processo de fermentação que parece estar em andamento entre nós, na conformidade com o costume e a moda. Nenhuma despesa deve ser feita com esse aro de ouro para testificar que somos casados. Nos países em que o costume for imperioso, não temos o encargo de condenar os que usarem sua aliança; que o façam, caso possam fazê-lo em boa consciência; não achem, porém, nossos missionários, que o uso da aliança lhes aumentará um jota ou um til a influência. Se eles são cristãos, isto se manifestará no cristianismo de seu caráter, suas palavras, suas obras, no lar e no convívio com os outros; isto se demonstrará por sua paciência e longanimidade e bondade. Eles manifestarão o espírito do Mestre, possuirão Sua beleza de caráter, a amabilidade de Sua disposição, Seu coração compassivo. (WHITE, 1984, p.601).
O caso da aliança estabelece um princípio importante: ela não aceitava a aliança por ser um anel, mas entendia que havia culturas em que era “imperioso” usá-la. Vamos chamar isto de princípio do uso apropriado. Quando um ornamento não é considerado um ornamento, mas possui uma utilidade funcional e transmite uma mensagem para a sociedade, ele pode ser usado.
Como este princípio se aplicaria ao cosmético? Usando o princípio da correlação as orientações aplicadas a um ornamento se referem a todos os ornamentos. Quando um cosmético não tem valor meramente estético, mas é funcional, tem uma mensagem no seu uso que não seja estético, pode ser usado. Cremes para tratamento de manchas na pele, tintura para restaurar a cor natural do cabelo poderiam se enquadrar nessas categorias.
Ellen White em sua época tinha quase todos os tipos de cosméticos que temos hoje. Batons (em formato diferente), tinturas para cabelo, pó para o rosto, esmalte etc Até onde se saiba nunca fez um comentário positivo sobre qualquer um deles. Mas, ela não era contra a beleza e o bom gosto:
Pouco depois de estimular a nova reforma de vestuário para as mulheres, que apresentava um vestido mais curto que não varresse o chão, a sra. White deu conselhos adicionais como esses vestidos deveriam ser modificados. “Aconselharia as que preparam para si próprias um vestido curto para propósitos de trabalho, que manifestem bom gosto e esmero em subir-lhe a barra. Arranjem-no em ordem, a fim de adequar-se bem ao corpo.” (BAKER, p. 438).
Alguns adquirem a idéia de que, para efetuar a separação do mundo que a Palavra de Deus requer, devem negligenciar o vestuário. Há uma classe de irmãs que pensa que estão pondo em prática o princípio da não-conformidade com o mundo, usando no sábado um gorro comum, e a mesma roupa por elas usada através da semana, assim aparecendo na assembléia dos santos para entregar-se à adoração de Deus. E alguns homens que professam ser cristãos, olham à questão do vestuário sob o mesmo prisma. Reúnem-se com o povo de Deus no sábado, com a roupa poeirenta e encardida, e mesmo com bocejantes rasgões, e posta sobre o corpo de maneira negligente. Essas pessoas, se tivessem um compromisso de encontro com um amigo honrado pelo mundo, e desejassem ser especialmente favorecidas por ele, esforçar-se-iam por aparecer em sua presença com a melhor roupa que pudessem obter; pois esse amigo sentir-se-ia ofendido se comparecessem a sua presença com o cabelo despenteado e as vestes desasseadas e em desordem. Entretanto, essas pessoas acham que não importa com que roupa apareçam, ou qual o aspecto de sua pessoa, quando se reúnem aos sábados para adorar o grande Deus. Reúnem-se em Sua casa, que é como a câmara de audiência do Altíssimo, onde anjos celestiais estão presentes, com pouco respeito ou reverência, como o indicam sua pessoa e seu vestuário. Todo o seu aspecto simboliza o caráter desses homens e mulheres. (WHITE, 1987a, p. 475).
Para Ellen White os “ornamentos simples e apropriados” tinham o seu lugar. Ela entendia que não podemos dar bom testemunho de cristãos descuidando da aparência, pois isso seria desonrar a Deus. Uma aparência bem cuidada revela nosso caráter cuidadoso, bem como os excessos revelam que nosso coração está no mundo e não em Deus.
CONCLUSÃO
Quando Ellen White viveu o cosmético não era o principal problema. Não era tão difundido como o uso de jóias ou de vestidos inapropriados. Mas isso não quer dizer que ela não se preocupasse com o problema. Nas poucas vezes em que é mencionado sempre é num contexto negativo, quer por questões de saúde, quer por este não contribuir para a beleza natural.
Ao falar de cosméticos devemos entender que Ellen White geralmente se refere a eles no contexto da modéstia cristã, e que não devemos separá-los do tratamento que ela deu às jóias e ao vestuário inadequado; todos eles fazem parte da modéstia cristã. (Princípio da correlação). Do mesmo jeito que ela condena o uso de jóias e vestidos pomposos ela também condena o uso de cosméticos.
Mas ela também fala de ornamentos apropriados; e para sabermos quais são devemos usar o princípio da simplicidade (o cosmético deve ressaltar a beleza natural) e o princípio do uso apropriado (quando o cosmético não deve ser usado por questões estéticas, mas por outras questões).
Podemos ver que Ellen White foi de um modo geral contra o uso de cosméticos a não ser quando estes ou qualquer outro ornamento, estivessem dentro dos princípios acima relacionados.
BIBLIOGRAFIA
BACCHIOCCHI, Samuele. Roupa certa- qual é? [S.n: S.l], 2003. In: BIAGINI, Carlos. (Ed.). Biblioteca Teológica. [S.l.:S.n.], 2003, CD-ROM 2.
BAKER, Glen. O senso de humor de Ellen White. In: COON, Roger W. (Ed.). Assuntos contemporâneos em orientação profética: antologia de artigos e monografias. Santo Amaro, SP: Instituto Adventista de Ensino, 1988, p. 436-441.
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Gostei do resumo acima, aprendi muito. Sempre tive receio de usar principamentem, maquiagem, mas sempre procurei equilbrar as orientações e este assunto do jeito que foi explanado acima deixou-me com mais certeza que estou no caminho certo.
ResponderExcluirGostei muito, isso deixou bem claro
ExcluirESSE ESTUDO ACIMA,FOI MUITO ESCLARECEDOR!
ResponderExcluirÉ um bom assunto em que refletir
ResponderExcluirOlá eu gostaria de saber as exatas referências dos textos de Ellen White sobre a maquiagem. Onde está escrito? Qual livro? Poderia me informar por favor?desde já agradeço.
ResponderExcluirGostei mesmo isso é muito importante
ResponderExcluirBom, sei que é uma postagem antiga mas quero fazer apenas uma observação mesmo assim.
ResponderExcluirNo artigo é dito sobre "ornamentos simples". Isso é um erro de tradução. O termo usado no original é 'attire' que em várias outras citações é traduzido corretamente como traje, vestuário, roupa e etc.
Só com esse erro simples de tradução, o artigo acabou se desviando do caminho correto.
Muito esclarecedor
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