14/02/2011

VIDA EM DISCIPULADO




VIDA EM DISCIPULADO

Material preparado pelo Pr. Josanan Júnior - Departamental de Mordomia e ministerial da Missão Nordeste

OBJETIVO

Lançar uma estrutura que proporcione um crescimento saudável na igreja e que leve todos os membros a trabalharem de maneira integrada em ministérios.

O projeto está baseado em 8 princípios básicos de crescimento de igrejas, são eles:

1- Liderança visionária e capacitadora.

Esse ponto visa proporcionar oportunidades aos líderes para levá-los a visão espiritual de crescimento e a ter momentos espirituais. Com capacidade de gerar entusiasmo e concentrar seus esforços em qualificar outros irmãos para o serviço.

Na prática: - Retiro Espiritual para líderes
- Jornada Espiritual III
- Leitura semanal de livros texto


Apoio Bíblico:
Efésios 4:11-12
2Timóteo 2:2

Apoio Espírito de Profecia:
“Os ministros não devem fazer o trabalho que pertence à igreja, cansando a eles mesmos e impedindo outros de realizar seu dever. Eles deveriam ensinar os membros como trabalhar na igreja e na comunidade”.
Historical Sketches of the Foreigh Mission of the S. D. A., 291.

“A melhor ajuda que os ministros podem dar aos membros de nossas igrejas não é sermonizar, mas planejar trabalho para eles. Dê a cada um algo a fazer por outros”.
Testimonies the Church, vol. 9, 82.

“Esse é o tipo de disciplina que tem sido tristemente negligenciada em muitas de nossas igrejas. O tempo e o labor de nossos ministros não têm sido gastos na melhor maneira calculada conservar as igrejas em uma condição saudável de crescimento. Se menos tempo tivesse sido gasto em sermonizar, e mais em educar o povo para trabalhar de maneira inteligente, haveria agora mais obreiros para entrar nos campos como missionários, e muitos talentos nos vários ramos da obra”.
Review and Herald, August 24, 1886.

2- Ministérios orientados pelos dons e necessidades.

Esse ponto visa reduzir a tarefa dos líderes para que eles possam ajudar os membros a encontrar e reconhecer os dons que Deus lhes deu, e a encontrar um serviço de acordo com tais dons.

Na prática: - Realizar teste para descobrir os dons de todos os membros.
- Formar equipes que possam planejar, treinar e acompanhar ministérios para cada membro segundo os seus dons.
- Criar em cada igreja a classe de discipulado permanente.


Essas classes serão divididas em quatro estágios permanentes na igreja:
Classe de nível 1- Ensina a conhecer a Cristo e a descobrir o discipulado, seria a classe bíblica permanente que tem como objetivo levar os visitantes a tomar a decisão de se tornar um membro.

Classe de nível 2 – Tem como objetivo o crescimento dos novos membros em Cristo, seria a classe pós-batismal que levaria o novo membro a maturidade espiritual.

Classes de nível 3 e 4 – Ajuda os irmãos maduros a descobrirem os dons e as possibilidades de ministérios. O objetivo é que os participantes sirvam a Cristo e se tornem ativos em algum ministério.
Apoio Bíblico: Efésios 4:11-12 e 1Pedro 4:10

Apoio Espírito de Profecia:
“Só o método de Cristo terá verdadeiro sucesso em alcançar as pessoas. O Salvador misturava-se com as pessoas como alguém que desejava-lhes o bem, atendia às suas necessidades, e ganhava sua confiança. Então ordenava-lhes: ‘Segue-me’”.
Ciência do Bom Viver, 143.
“Muitos não têm fé em Deus e perderam a confiança no homem. Mas apreciam ver atos de simpatia e prestatividade. Ao verem alguém sem qualquer incentivo de louvor terrestre ou compensação, aproximar-se de seus lares, ajudando os enfermos, alimentando os famintos, vestindo os nus, confortando os tristes e ternamente chamando a atenção para Aquele de cujo amor e piedade o obreiro humano é apenas mensageiro – ao verem isto, seu coração é tocado. Brota a gratidão, e fé é inspirada. Vêem que Deus cuida deles, e ao ser Sua Palavra aberta, estão preparados para ouvi-la.”
Medicina e Salvação, 247

“Cada igreja deveria ser uma escola de treinamento para os alunos cristãos. Seus membros deveriam ser ensinados em como dar estudos bíblicos, como conduzir e ensinar classes de Escola Sabatina, como melhor ajudar o pobre e cuidar do enfermo, como trabalhar pelos não convertidos... Não deveria apenas haver ensino, mas trabalho sob instrutores experientes. Saiam os professores a trabalhar entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão de seu exemplo”.
Ciência do Bom Viver, 148-149.

“A maior causa de vossa enfermidade espiritual como um povo é a falta de fé genuína nos dons espirituais. Se todos eles recebessem esse tipo de testemunho em completa fé, removeriam aquelas coisas que desagradam a Deus, e todos se uniriam em união e força. E três quartos do trabalho ministerial agora usado para ajudar as igrejas poderiam ser poupados para a obra de plantar igrejas em novos campos”.
Adventist Review and Sabbath Herod, 14 January, 1868.

3 – Espiritualidade Contagiante

Esse ponto visa combater os males comuns a igreja de Laodicéia, levando a igreja a ter momentos de verdadeira comunhão e transformação e a tornar a igreja “desejável” a quem procura um contato intimo com Deus.

Na prática: - Pregar sobre justificação pela fé para combater o legalismo
- Pregar sobre laodicéia para levar a igreja a sentir necessidade de comunhão e dependência.
- Desenvolver projetos de devoção pessoal
- Criar um calendário homilético visando atender os temas necessários a um reavivamento.
- Estabelecer datas para que os membros na igreja e nos PG´s tenham retiros espirituais.
- Semana de oração com ênfase nesse ponto

Apoio Bíblico:
Marcos 12:30
Lucas 16:13

Apoio Espírito de Profecia:
“Quando possuirmos certeza clara e evidente de nossa salvação, manifestaremos a satisfação e alegria, próprias de todo seguidor de Jesus Cristo. A enternecedora, subjugante influência do amor de Deus comunicada à vida prática, produzirá sobre o espírito de outros impressões que serão um cheiro de vida para vida. Mas caso seja manifestado um espírito áspero, acusador, desviará muitas almas da verdade para as fileiras do inimigo. Solene pensamento! Lidar pacientemente com o tentado requer que combatamos contra o próprio eu.”
Evangelismo, 630-631.

4- Prioridades segundo a ordem bíblica

Esse ponto visa direcionar o trabalho e a visão de toda a igreja para prioridades bíblicas, que são: 1º Meu compromisso com Cristo, 2º Meu compromisso com o lar e com a igreja de Cristo e 3º Meu compromisso com a obra de Cristo. Cada ministério da igreja deve estar trabalhando com essas prioridades em mente.

Na prática: - Unificar o calendário de atividades dos departamentos,
visando um ajudar o outro a “priorizar as prioridades”.
- Marcar seminários para discutir prioridades bíblicas e estruturas
funcionais.
- Divulgar as conquistas do plano e estabelecer um processo de avaliação contínua

Definição: É assegurar que os programas, tradições e ministérios estão funcionando de maneira eficaz e coordenada para se alcançar os propósitos e objetivos da igreja.

Apoio Bíblico: Efésios 4:11-12 E 1Corintios 14:40

Apoio Espírito de Profecia:
“Satanás está sempre trabalhando para ter o serviço de Deus degenerado a uma forma entediante a fim de torná-lo impotente para salvar almas. Enquanto a energia, seriedade, e eficíência dos obreiros se tornam amortecidos pelos esforços de ter tudo tão sistemático, exaustivo esforço que precisa ser feito por nossos ministros para manter esse mecanismo tão complicado em movimento, absorve tanto tempo, que o trabalho espiritual é negligenciado. E com tantas coisas por fazer, essa obra requer tanta quantidade de meios que outros ramos da obra se enfraquecem e morrem por falta da devida atenção”
Testimonies the Church, vol. 4, 602.

“Deus trabalha de acordo com grandes princípios que Ele tem já apresentado para a família humana, e é nossa responsabilidade elaborar planos e pôr em operação os meios por onde Deus trará certos resultados”
Evangelismo, 653.

“Anjos trabalham harmoniosamente. Perfeita ordem caracteriza todos os seus movimentos. Quanto mais perto imitarmos a harmonia e ordem das hostes angélicas, mais bem sucedidos serão os espaços desses agentes celestiais em nosso favor. Se não virmos necessidade para ações harmoniosas, e somos desordenados, indisciplinados e desorganizados em nosso curso de ação, anjos... não poderão trabalhar para nós com sucesso. Eles se afastarão, pois não estão autorizados a abençoar a confusão, distração e desorganização”.
Testemunhos para a Igreja. Vol. 1, 649.

5- Culto inspirador
Esse ponto visa oferecer aos membros e convidados uma adoração dinâmica, alegre e inspiradora. Criar um ambiente que convide as pessoas a permanecerem na igreja.

Na prática: - Reunir idéias e equipes para trabalhar diretamente nesse ponto.
- Investir em instrumentos e instrumentistas.
- Cuidar dos detalhes de som e iluminação.
- Renovar as instalações da igreja e seus serviços em todos os cultos, planeje melhorias que incluam: estacionamento, placas de sinalização interna da igreja, limpeza e manutenção do
prédio, qualidade na recepção, iluminação, som, jardins, linguagem do sermão e hinos.
- Cuidar dos detalhes para que o culto não seja enfadonho, monótono,
muito formal ou com uma atmosfera fúnebre.

Apoio Bíblico: Apocalipse 4:11 e Salmos 150
Espírito de Profecia:
“Um constante esforço para promover a piedade pessoal deve ser visto nos labores públicos de ministros. Sermão após sermão não deve ser baseados apenas em profecias. A religião pratica deve ter um lugar em cada discurso.”
Signs of the Times, March 16, 1882.

“Nossas reuniões devem ser intensamente interessantes. Elas devem ser permeadas com a própria atmosfera do céu. Não haja discursos longos, secos, com orações formais meramente para ocupar o tempo. Todos devem estar preparados para desempenhar sua parte com prontidão, e quando sua participação estiver realizada, a reunião deve ser encerrada. Assim o interesse se manterá aceso até ao final. Isso é oferecer a Deus uma adoração aceitável. Seu culto deve ser realizado de maneira interessante e atrativo e não degenerado numa forma seca”.
Testemunhos para a Igreja, vol. 5, 609.

“As orações oferecidas em público devem ser curtas e ao ponto. Deus não requer de nós uma adoração tediosa com pedidos demorados”
Obreiros Evangélicos, 175.


6 – Pequenos Grupos
Esse ponto visa rever os conceitos e funções que os PG´s exercem na igreja.

Na prática: - Renovar a liderança
- Re-implantar se for necessário
- Fortalecer a função social nos PG´s e o ideal de multiplicação.
- Criar o ciclo de estudo e formação dos líderes de PG

Apoio Bíblico: Atos 2:46-47 e Filemon 2

Apoio Espírito de Profecia:
“Que em cada igreja haja grupos de obreiros bem organizados para trabalhar nas vizinhanças da igreja”
Advent Review and Sabbath Herold, Sept. 29, 1891.

“A formação de pequenos grupos como base do espaço cristão tem sido apresentada a mim por Alguém que não pode errar.”
Testimonies of the Church, vol. 7, 21-22.

“Se há um grande numero de membros na igreja, organize-os em pequenas companhias para trabalhar não apenas pelos membros da igreja, mas pelos descrentes. Se num lugar há apenas dois ou três que conheçam a verdade, que eles formem um grupo de obreiros.”
Testimonies of the Church, vol. 7, 22.
7 – Relacionamentos afetivos
Esse ponto visa fortalecer através de diversas atividades, o relacionamento dos membros entre si e dos membros entre a comunidade. Tendo em vista que pesquisas demonstram que o companheirismo é o fator numero um do crescimento da igreja Adventista e que sua ausência é a causa da maioria das nossas apostasias.

Na prática: - Através das duplas missionárias criar o projeto é bom ser bom
- Planeje atividades sociais através dos PG´s: piqueniques, almoços comunitários, esportes, noites sociais, viagens, dentre outros.
- Melhore a cordialidade para com os visitantes. Convide três pessoas que não são ainda
membros para ajudá-los e avaliar a atmosfera de acolhimento e amizade da igreja e o grau de calor humano e aceitação.
- Atividades para as diversas faixas etárias, koinonias, retiros, festas.

Apoio Bíblico: João 13:35 e 1 Corintios 12:24-26

Apoio Espírito de Profecia:
“A corrente dourada do amor, atando os corações dos crentes em unidade, em laços de companheirismo e amor, bem como em união com Cristo e o Pai, torna a conexão perfeita, e transmite para o mundo o testemunho do poder do Cristianismo que não pode ser anulado”.God’s Amazing Grace, 232.
“Cada crente é um raio de luz da parte de Cristo, o sol da justiça. Quanto mais próximos nós andarmos com Cristo, o centro de todo o amor e luz, maiores serão nossas afeições por seus portadores de luz. Quando os santos são atraídos para perto de Jesus, eles são automaticamente atraídos uns aos outros, pois a graça santificadora de Cristo unirá seus corações. Você não pode amar a Deus e falhar em amor seus irmãos”.
1888 Materiais, 1048-1049.

“Um cristão bondoso, cortes, é o mais poderoso argumento que se pode apresentar em favor do cristianismo.”
Obreiros Evangélicos, 118.

8 – A consciência da importância de fundar igrejas
Esse ponto visa ajudar na formação de novas igrejas nas quais mais discípulos possam participar

Na prática: - Conscientizar a igreja sobre a importância de fundar igrejas
- Fazer estudos de local e investimento necessário para a formação de uma nova igreja
- Formar equipe para planejar a fundação de uma nova igreja

Apoio Espírito de Profecia:
“ Igrejas devem ser organizadas e planos formulados para o trabalho que se realizará pelos membros das recém-organizadas igrejas. Esta obra missionária do evangelho deve manter-se atingindo e anexando novos territórios, ampliando as porções cultivadas da vinha. O círculo deve ser estendido até que rodeie o mundo. Que a obra de estabelecer igrejas para Deus em muitos lugares não seja dificultada e tornado um fardo porque os necessários recursos são retidos.”
Evangelismo, Pág. 19
“Muitos dos membros de nossas grandes igrejas não estão fazendo nada. Eles poderiam realizar uma boa obra se, em vez de se amontoar juntos, se espalhassem para lugares onde a verdade ainda não entrou. Muitos membros estão morrendo espiritualmente por falta deste trabalho. Eles estão se tornando enfermiços e ineficientes.”
Testemunhos para a igreja vol.8, Pág. 244
“Deus não confiou aos pastores o trabalho de estarem pondo em harmonia as igrejas. Tão depressa se acha aparentemente realizado esse serviço, tem que ser feito de novo. Membros da igreja que são atendidos desse modo, tornam-se fracalhões religiosos. Se nove décimos do esforço que se tem empregado em favor da verdade, houvessem sido empregados em prol dos que dela nunca ouviram, quanto maior teria sido o avanço realizado.”
Testemunhos Seletos, pág. 381
IDEIAS PRÁTICAS

NOME: ________________________________________


SEMINÁRIO 1 – LIDERANÇA VISIONÁRIA E CAPACITADORA

REFLEXÃO
1. Que quantidade de tempo e energia a liderança da igreja gasta em treinar e equipar membros para a obra missionária?

2. O que o seu pastor está fazendo agora que poderia ser delegado a outros?

3. O que os lideres dos departamentos estão fazendo para recrutar novas pessoas para servir como lideres em suas áreas de ministério?

4. Quão frequentemente você leva outro membro consigo para visitação, estudos bíblicos, e outras atividades?

5. Os lideres possuem uma descrição por escrito de suas funções?

IDEIAS:_________________________________________________


SEMINÁRIO 2 – MINISTÉRIO ORIENTADOS PELOS DONS E NECESSIDADES.

REFLEXÃO
1. Os membros da sua igreja entendem o ensino dos dons espirituais e conhecem seus dons?
2. A comissão de nomeações da sua igreja leva em consideração os dons espirituais na hora de selecionar novos oficiais?
3. Quão frequentemente você prega sobre a importância dos dons espirituais em sua igreja? Há classes ou testes para ajudá-los a descobrir seus dons?
4. Há incentivos para que os membros construam relacionamentos redentivos com pessoas de fora da igreja
5. Como foi o evento de colheita ou a série evangelística realizada em sua igreja no ano passado?
6. Você considera o serviço de culto aos domingos um evento evangelístico? Por quê?
7. Qual a porcentagem de recursos humanos e financeiros foi investida no não-adventista nesse ano? Você está satisfeito com essa quantia?

IDEIAS:________________________________________________________

SEMINÁRIO 3 – ESPIRITUALIDADE CONTAGIANTE

REFLEXÃO
1. Como você descreveria a temperatura da vida espiritual de sua igreja?

2. Como você descreveria a pratica diária da oração, estudo da Bíblia, culto familiar, e outras disciplinas espirituais da igreja?

3. Como você descreveria o compromisso espiritual demonstrado pela sua igreja na devolução dos dízimos e das ofertas?

4. Há um ministério de oração ativo e funcional em sua igreja?

5. Qual a função que os testemunhos pessoais desempenham no culto corporativo?

IDEIAS:___________________________________________

SEMINÁRIO 4 – PRIORIDADES SEGUNDO A ORDEM BÍBLICA

REFLEXÃO
1. Qual a declaração de missão de sua igreja? O que ela espera realizar dentro de cinco anos?

2. Todos os departamentos e ministérios da igreja têm um plano claro para ajudar a realizar a visão da igreja? As atividades, eventos e programas dos departamentos atuam de forma concentrada nos alvos da igreja? (A luz concentrada, o raio laser corta o aço!)

3. Quão influente é a tradição em sua igreja?

4. Numa escala de 1 a 10, com 1 sendo a igreja que não está disposta a mudar, e 10 sendo o contrário, quão disposta está a sua igreja às mudanças? (Ex: novas abordagens de evangelismo, músicas contemporâneas, novos estilos de liderança, maneiras novas de organizar os membros para o trabalho, etc.).

IDEIAS:______________________________________________


SEMINÁRIO 5 – CULTO INSPIRADOR

REFLEXÃO
1. Quais são os aspectos mais inspiradores do seu serviço de culto? Como eles podem ser fortalecidos?
2. Como você caracterizaria os momentos de oração pública nos cultos de sua igreja?
3. Quando foi a ultima vez que a ordem da liturgia foi mudada em sua igreja?
4. Quanta abertura existe em sua igreja para a expressão criativa através da arte (drama, etc.), multimídia e musica?
5. Existe variação no estilo da pregação de semana a semana? Há um sistema para avaliar os sermões pregados? Quem avalia e com que critérios?
6. Sua igreja está interessada em tornar-se atrativa aos visitantes? Que providencias tem sido tomadas para tornar isso uma realidade?
7. Sua igreja considera o serviço de culto um evento evangelístico?
IDEIAS: ___________________________________________________


SEMINÁRIO 6 – PEQUENOS GRUPOS

REFLEXÃO
1. Que tipo de treinamento contínuo está disponível para a liderança de pequenos grupos em sua igreja?

2. Onde os pequenos grupos se encaixam na estratégia geral da igreja? Qual a sua função? Os lideres entendem bem a estratégia geral?

3. Cada grupo tem um líder assistente sendo treinado como aprendiz?

4. Quem é o responsável para supervisionar o ministério de PGs em seu distrito?

5. Como a função do evangelismo é desempenhada nos PGs?

6. Qual é sua estratégia para multiplicação dos PGs?

IDEIAS: ____________________________________________________

SEMINÁRIO 7 – RELACIONAMENTOS AFETIVOS

REFLEXÃO
1. Existe um sentimento de paz e alegria na vida congregacional de sua vida?

2. Que eventos sociais são planejados no calendário eclesiástico visando promover relacionamento de amor?

3. Quão frequentemente os membros convidam um ao outro para partilhar uma refeição em seus lares ou para reuniões sociais?

4. Há algum conflito na igreja que poderia estar influenciando negativamente no quociente de amor?

IDEIAS: ________________________________________________


SEMINÁRIO 8 – CONSCIÊNCIA DA IMPORTÂNCIA DE FUNDAR IGREJAS

REFLEXÃO
1. Estudiosos em crescimento de igreja descobriram que com quanto mais freqüência as pessoas veem o nome da igreja, mais essa igreja crescerá. O que isso nos ensina sobre fundar igrejas?

IDEIAS: ________________________________________________

ELLEN WHITE E O USO DE COSMÉTICOS



ELLEN WHITE E O USO DE COSMÉTICOS.
Por Pr. Cid Gouveia e Pr. Ivanildo Coutinho

No início do século XIX a Igreja Metodista pregava bastante sobre o assunto de modéstia Cristã. As pregações do seu fundador, John Wesley, sobre o assunto foram inclusive publicadas nos periódicos adventistas. Ele entendia que a modéstia cristã (que englobava o uso de cosméticos) deveria ser praticada para não fomentar o orgulho, desperdiçar dinheiro entre outras razões. Esta reforma foi continuada por Phoebe Palmer. Os manuais metodistas da época diziam inclusive que “ninguém seja recebido na igreja até que tenha deixado de lado o uso de ouro e ornamentos superficiais” (BACCHIOCCHI, 2003, p. 96).
Como ex-metodista Ellen White compartilhava desta mesma visão e escreveu bastante sobre a modéstia cristã, incluindo os cosméticos. Então iremos analisar três categorias de citações suas sobre o assunto: as que ela fala especificamente de cosméticos; as que ela menciona o assunto indiretamente e por fim os que ela usa a palavra ornamento.
Primeiro as citações em que Ellen White fala especificamente de cosméticos. Nos seus escritos ela não fala muito sobre eles, geralmente ela os associa com jóias e os engloba na categoria de ornamentos ou coisas artificiais. Mas algumas vezes ela os menciona especificamente. Vamos ver os textos mais relevantes:
Muitos estão, sem o saber, prejudicando sua saúde e colocando sua vida em perigo pelo uso de cosméticos. Estão roubando de suas faces o rubor da saúde, e então para suprir a deficiência usam maquiagem. [grifo nosso]. Quando seu corpo se aquece durante a dança, o veneno é absorvido pelos poros da pele, sendo assim derramado na corrente sangüínea. Dessa maneira, muitas vidas têm sido sacrificadas (CENTRO, 2005).
O enfoque de Ellen White neste texto tem a ver com o efeito do cosmético sobre a saúde; no seu tempo eles eram prejudiciais à saúde devido a sua composição. Na composição dos cosméticos da época era usado a cerusa formada por carbonato de chumbo. Os cosméticos vermelhos eram formados de sulfetos de mercúrio sem contar a moda da época de Ellen White o “esmaltamento” que consistia em pintar a face com sais de chumbo para ficar mais pálida, conforme a moda da época. (Idem, Ibidem).
Porém mesmo nesta citação podemos ver uma orientação de caráter moral, quando ela fala que as mulheres usavam a maquiagem para lhe dar o rubor da saúde. Disfarçavam seu real estado de saúde pela maquiagem. Esta mesma idéia é repetida nestas passagens:
Ladies may resort to cosmetics to restore the tint of the complexion, but they cannot thus bring back the glow of healthful feelings to the heart. That which darkens and makes dingy the skin also clouds the spirits and destroys cheerfulness and peace of mind (SPIRIT, 1982, p. 1105).

A maioria dos amantes dos prazeres freqüentam as reuniões noturnas elegantes, e gastam em diversões excitantes as horas de repouso e o sono sossegado que Deus lhes concedeu para lhes revigorar o corpo. ... Roubam às faces o rubor da saúde, e depois, com o uso de cosméticos, suprem a deficiência. (WHITE, 1989, p. 143).

Em Düsseldorf fizemos baldeação, e tivemos que esperar duas horas na estação. Tivemos aí oportunidade de estudar a natureza humana. Entravam senhoras, tiravam o casaco e então se miravam de todos os lados, para ver se o vestido estava impecável. Então retocavam a maquiagem. Por muito tempo se demoravam em frente ao espelho, para dispor o vestido de modo que ficassem satisfeitas, a fim de terem o melhor aspecto aos olhos humanos. Pensei na lei de Deus, o grande espelho moral no qual se deve mirar o pecador para descobrir os defeitos de seu caráter. Se todos estudassem a lei de Deus - o padrão moral de caráter - tão diligente e criticamente como muitos fazem, com auxílio do espelho, em relação a sua aparência exterior, com o propósito de corrigir e reformar todo defeito do caráter, que transformações não se verificariam neles, "porque, se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era". Tia. 1:23 e 24. (WHITE, 1965, p. 295).
Podemos deduzir destes três textos dois motivos iniciais que levaram Ellen White a ver os cosméticos de forma negativa: prejuízo à saúde e artificialidade. Entenda-se artificialidade como o cosmético disfarçando a aparência da pessoa. A aparência, prejudicada pela intemperança ou por sentimentos negativos não pode ser corrigida pelo uso de cosméticos. Se em vez de se empenhar por aparência, houvesse um empenho de se mostrar bela aos olhos de Deus isto seria melhor.
Neste momento poderia se dizer que nas três últimas passagens citadas, Ellen White não está falando claramente contra os cosméticos; mas com relação ao seu uso. Porém, uma leitura atenta não deixará de notar o contexto negativo em que eles são mencionados. Lembremos que os cosméticos no tempo de Ellen White não eram amplamente usados; havia na sociedade vitoriana de sua época uma certa reserva quanto ao seu uso. Não havia necessidade de uma declaração mais específica sobre o assunto, tanto é que, no âmbito da modéstia cristã, os cosméticos não são sua principal preocupação. Ela fala mais dos vestidos e das jóias. Porém, se este assunto mereceu sua atenção, mesmo não sendo algo tão difundido, ela com certeza não via o cosmético como algo neutro.
Após vermos os textos que falam especificamente de cosméticos vamos analisar os textos que não usam esta palavra. De fato estes textos são maioria e pode-se questionar por que usá-los. A justificativa é simples: o uso de cosméticos não era um problema isolado para Ellen White. Ela os via como parte de um todo que englobava roupas e uso de jóias. Isso é percebido pela leitura dos seus textos nos quais ela usa diversas expressões englobando toda a aparência do cristão.
Se preservarem para si sã constituição e amável temperamento, possuirão uma verdadeira beleza que com a graça divina poderão usar. E nenhuma necessidade terão de se adornar com artifícios, pois esses sempre exprimem ausência do adorno interior, de verdadeiro valor moral. Um belo caráter tem valor à vista de Deus. Tal beleza atrairá, mas não desencaminhará. Tais encantos são cores firmes; [grifo nosso] nunca esmaecem. (WHITE, 1956, p. 184).
Queridos jovens sua disposição para vestir-se conforme a moda, usando para satisfazer a vaidade, rendas, ouro e coisas artificiais,[grifo nosso] não recomendará aos outros a religião nem a verdade que vocês professam. (WHITE, 2002, p. 376).
É interessante no primeiro texto citado que, ao falar das qualidades cristãs ela as compara como “cores permanentes”. As coisas artificiais que adornam não trazem estas “cores permanentes” que a beleza de caráter traz.
Que cores seriam essas? Uma interpretação provável é elas seriam um contraste com as cores provisórias da maquiagem que esvanecem, chamadas de “coisas artificiais”, com a beleza de uma aparência saudável e em comunhão com Deus. “O rubor da saúde” que ela menciona nos textos anteriores. Justificamos esta interpretação com dois argumentos: primeiro jóias e vestidos não se relacionam com cores; maquiagem sim. Segundo, esta interpretação estaria em harmonia com suas declarações sobre maquiagem em que ela a contrasta negativamente com o “rubor da saúde”.
Uma leitura desatenta do texto poderia dar a entender que estas “cores permanentes” se referem ao caráter e não a saúde; mas lembremos que ela menciona o “temperamento” e a “sã constituição”, entendo que essas cores firmes também se referem a uma aparência saudável.
O segundo texto é interessante. Ela engloba tudo o que diz respeito à aparência do cristão usando três palavras : rendas (representando as roupas); ouro (representando as jóias) e coisas artificiais. Como as outras coisas já foram mencionadas obviamente “coisas artificiais” incluem os cosméticos.
Pode-se questionar esta divisão; mas ela está de acordo com o teor geral dos escritos de Ellen White. Roupas e adornos para roupa, jóias e cosméticos são mencionados, separadamente, em seus escritos alguns com mais ênfase do que outros. Poderíamos ver como uma subdivisão natural dos aspectos da modéstia cristã.
Outros textos são os que ela usa a palavra ornamento. Nos seus escritos essa palavra se refere a muitas coisas podendo ora se aplicar a jóias, vestuário, cosméticos, enfeites domésticos ou a todo o conjunto. Algumas citações nos ajudarão a compreender essa idéia:
No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, [grifo nosso] daria para suprir as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento nem do vestuário confortável. (WHITE, 1996, p. 216).
Deus convida os jovens a renunciarem a ornamentos e artigos de vestuário [grifo nosso] desnecessários, mesmo quando quase nada custem, e a depositarem esta quantia na caixa de caridade. (Idem, p. 270).
A abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. Trajar-se com simplicidade, e abster-se de ostentação de jóias e ornamentos [grifo nosso] de toda espécie, está em harmonia com nossa fé. (WHITE, 1978, p. 269)
Nos textos acima que Ellen White faz um uso variado da palavra ornamento. Ora o ornamento complementa o sentido de jóias, ora o sentido de vestuário. Com certeza esta palavra representa os aspectos da vaidade cristã mencionados nos seus escritos, incluído o cosmético.
Parece que as vezes queremos separar estes aspectos da modéstia cristã. Se o nome maquiagem ou cosmético não é mencionado então ela não lhe dá importância. Mas isto não é necessariamente verdade; quando Ellen White fala de ornamentos e coisas artificiais ela fala de um todo.
Poderíamos citar como comparação a maneira como EGW se refere ao sábado. Não existe, no NT, uma ordem taxativa para se guardá-lo, porque ele era ponto pacífico, era universalmente aceito como dia de guarda. (Luc. 23:56). Não era o principal problema dos apóstolos e, por isso, é somente mencionado no NT sem uma declaração taxativa para guardá-lo. Mas ao se falar sobre os 10 mandamentos o sábado estava incluído. Tudo que se fala de um mandamento se aplica aos outros, pois eles são relacionados: fazem parte dos 10 mandamentos. “Mas se violamos a letra do quarto mandamento para nosso próprio benefício, do ponto de vista financeiro, tornamo-nos transgressores do sábado, e culpados de transgressão de todos os mandamentos; pois se pecamos em um ponto, somos culpados de todos.” (WHITE, 1984 , p. 174).
Também podemos aplicar isto em relação aos cosméticos. Os cosméticos estão incluídos no âmbito da vaidade cristã e não podem ser separados das jóias e roupas. As mesmas definições aplicadas a um desses três aspectos da vaidade cristã se aplica aos outros. Chamaremos de princípio da correlação: quando Ellen White entendia que as jóias eram ruins para o cristão, o cosmético também estava incluído.
Porém não devemos delimitar o uso que Ellen White faz da palavra ornamento. Esta palavra pode ter outros significados, inclusive o de jóias. Mas como vimos nos textos citados acima é inegável que Ellen White de a palavra um significado bem amplo pelo menos em alguns contextos.
A próxima citação é interessante: nos mostra que ela não é contra todo tipo de ornamento: “Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de ornamentos simples e apropriados” [grifo nosso] (Idem, p.672).
Ela estabelece que “ornamentos simples” podem ser usados. Chamaremos isto de princípio da simplicidade. Apesar de não descrever o que seja um ornamento simples, ela estabelece alguns parâmetros úteis.
Nos textos acima aprendemos o que o ornamento simples não é. Primeiro não deve ser um desperdício de dinheiro. Quando ela diz desperdício de dinheiro, não está se referindo ao valor monetário, pois ela conclama os jovens a abandonar os ornamentos desnecessários “Deus convida os jovens a renunciarem a ornamentos e artigos de vestuário desnecessários, mesmo quando quase nada custem, e a depositarem esta quantia na caixa de caridade“. (WHITE, 1996, p. 270). O ornamento pode ser barato, mas não simples.
Segundo, não deve ser um produto da moda. (No sentido de se submeter aos seus caprichos.) “Antes de aceitar a verdade, ela seguira as modas do mundo em seu vestuário e usara jóias de alto preço e outros ornamentos; mas, ao decidir obedecer à Palavra de Deus, achou que seus ensinos requeriam que abandonasse todo adorno extravagante e supérfluo” (WHITE, 1987b, p. 248).
Outra passagem que nos ajuda a entender o que significa o princípio da simplicidade é o seguinte:
A religião pura de Jesus requer de Seus seguidores a simplicidade da beleza natural e o polimento do requinte natural e de elevada pureza, e não o que é artificial e falso.[grifo nosso] ...O Redentor do mundo acautelou-nos contra a soberba da vida, mas não contra o seu encanto e beleza natural. Ele apontou para toda a exuberante beleza das flores do campo e para o lírio que repousa em sua imaculada pureza na superfície do lago. ... (WHITE, 1992, p. 306).
Neste texto Ellen White não fala de ornamentos, mas estabelece um contraste entre a simplicidade da “beleza natural” contra o que é “artificial e falso”. Isto nos faz entender que simplicidade na mente de Ellen White também se relaciona com aquilo que é natural. Isto faz sentido se lembrarmos da crítica que ela faz aos cosméticos como substitutos do rubor natural das faces.
Os ornamentos simples devem demonstrar a beleza natural. Se o cosmético me faz ter uma aparência artificial, a beleza natural é escondida, então este cosmético não seria um ornamento simples, e seu uso seria errado.
Nos dias de hoje, usando-se este princípio provavelmente Ellen White não seria contra alguns dos cosméticos modernos que são usados para combater problemas de rugas e manchas de pele pois estes estariam contribuindo para a beleza natural.
Outra palavra que ela usa é “apropriado”. Para tentarmos compreender como isto se aplicaria ao cosmético vamos fazer um paralelo com o uso de jóias. Como já vimos anteriormente, Ellen White claramente condena o seu uso. Mas existia um caso que ela considerava passível de discussão:
Alguns se têm preocupado com o uso da aliança, achando que as esposas de nossos pastores se devem conformar com este costume. Tudo isto é desnecessário. Possuam as esposas de pastores o áureo elo que as ligue a Jesus Cristo - um caráter puro e santo, o verdadeiro amor e mansidão e piedade que são os frutos produzidos pela árvore cristã, e certa será em toda parte sua influência. O fato de o descaso desse costume ocasionar reparos, não é boa razão para adotá-lo. Os americanos podem fazer compreender sua atitude com o declarar positivamente que esse uso não é obrigatório em nosso país. Nós não precisamos usar este anel, pois não somos infiéis a nosso voto matrimonial, e o trazer a aliança não seria prova de sermos fiéis. Sinto profundamente esse processo de fermentação que parece estar em andamento entre nós, na conformidade com o costume e a moda. Nenhuma despesa deve ser feita com esse aro de ouro para testificar que somos casados. Nos países em que o costume for imperioso, não temos o encargo de condenar os que usarem sua aliança; que o façam, caso possam fazê-lo em boa consciência; não achem, porém, nossos missionários, que o uso da aliança lhes aumentará um jota ou um til a influência. Se eles são cristãos, isto se manifestará no cristianismo de seu caráter, suas palavras, suas obras, no lar e no convívio com os outros; isto se demonstrará por sua paciência e longanimidade e bondade. Eles manifestarão o espírito do Mestre, possuirão Sua beleza de caráter, a amabilidade de Sua disposição, Seu coração compassivo. (WHITE, 1984, p.601).
O caso da aliança estabelece um princípio importante: ela não aceitava a aliança por ser um anel, mas entendia que havia culturas em que era “imperioso” usá-la. Vamos chamar isto de princípio do uso apropriado. Quando um ornamento não é considerado um ornamento, mas possui uma utilidade funcional e transmite uma mensagem para a sociedade, ele pode ser usado.
Como este princípio se aplicaria ao cosmético? Usando o princípio da correlação as orientações aplicadas a um ornamento se referem a todos os ornamentos. Quando um cosmético não tem valor meramente estético, mas é funcional, tem uma mensagem no seu uso que não seja estético, pode ser usado. Cremes para tratamento de manchas na pele, tintura para restaurar a cor natural do cabelo poderiam se enquadrar nessas categorias.
Ellen White em sua época tinha quase todos os tipos de cosméticos que temos hoje. Batons (em formato diferente), tinturas para cabelo, pó para o rosto, esmalte etc Até onde se saiba nunca fez um comentário positivo sobre qualquer um deles. Mas, ela não era contra a beleza e o bom gosto:
Pouco depois de estimular a nova reforma de vestuário para as mulheres, que apresentava um vestido mais curto que não varresse o chão, a sra. White deu conselhos adicionais como esses vestidos deveriam ser modificados. “Aconselharia as que preparam para si próprias um vestido curto para propósitos de trabalho, que manifestem bom gosto e esmero em subir-lhe a barra. Arranjem-no em ordem, a fim de adequar-se bem ao corpo.” (BAKER, p. 438).
Alguns adquirem a idéia de que, para efetuar a separação do mundo que a Palavra de Deus requer, devem negligenciar o vestuário. Há uma classe de irmãs que pensa que estão pondo em prática o princípio da não-conformidade com o mundo, usando no sábado um gorro comum, e a mesma roupa por elas usada através da semana, assim aparecendo na assembléia dos santos para entregar-se à adoração de Deus. E alguns homens que professam ser cristãos, olham à questão do vestuário sob o mesmo prisma. Reúnem-se com o povo de Deus no sábado, com a roupa poeirenta e encardida, e mesmo com bocejantes rasgões, e posta sobre o corpo de maneira negligente. Essas pessoas, se tivessem um compromisso de encontro com um amigo honrado pelo mundo, e desejassem ser especialmente favorecidas por ele, esforçar-se-iam por aparecer em sua presença com a melhor roupa que pudessem obter; pois esse amigo sentir-se-ia ofendido se comparecessem a sua presença com o cabelo despenteado e as vestes desasseadas e em desordem. Entretanto, essas pessoas acham que não importa com que roupa apareçam, ou qual o aspecto de sua pessoa, quando se reúnem aos sábados para adorar o grande Deus. Reúnem-se em Sua casa, que é como a câmara de audiência do Altíssimo, onde anjos celestiais estão presentes, com pouco respeito ou reverência, como o indicam sua pessoa e seu vestuário. Todo o seu aspecto simboliza o caráter desses homens e mulheres. (WHITE, 1987a, p. 475).

Para Ellen White os “ornamentos simples e apropriados” tinham o seu lugar. Ela entendia que não podemos dar bom testemunho de cristãos descuidando da aparência, pois isso seria desonrar a Deus. Uma aparência bem cuidada revela nosso caráter cuidadoso, bem como os excessos revelam que nosso coração está no mundo e não em Deus.

CONCLUSÃO
Quando Ellen White viveu o cosmético não era o principal problema. Não era tão difundido como o uso de jóias ou de vestidos inapropriados. Mas isso não quer dizer que ela não se preocupasse com o problema. Nas poucas vezes em que é mencionado sempre é num contexto negativo, quer por questões de saúde, quer por este não contribuir para a beleza natural.
Ao falar de cosméticos devemos entender que Ellen White geralmente se refere a eles no contexto da modéstia cristã, e que não devemos separá-los do tratamento que ela deu às jóias e ao vestuário inadequado; todos eles fazem parte da modéstia cristã. (Princípio da correlação). Do mesmo jeito que ela condena o uso de jóias e vestidos pomposos ela também condena o uso de cosméticos.
Mas ela também fala de ornamentos apropriados; e para sabermos quais são devemos usar o princípio da simplicidade (o cosmético deve ressaltar a beleza natural) e o princípio do uso apropriado (quando o cosmético não deve ser usado por questões estéticas, mas por outras questões).
Podemos ver que Ellen White foi de um modo geral contra o uso de cosméticos a não ser quando estes ou qualquer outro ornamento, estivessem dentro dos princípios acima relacionados.
BIBLIOGRAFIA

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NOMES DE DEUS NO AT





Os nomes de Deus no Velho Testamento


Os títulos de Deus como dados nas Escrituras inspiradas revelam seu caráter e atributos como Deus. A natureza de Seu relacionamento com os homens é feita principalmente pela consideração do significado dos vários nomes pelos quais Ele tem escolhido revelar-se. A palavra hebraica para nome, shem, pode freqüentemente ser traduzida como “pessoa” o mesmo é verdade no Novo Testamento. “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mar. 11:9) certamente se refere a Jesus Cristo como a pessoa representativa de Jeová. “tendo sido abençoado” eulogemenos, aqui significa “tendo sido, e ainda sendo abençoado.”de novo “muitos creram em seu nome” (Jô. 2:23). Isto é, eles aceitaram pela fé a revelação de Sua pessoa e a obra que ele operou diante deles. Eles creram, ou aceitaram, Sua pessoa. Assim no Novo Testamento o nome de Cristo significa o que Ele é. “Seu nome se espalhou” Mar. 6:14 significa que as novas acerca dEle e Sua obra se espalhou.

Na Bíblia Hebraica tais textos como Ex. 3:14,15; 6:3; 34:14; Jer. 10:16; 33:16; e etc., são exemplos de como o divino nome incorpora o caráter. Shem, “nome”originalmente significa “sinal” ou “marca”. O nome é o sinal ou marca daquele que o carrega. Ele descreve a pessoa e suas características. No grego onoma, “nome”, é da mesma raiz da palavra mente e do verbo conhecer. Similarmente, o Sanskrit naman, “nome” é do verbo gna , conhecer; por sua vez o nome é equivalente a um sinal ou marca pela qual alguém é conhecido.

Esses fatos são particularmente verdadeiros em relação aos nomes das pessoas da divindade. Eles denotam o caráter e os atributos das pessoas divinas; eles são uma revelação das divinas pessoas. Portanto os títulos de Deus são uma expressão ou revelação de Deus em Sua relação pessoal com os homens através do plano da redenção.

Um título geral para “Deus,”que ocorre mais do que 2.500 vezes, é Elohim, esta palavra está na forma plural, embora na maioria das vezes é encontrada com um verbo singular quando se refere a Deus. Alguns estudiosos associam este termo com o verbo arábico “temer” “reverenciar” neste sentido retratando Deus como o ser supremo a quem a reverencia é devida. A raiz desta palavra implica “força”, “poder”, “habilidade”. É usada primeiro de Deus como criador (Gen. 1:1). A obra da criação é uma maravilhosa exibição do poder e majestade de Deus, da divina onipotência em ação. O ato criador de Deus tende a levantar no homem respeito, reverencia e um senso de interior dependência. O nome Elohim representa a Deus que se tem revelado pelos Seus poderosos atos na criação.

O substantivo Elohim é usado quase exclusivamente na forma plural ao se referir a Deus. Alguns tem visto neste fato a doutrina da trindade. Foi Elohim que disse: “façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança ( Gen. 1:26). O uso aqui do plural certamente sugere a plenitude e a multipotencialidade dos divinos atributos. Ao mesmo tempo o consistente uso da forma singular do verbo enfatiza do divindade e estabelece uma recusa ao politeísmo.

A designação Elohim é ocasionalmente usada para homens que ocuparam a importante posição de falar por Deus. Por exemplo, Deus falou a Moisés que ele era para ser para seu irmão Arão como “Deus [Elohim]”Ex. 4:16. Deus deu sua mensagem a Moisés, que a deu a Arão. E ele por sua vez a passou a Faraó: e Arão teu irmão será teu profeta” Estes homens resposáveis eram os representantivos do único verdadeiro “Elohim”. Daquele que criou todas as coisas pelo seu poder, e que portanto era merecedor de toda reverência, divino temor, e adoração da parte do criatura humana. é também usado dos “juízes” (Ex. 21:6; 22:8,9) em sua capacidade como representantes de Deus.


A simples, e provavelmente, a mais primitiva forma ‘El é usada mais do que 200 vezes em referência ao único verdadeiro Deus. Moisés, Davi e Isaías são de um modo particular, usadores deste termo. Às vezes é usado com “o” como “o Deus de Betel”( Gen. 31:13; 35:1,3), e “o Deus de teus pais” (Gen. 46:3). Aqui de novo a ênfase é sobre aquele que é o todo-poderoso, o onipotente, o único verdadeiro Deus. Outras formas elementares tais como, ‘Elah e ‘Eloah, são encontradas em um número de textos, cada variação da raiz principal expressa a mesma idéia de poder e força.

A forma ‘El é freqüentemente usada em várias formas compostas com titulos para Deus. Um exemplo disto é “El-Shaddai. Este título sugere a abundante graça de Deus. A temporal e espiritual relação com a qual Deus abençoa Seu povo. Outros sustentam que shaddai é de uma raiz que significa “ser violento”, “devastar” “desapropriar”. Aplicada a Deus deveria significar “partilhar poder”. Isto é expressado pela tradução “todo poderoso (KJV, RSV, Moffat, Smith-Goodspeed). Este nome assim coloca Deus como o único poderoso, o único...


A primeira ocorrência de Shaddai é encontrada no primeiro verso da história de Deus aparecendo a Abraão ( Gen. 17:1,2,4,6) e dizendo: “Eu sou o Deus todo poderoso; anda perante mim e sê tu perfeito; e eu farei meu concerto entre mim e ti e multiplicarei grandemente... e tu serás o pai de uma multidão de nações... e eu te farei grandemente frutífero”. Este nome é encontrado de novo em Gên. 28:3,z que o ‘El Shaddai abençoou Jacó, fê-lo frutífero e o multiplicou. Uma similar promessa de ‘El Shaddai é encontrada em Gen. 35:11, e 43:14; 49:25. tais passagens sugerem o significado de .... exercitado por Deus: ‘El , o Deus de poder e autoridade a shaddai, o Deus de inexaurível riquezas. Com as quais ele é capaz de abençoar.

O título divino mais comum no Velho Tetamento ( aproximadamente 5.500 vezes ) é a palavra sagrada YHWH ( às vezes também traduzidas JHWH ), freqüentemente chamada o tetragrama, literalmente, “quatro letras, em referência `as quatro consoantes que o compõe . ( no antigo Hebraico, somente as consoantes de uma palavra eram escritas.) YHWH é geralmente traduzido como “Senhor” na KJV e distinguida das outras palavras traduzidas como “senhor” pelo uso da letra minúscula como aqui. Os judeus consideravam o título YHWH tão sagrado que eles não o pronunciavam, mesmo quando lendo as escrituras, com receio de que numa forma não intencional profanar o nome do Senhor ( ver Lev. 24:16). Ao invés eles liam Adonai. Consquentemente a verdadeira pronúncia de YHWH agora pensa-se ter sido yehowah, foi perdida.

Uns poucos séculos depois de Cristo, certos estudiosos judeus chamados Massoretas adicionaram vogais aos escritos hebraicos numa tentativa de preservar o conhecimento da linguagem falada. Naquele tempo eles adicionaram o som das vogais de ‘Adonai as consoantes YHWH. Isto fez a palavra lida, literalmente, Jeová ser traduzida para o Inglês como “Jeová”. Não sabendo quais os sons das vogais originais de YHWH, eles assim se propuseram a chamar atenção para o fato de que a palavra poderia ser lida Ádonai. Vindo a palavra Yahweh, entretanto, um bem informado leitor do hebraico leria ‘Adonai. Não sabendo desses fatos quando começaram a fazer uso das escrituras hebraicas, os cristãos traduziram como os massoretas a escreviam Jehovah ( Ex. 6:3; Sal. 83:18; Isa 26:4; e etc). ou, mais freqüentemente, se renderam a palavra “Senhor”.

Tem havido grandes diferenças entre os estudiosos a respeito da origem, pronúncia e significado da palavra YHWH. Provavelmente YHWH é uma forma do verbo hebraico “ser” daí significar “aquele que é” ou “aquele que tem existência própria”. Alguns apontam que a forma verbal pode ser causativa, e portanto pode significar “aquele que causa ser”; ou que interpretado pela frase ‘Ehyeh ‘asher ‘ehyeh (Ex. 3:14), significa “aquele que é ou será”, daí “aquele que é eterno”. Assim o título dado Senhor (KJV e RSV) ou Jeová (ASV) implica os atributos da existência própria e eternidade. Jeová é o Deus vivo, a fonte da vida, em contraste com os deuses dos gentios, que não tem existência fora da iumaginação de seus adoradores (ver Ire 18:20-23; Isa. 41:23-29; 44:6-20; Jer. 10:10,14; IÇO. 8:4). Este nome foi revelado a Moisés no Monte Horebe (EX. 3:14). É o santo nome do concerto estabelecido por Deus que tem provido salvação para Seus filhos. Como com outros títulos divinos, representa no hebraico o caráter divino em Sua relação pessoal com Seu povo.

Um sentimento de reverência e temor pelo santo caráter dos nomes de Deus, e uma sincera disposição de mostrar respeito, também influenciou os escribas a copiar os títulos fielmente. Eles parariam por um momento antes de decidir escrever os caracteres sagrados. E o nome acima de todos os outros, que era olhado com respeito como o nome, o nome pessoal de Deus era Yahweh.

Uma expressão muito comum no VT é “a palavra do Senhor [ Yahweh ]” é encontrada em Gen. 15:1, um capítulo em que o nome ‘Elohim não ocorre. É o nome do concerto. É o nome pelo qual Deus se comunica com o homem ( ver Gen. 18:1,2; 28:13-17; Ex. 33:9-11; 34:6,7).

O nome Yahweh é também usado em forma composta para revelar mais plenamente o redentor e mantenedor poder de Deus em relação a Seu povo. Tal é Yahwer-yir’eh, literalmente, “Yahweh verá” (Gen. 22:14), significando “Deus proverá”( v. 8 ). ( nossa palavra “proverá” significa “prever”). O teste de Abraão consistiu não tanto em que seu Deus apareceria como em que proveria. Contém a promessa que Yahwehn proveria o sacrifício necessário para a expiação. Este nome composto é o verdadeiro fundamento do plano da redenção.
Em Ez. 48:35 (KJV) está a expressão “o Senhor está ali” Literalmente, o Hebreu lê Yahweh shammah. Isto sugere a presença de Deus no meio de Seu povo. Isto é quase um título, como a expressão usada por Hagar’El ra’i, literalmente “Deus me vê”( Gen. 16:13 ). Similar a isto é a frase descritiva hebraica: “Yahweh ro’i “Yahweh meu pastor (Sal. 23:1); Yahweh rop’eka, “Yahweh seu médico ( Ex. 15:26 ); Yahweh sideqenú, “Yahweh nossa justiça” (Jer. 23:6 ); Yahweh shalom, “Jeová-paz” (Juí.6:24). Todos estes títulos ajudam a expressar a parte de Deus no plano da salvação.

Outros nome sugerem o grito de guerra do crente: Yahweh nissi (KJV, Jeová nissi ), “Jeová minha bandeira,”do verbo nasas, “mover de um lado para outro” (Ex. 17:15). O título Yahweh seba’oth (que aparece pela primeira vez em 1Sam. 1:3), “Jeová dos Exércitos” coloca-o como o comandante em chefe de todos os seres criados, como aquele que guiará Sua criação a vitória final ( ver Rom. 9:29; Tiago 5:4). Este título é às vezes ‘Elohim-saba ‘oth (Sal. 80:7,14, 19; Am. 5:27).

O título “Senhor dos Exércitos” é talvez o mais sublime dos títulos de Deus. É sugestivo de Seu pleno controle e soberania sobre o inteiro universo. Um belo exemplo disso é Salmos 24:9,10 que diz literalmente: “Levantai ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é esse Rei da Glória? Jeová dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória”.

Se usa umas 300 vezes a palavra hebraica ‘adon no VT. Geralmente se traduz “Senhor”. Se usa para referir-se a dono de uma propriedade, ao chefe de família, ou ao governador de uma província. Em 1Re. 16:24 se traduz “dono”. É um título de hierarquia, honra e autroridade ( ver Gen. 18:12; 24:12,42; Ex. 21:4; Num. 11:28; ISam. 1:15 e etc.). Quando se aplica este termo a Deus se lhe dá a forma ‘Adonai. Aparece pela primeira vez em Gen. 15:2,8; 18:3). Faz ressaltar sua posição como senhor e dono, também o direito que tem de ser obedecido. Algumas vezes aparece em conjunção com Yahweh, traduzindo-se “Jeová é o Senhor ( Ex. 23:17; 34:23). Também aparece em combinação com ‘Elohim (Sal.35:23; 38:15). Veja-se a tabulação das combinações dos nomes no artigo sobre “os idiomas, manuscritos e o cano do A.T.” neste volume. O título Ádonai se encontra ademais na expresão “Senhor da Terra” (Jos. 3:11, 13; Sal. 97:5; Zac. 4:14; 6:5; Miq. 4:13).

Há outros dois títulos que expressam a idéia do “Altíssimo”, “Exaltado. Um é Éliom, do verbo “levantar-se. Se encontra exemplo em Gen. 14:18-20, 22; Num. 24:16; 2Sam. 22:14; Sal. 7:17; 9:2; 18:13; 21:7; 46:4; 47:2 e etc. achando-se o último em Lam. 3:38. o título “Altíssimo de Sal. 92:8 e Miq. 6:6 se deriva de outra palavra hebraica, marom, de raiz diferente, “elevar-se”, “ser exaltado”.

O nome ba’al, que também significa “senhor”, “dono”, é comum no A.T., usando-se geralmente como título de desonra, por ser o nome dado aos deuses pagãos. Aparece quase sempre usado em nomes compostos como Jerubaal, Esbaal e Merib-baal. Porém também se aplica a Jehová, traduzindo-se “marido” (Isa. 54:5; Joel 1:8). Por tanto se usa a forma femenina para indicar igreja, a esposa de Deus ( ver Isa. 62:4).

Se usam outros títulos como Él-tsur, que se traduz “forte” de Israel (Isa. 30:29; etc.) e “Rocha” (2 Sam. 23:3; etc.), porém não podem ser considerados como nomes próprios.

A BÍBLIA E OS LIVROS APÓCRIFOS DO AT




Por pr. Dr. Oséas C. Moura - professor no UNASP
A BÍBLIA E OS LIVROS APÓCRIFOS
I. O que é a Bíblia?
1. É a Palavra de Deus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática” (Lc 8:21).
2. É inspirada por Deus: “Pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas homens, impelidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus” (II Pd 1:21).
3. Divide-se em duas partes:
a) Antigo Testamento: escrito em hebraico, e alguns trechos em aramaico (Dn 2:4 até fim do cap. 7, alguns trechos de Esdras 4:8 a 6:18; 7:22-26; Jr 10:11 (cf. Apolinário, Pedro. História do texto bíblico: crítica textual. São Paulo: Instituto Adventista de Ensino, 1990, p. 67). Período em que foi escrito: cerca. de 1480-445 a.C.).
b) Novo Testamento: escrito em grego “Koinê” (comum). Período: cerca de 64 d.C. (Evangelho de Marcos) até c. 98-100 d.C. (Evangelho de João).
4. A Bíblia protestante contém 66 livros e a católica 73 (7 apócrifos – termo que significa “escondido”, “oculto”, “secreto”. Os católicos os chamam de deuterocanônicos).
5. Os apócrifos são 7:
Tobias, Judite, Sabedoria de Jesus Ben Sirach ou Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, Baruque, I e II Macabeus, e acréscimos ao livro de Daniel (cap. 13: Susana e os dois velhos, e cap. 14: Daniel destrói o ídolo Bel e seu templo e explode um dragão adorado na Babilônia) e ao de Ester (10 versículos após Et 10:3, mais caps. 11-16. Estes acréscimos contém um sonho de Mardoqueu, onde ele e Amã são dois dragões, e repetições dos relatos da perseguição de Amã contra os judeus e seu livramento).
6. Data: entre 200-100 a.C. (Período Intertestamentário). Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito, ordenou que se traduzissem os escritos dos judeus para a língua grega, que era a língua oficial de então. Queria enriquecer sua biblioteca.
II. Ensinos dos apócrifos que contradizem o restante das Escrituras (citações da Bíblia de Jerusalém):
1. Dar esmolas purifica do pecado:
“Pois a esmola livra da morte e impede que se caia nas trevas” (Tb 4:10); “A esmola livra da morte e purifica de todo o pecado” (12:9); “A água apaga a chama, a esmola expia os pecados” (Eclo 3:30). Compare com Is 55:1; Ef 2:8 e 9; 1 Pd 1:18 e 19; 1 S. Jo 1:7.
2. Ensino de crueldade e egoísmo:
“Faze bem ao humilde e não dês nada ao ímpio. Recusa-lhe o pão, não lhe dês nada para que ele não te domine” (Eclo 12:5). Compare com Pr 25:21 e 22 // Rm 12:20 e S. Mt 5:44-48.
3. Ensino sobre o Purgatório:
“Aos olhos humanos pareciam [os justos mortos] cumprir uma pena, mas sua esperança estava cheia de imortalidade; por um pequeno castigo receberão grandes favores. Pois Deus os colocou à prova e os achou dignos de si. Examinou-os como perfeito holocausto” (Sb 3:4-6). Compare com Ecl 9:5; Heb 9:27 e Is 38:18 e 19.
4. Orar e fazer sacrifício pelos mortos:
“De fato, se ele [Judas Macabeu] não esperasse que os que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado” (2 Mac12:44 e 45).
5. Apoio ao suicídio:
“... Razias, cercado de todos os lados, atirou-se sobre a própria espada. Quis assim nobremente morrer antes que deixar-se cair nas mãos dos celerados... Ainda respirando e ardendo de indignação, ele ergueu-se e arrancou as entranhas e, tomando-as com as duas mãos, arremessou-as contra a multidão... E desse modo passou para a outra vida” (2 Mac 14:41-45). A Bíblia jamais ensina que suicidar-se é “morrer nobremente”. Suicídio é transgressão do sexto mandamento: “Não matarás!” (Ex 20:13).
6. Ensino de magia:
“Respondeu ele [o anjo Azarias]: Se se queima o coração ou o fígado do peixe diante de um homem ou de uma mulher atormentados por um demônio ou por um espírito mau, a fumaça afugenta todo o mal e o faz desaparecer para sempre” (Tb 6:8). A Bíblia, no entanto, diz que só podemos enfrentar o demônio com as Escrituras (Mt 4:4-10), resistindo a ele (Tg 4:7), e em nome de Jesus (S. Mc 16:17 e At 16:18).
7. Mostra a mentira como algo normal:
Em Tb 5:13 o anjo Rafael mente para Tobit, pai de Tobias, dizendo que era Azarias, filho de Ananias. A Bíblia nos diz que quem mente é filho do diabo, o “pai da mentira” (S. Jo 8:44). Veja, ainda, os textos de Pr 6:16-17; Ef 4:25; Ap 14:5 e 21:8.
8. Ensino de Tolices:
Em Tb 2:9 e 10, é dito que Tobit, cansado por ter sepultado um morto, deitou-se perto de um muro. Seus olhos foram atingidos por fezes de pardais, e ele ficou completamente cego por quatro anos. Judite 8:6 fala-nos que Judite jejuava todos os dias de sua vida, exceto aos sábados e dias feriados. II Mac 15:40 diz que beber sempre água é nocivo à saúde.
III. Outras Razões para se não crer na inspiração dos Apócrifos:
1. Em II Mac 15:37-39, encontramos o escritor pedindo desculpas por suas falhas: “... Aqui porei fim ao meu relato. Se o fiz bem, de maneira conveniente a uma composição escrita, era justamente isso que eu queria; se vulgarmente e de modo medíocre, é isso o que me foi possível. De fato, como é nocivo beber somente vinho, ou somente água, ao passo que o vinho misturado à água é agradável e causa um prazer delicioso, assim o trabalho da preparação do relato encanta os ouvidos daqueles que entram em contato com a composição. Aqui, porém, será o fim”.
2. Jesus e os apóstolos fazem 205 citações do Antigo Testamento e mais 304 alusões ao mesmo, e não disseram uma palavra sequer a respeito de livros ou textos dos apócrifos.
3. São Jerônimo, tradutor da Vulgata, declarou que os apócrifos não eram canônicos. Somente em 8 de abril de 1546 (Concílio de Trento), é que os apócrifos foram declarados como pertencentes ao Cânon.
4. A Igreja Católica Ortodoxa sempre fez restrições aos apócrifos.
5. Diversos eruditos católicos rejeitaram os apócrifos: Bede e John (1180); William Ockham (1347); o cardeal Ximenes (cardeal de Toledo) mandou editar a Bíblia Poliglota (na Espanha) e esta não continha os apócrifos (1514-1517). Após o Concílio de Trento, em 1546, ter afirmado que os livros apócrifos eram canônicos, o cardeal Sixtus de Siena (e mais tarde Papa Sixtus V, 1585), em 1566 insistiu em separar os apócrifos do restante dos livros da Bíblia.
CONCLUSÃO: Não se pode chamar uma Bíblia de falsa só porque ela não contém os apócrifos. Estes, na verdade, são acréscimos à Palavra de Deus, que, muitas vezes, a contradizem. Atendamos a advertência do apóstolo Paulo: “Se alguém vos prega outro evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1:8).
IV. Evidências de a Bíblia ser a Palavra de Deus:
1. Suas profecias cumpridas:
Is 13: 19-22 (Queda de Babilônia); Ez 26:3-5 (Desaparecimento de Tiro); Mq 5:2 (Belém, como o local do nascimento do Messias, c. de 736 a.C.), Zc 9:9 - Jesus montado num jumentinho, 11:12-13 - Jesus vendido por 30 moedas de prata, (c. de 520-515 a.C.), etc.
2. Sua veracidade científica:
Exs.: Jó 26:7 (Terra suspensa sobre o nada), 25:5 (a Lua não tem luz própria), 28:25 (o vento tem peso – algo “descoberto” pelo cientista Torricelli. Ele descobriu que 01 litro de ar puro, a 0o c, sob pressão de 760mm de mercúrio, pesa 1,293 g.).
3. Sua veracidade histórica:
a Arqueologia vem confirmando cada vez mais as informações contidas na Bíblia (exs.: a historicidade do rei Belsazar. Em tabletes cuneiformes encontrados em Temã, na Arábia, o rei Nabonido, pai de Belsazar, pede ao deus Lua que proteja seu filho que estava como rei em Babilônia; à menção à “Casa de Davi”, na Estela de Tell Dan, encontrada em 1993 – esta é a primeira inscrição fora da Bíblia onde o rei Davi é mencionado).
4. A unidade entre o AT e o NT, apesar de terem sido escritos por cerca de 40 diferentes autores.
5. O fato de ser inesgotável: quanto mais a estudamos mais descobrimos coisas novas.
6. Sua adaptabilidade: crianças, adultos e idosos, pessoas com pouca ou muita escolaridade, todos podem retirar dela informações, conforto e orientação para a vida.
7. Sua influência e seu poder transformador: nenhum outro livro tem exercido tanta influência no mundo (em todas as áreas) e na vida de indivíduos quanto a Bíblia (Ex.: Harry Orchard).
8. Sua indestrutibilidade: apesar de tantas tentativas de se acabar com ela (ex.: Revolução Francesa) ao longo dos séculos, ela aí está: “A Palavra do Senhor, porém, permanece para sempre” (I Pd 1:25).
9. Sua universalidade: é o único livro no mundo cujos ensinos servem para todos os povos na Terra, em qualquer ocasião.
10. Sua Perfeição: É um livro que não pode ser melhorado. Ele é completo e perfeito, pois é a Santa e Bendita Palavra de Deus.
(Fontes pesquisadas: Bíblia de Jerusalém, nova edição, revista. São Paulo: Paulus, 1995; Departamento de Ação Missionária da DSA, Segue-me. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1980, pp. 95-102).

DECLARAÇÃO DE MISSÃO DA IASD




Declaração de missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia

A missão do Igreja Adventista do Sétimo Dia é proclamar a todo o pessoas o evangelho perpétuo no contexto das mensagens do três anjo da Revelação do Apocalipse 14:6-12 e os conduz aceitar o Jesus como Salvador pessoal e unir-se com a igreja Dele, e os nutrindo em preparação para o Seu logo retorno.

Nosso Método:

Nossa Missão esta na direção do Espírito Santo por:

Orando: Aceitando a comissão de Cristo (Mateus 28:18-20), nós proclamamos para todo o mundo a mensagem de um Deus amoroso, que com Seu Filho está reconciliando ministério e está reconciliando morte. Reconhecendo a Bíblia para ser a Revelação infalível de Deus do testamento dele, nós apresentamos sua mensagem cheia, inclusive o segundo advento de Cristo e a autoridade continua da lei dos Dez Mandamentos de Deus com sua lembrança ao Sábado sagrado o sétimo-dia.

Ensinando: Reconhecendo o desenvolvimento de mente e caráter é essencial ao plano remissório de Deus, nós promovemos o crescimento de uma compreensão madura de e relação para Deus, a Palavra dele, e o universo criado.

Curando: Afirmando a ênfase bíblica no bem-estar da pessoa inteira, nós fazemos a preservação de saúde e a cura do doente uma prioridade e por nosso ministério para os pobres e oprimidos, cooperando assim com o Criador no trabalho compassivo Dele de sua restauração.

Discipulando*: Afirmando o contínuo crescimento espiritual e desenvolvimento de todos members, educamos os recém-convertidos, instruindo-os em uma vida justa, treinando-os para o testemunho eficaz e incentivando sua obediência responsiva à vontade de Deus.

Nossa Visão:

Nós vemos como o clímax do plano de Deus a restauração de todos Sua criação para uma grande harmonia com o testamento perfeito dele e retidão em harmonia com as grandes profecias das Escrituras.

Texto encontrado em http://www.igrejaadventista.org/quemsomos.html, salvo adição.
* Adição encontrada em http://news.adventist.org/images/MISSION%20STATEMENT.pdf

MISSÃO DA IGREJA - VI




ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO ECLESIÁSTICO
A MULTIPLICAÇÃO DE IGREJAS E O CRESCIMENTO

INTRODUÇÃO

- Vimos que Cristo apresentou uma novidade missionológica importante ao comissionar Seus discípulos a “ir” ao invés de ficar em Jerusalém.
- A missão centrífuga ilustra o melhor caminho para cumprir a Grande Comissão, ao levar o evangelho constantemente para fora, a novos territórios e a novas congregações.

I – AS FORÇAS CENTRÍPETA E CENTRÍFUGA NA HISTÓRIA DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA

1. A experiência inicial dos Adventistas
a) Em uma etapa inicial, os Adventistas – como a igreja apostólica – se mantiveram em redor de si mesmos.
- A idéia da “porta fechada” fez com que eles se dedicassem a preservar e nutrir a congregação já existente.
- Vimos que vários anos foram necessários para romper essas limitações teológicas e missionológicas.

2. Os problemas com a centralização em poucos lugares
a) Em uma segunda etapa, o problema centrou-se na tendência de ajuntarem-se em um só lugar: Battle Creek
- Chegaram conselhos bem definidos:
“Muitos de nossos irmãos e irmãs têm uma forte inclinação a viver em Battle Creek. De todas as direções as famílias têm vindo para radicar-se ali e muitas mais estão pensando em fazê-lo. Alguns dos que têm vindo, tinham responsabilidades e cargos em pequenas igrejas onde sua ajuda e força eram grandemente necessárias. Quando chegam a Battle Creek e se encontram com tal quantidade de membros, freqüentemente sentem que seu testemunho não é necessário e enterram seu talento.” Testimonies, 2, p. 214 (107)

3. O conselho inspirado: a Missão Centrífuga
Multiplicar e distribuir em lugar de centralizar

“ Esta prática (a de centralizar-se em igrejas grandes) não somente ameaça a prosperidade e a vida de nossas igrejas menores, como também está nos privando de cumprir a tarefa que Deus nos tem dado como Igreja.” Testimonies, 5, p. 184 (107, 108)

“Como povo temos corrido o perigo de concentrar demasiado interesse em um só lugar. Isto não é realizar a obra com bom juízo e sabedoria. Agora devemos despertar interesse nas cidades principais. Deve-se estabelecer numerosos centros pequenos em lugar de uns poucos centros grandes.” Carta 168, 1909 (108)

II – A MISSÃO CENTRÍFUGA APLICADA AO CRESCIMENTO ATUAL DA IGREJA ADVENTISTA

1. Quão grandes devem ser as igrejas?
- Declarações de missionólogos modernos:
“Em circunstâncias normais, nossa primeira preocupação deveria ser agregar membros às igrejas ou grupos já existentes, com o fim de criar corpos suficientemente grandes para funcionar de forma responsável com igrejas... Deter-se ali, no entanto, é ficar abaixo do ideal no Novo Testamento. A multiplicação é absolutamente essencial para alcançar o ideal bíblico de crescimento.” George Peters, A Theology of Church Growth, p. 193, 194 (99)

“Uma igreja em crescimento pode considerar-se a si mesma suficientemente grande quando é efetiva em ganhar os perdidos para Cristo; quando provê os serviços suficientes para satisfazer as necessidades de seus membros e quando têm suficientes talentos para reproduzir-se em si mesma estabelecendo novas congregações.” Peter Wagner, Your Church Can Grow, p. 109 (101)

2. Uma estratégia para uma maior multiplicação de igrejas
a) O programa de ação da Divisão Sul-Americana na década de 1980:
- Promover planos que tendam à multiplicação.
- Elaborar projetos de evangelização que não tenha com centro a congregação atual.
- Incentivar a ida de famílias missionárias para formar novas congregações.

3. As casas de famílias com centro de culto
a) Vantagens deste plano:
- Cumpre o programa apostólico – I Cor. 16: 19; Col. 4:15
- Possibilidade de avaliar receptividade-resistência antes de entrar em grandes gastos de construção

b) Desvantagens do plano
- Perigo de instabilidade da congregação
- Problemas legais

CONCLUSÃO

- A missão centrífuga cumpre melhor o programa de ação da Igreja para completar a missão mundial.
- Em uma Associação, a missão centrífuga leva a organização dos evangelistas para entrar em novas zonas.
- Em uma igreja local, o programa leva a planificar a multiplicação de congregações e a saída de famílias missionárias para começar novos lugares de culto.

MISSÃO DA IGREJA -V




ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO ECLESIÁSTICA
CRESCIMENTO CENTRÍPETO versus CRESCIMENTO CENTRÍFUGO

INTRODUÇÃO
- Nas Sagradas Escrituras são identificadas claramente duas formas de missão, que podem ser bem ilustradas pelas forças centrípeta e centrífuga.
a) missão centrípeta, é aquela que tende a usar sua atividade para atrair os indivíduos a um centro.
O típico exemplo é Israel: seu templo era o lugar de reunião. As nações deveriam vir até eles para conhecer o verdadeiro Deus.

- a melhor expressão verbal para ilustrar a missão centrípeta é: “vinde”.

b) missão centrífuga, é aquela que tende a usar sua força a partir de um centro para fora, em todas as partes.

- foi a novidade missionológica que trouxe Cristo aos Seus discípulos.
- a melhor forma de expressão verbal é: “ide”.

I – A NOVIDADE MISSIONOLÓGICA INTRODUZIDA POR Cristo

1. A idéia de sair de Jerusalém até a Judéia, especialmente Samaria, e todo o mundo, era uma novidade teológica e missionológica de grandes dimensões.
a) Fazer discípulos em todas as nações – S. Mateus 28:19, 20
b) Ir a todo o mundo ao invés de esperar que venham a Jerusalém para conhecer o Deus verdadeiro – S. Marcos 16:15; S. Lucas 24:47-49.

2. A reação inicial da Igreja Apostólica
- Inicialmente a igreja foi estabelecida em Jerusalém Atos 2:46, 47; 3:1; 6:7
- A idéia de pregar aos gentios, ainda continha grandes lacunas teológicas – Atos 10:28, 44-48; 11:1-4.

3. Os planos de Deus para produzir a missão centrífuga
a) A perseguição teve um efeito centrífugo – Atos 8:1, 4; 11:19-23.
b) O Espírito Santo põe em execução a estrutura missionológica de “ir” – Atos 13:2-5

II – AS FORÇAS CENTRÍPETA E CENTRÍFUGA NA MISSÃO ATUAL DA IGREJA
1. Características de uma missão centrípeta
• Uma igreja local que se dedica a nutrição e preservação dos crentes, porém que não se estende para os de fora. Está centrada em si mesma.
• Uma igreja que, ainda que tenha um programa evangelizador, o faz tomando a igreja como centro. Cresce excessivamente em si mesma, mas não se distribui em novas congregações.

2. Características de uma missão centrífuga
• O típico exemplo é a equipe evangelizadora com idéia de iniciar a obra em lugares não alcançados
• Em uma igreja local, a missão centrífuga se expressa quando o pastor e membros estão ansiosos por multiplicarem-se em novas congregações. Dessa maneira se estende a fé a novas áreas em seu raio de influência.

CONCLUSÃO

- No próximo estudo analisaremos a missão da Igreja Adventista nessas duas perspectivas missionárias: a missão centrípeta e a missão centrífuga.

MISSÃO DA IGREJA - IV




FILOSOFIA DA MISSÃO NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE

INTRODUÇÃO

- Diversidade de opiniões quanto ao que inclui a missão da igreja
- Declarações de Donald McGavran:

a) A Filosofia Paulina: “O propósito constante e central da missão no mundo é ganhar homens e mulheres, tribos e nações para Jesus Cristo e multiplicar igrejas”.
b) A Filosofia Paralela: “A missão no mundo é tão ampla como são as necessidades físicas, mentais, sociais e espirituais do ser humano”.
c) A Filosofia Temporal-Eterna: “Trabalhar simultaneamente pela evangelização do mundo e viver uma vida cristã em um mundo necessitado”. How Churches Grow, pp. 70, 71

I – O “PROPÓSITO DOMINANTE” DA MISSÃO NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE

1. O ponto focal da missão: salvar almas!

“A igreja de Cristo é o agente designado por Deus para a salvação dos homens. Sua missão é levar o evangelho ao mundo... Se os seguidores de Cristo estivessem sempre alerta ao chamado do dever, milhares estariam proclamando o evangelho em países gentios onde hoje só existe um”. Caminho a Cristo, pp. 80,81

“A missão da igreja de Cristo é salvar os pecadores que estão a perecer. É divulgar o amor de Deus aos homens, conquistando-os para Cristo pela eficácia daquele amor”. Testemunhos Seletos, vol. I, p. 359

2. A motivação na missão: a imitação de Cristo

“A tarefa mais preciosa que qualquer outra é a tarefa de salvar almas... A mesma intensidade no desejo de salvar almas que marcou a vida do Salvador, marca a vida de Seu verdadeiro seguidor.” Review and Herald, 12 de agosto, 1902.
“Cristo poderia haver derramado raios de luz no conhecimento dos mistérios da ciência, mas Ele não desperdiçaria um só momento que pudesse dedicar ao ensino e ao conhecimento da ciência da salvação. Seu tempo, Seu conhecimento, Suas faculdades, Sua vida mesma, foram utilizados unicamente como meios de produzir a salvação dos homens... Esta obra e missões, a obra de salvar almas, foi estabelecida com sacrifício por Cristo mesmo, e cada seguidor de Cristo deveria estar imbuído com Seu espírito e mente e trabalhar pelo mesmo fim ao qual Ele veio a nosso mundo.” Manuscrito no. 11, 1892.

“Os seguidores de Cristo devem fazer a mesma obra que Cristo realizou quando esteve no mundo (conforme Isaías 61:1-3). A missão descrita pelo profeta é a missão de cada discípulo de Cristo.” Review na Herald, 27 de março de 1894.

II – O PROPÓSITO MISSIONÁRIO DOS DIVERSOS MINISTÉRIOS

1. O ministério aos pobres: a verdadeira interpretação do evangelho

“A principal obra de Cristo foi a de pregar o evangelho aos pobres. Ele se pôs a ajudar aos necessitados, aos ignorantes... A vida de Cristo é um exemplo para todos Seus seguidores”

“Os pobres necessitam consolo e simpatia, pois há os que, sem uma mão ajudadora, nunca se restaurariam. Ao trabalhar por isto, os discípulos de Cristo cumprirão sua missão. Esta é a mais elevada credencial do ministério evangélico.” El Ministério de la Bondad, p. 179

“[Cristo] constantemente seguia fazendo o bem, simpatizando com o aflito, com o sobrecarregado, o oprimido; alimentava ao faminto e curava o enfermo. Através de Suas carinhosas palavras e misericordiosos atos, Cristo interpretou o evangelho.” Review and Herald, 4 de março de 1902.

2. A Obra Médico-Missionária: também a verdadeira interpretação do evagelho

“Fazei a obra médico-missionária; então ganhareis acesso aos corações das pessoas e o caminho estará preparado para uma proclamação mais decidida da verdade... O Senhor dará êxito a esta obra, porque o evangelho é o poder de Deus para salvação quando está entretecido com a vida prática; quando é vivido e praticado. A união de um trabalho semelhante ao de Cristo pelo corpo e pela alma, é a verdadeira interpretação do evangelho.” Review and Herald, 4 de maço de 1902

- O “propósito dominante” no ministério da saúde: a salvação das almas

“Nossos sanatórios são estabelecidos com o objetivo de salvar alma. Em nosso ministério cotidiano vemos muitos rostos preocupados e angustiados... É justamente para que as almas sedentas sejam conduzidas à água viva, que temos nos consagrado à tarefa de estabelecer sanatórios.” Counsels of Health, p. 211

3. O “propósito dominante” no ministério do ensino

“No mais alto sentido, a obra da educação e da redenção são uma... Deve ser o primeiro esforço do professor e seu comandante objetivo auxiliar o estudante a... entrar com Cristo naquela relação especial que fará daqueles princípios uma força diretriz na vida. O professor que aceita este objetivo é em verdade um cooperador de Cristo, um coobreiro de Deus.” Educação, p. 30

“Cristo deve ser o Mestre em todas vossas escolas. Se os mestres e estudantes dão a Cristo o lugar que Lhe corresponde, Ele realizará a obra através deles para levar adiante o plano da salvação.” Fundamentals of Christian Education, p. 512

4. O “propósito dominante” no ministério de publicações

“De cidade em cidade e país em país, as publicações que contém a promessa do breve regresso do Salvador farão sua obra. Estas publicações devem ser traduzidas em todos os idiomas, porque o evangelho deve ser pregado em todo o mundo.” The publishing Ministry, p. 47

“Deus ordenou a obra da colportagem como um meio de apresentar ao povo a luz contida em nossos livros... Todos os que se consagram a Deus para trabalhar como colportores, estão colaborando em dar a última mensagem de admoestação ao mundo.” Testimonies, vol. 6, p. 313

5. O propósito missionário das Instituições:
“Deus há de ocupar um lugar em cada aspecto da vida. Ele está interessado em cada empreendimento. Porém, Seu especial interesse está relacionado às várias ramificações de Sua obra e as instituições consagradas a seu avanço. As editoras, por meio das quais a verdade é dada ao mundo, são consagradas à Seu serviço. Os Sanatório são Suas mãos ajudadoras; Seu trabalho – a restauração do enfermo e o alívio do sofrimento – é a obra para este tempo. Nossas escolas e colégios, onde as crianças e jovens são preparados para Deus, são uma parte importante de Seu grande plano. Tudo o que os servos de Deus fazem, é para o avanço da obra de salvar almas. Tudo o que é feito em nossas instituições deve levar a estampa celestial.” Review and Herald, 1 de julho de 1902

CONCLUSÕES

- Para Ellen White existe um objetivo único e central da missão da igreja, isto é, a salvação das almas. O “propósito dominante” é a obra de evangelização e o fortalecimento dos crentes.
- As diversas instituições têm seu lugar na obra a medida em que têm uma orientação missionária e na medida em que seu labor tem como propósito final a salvação das almas.

MISSÃO DA IGREJA - III




TEOLOGIA DA MISSÃO NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE

INTRODUÇÃO

Nos escritos da Sra. White podemos encontrar pelo menos três dimensões teológicas de missão:
1) dimensão soteriológica,
2) dimensão escatológica,
3) dimensão eclesiológica.

1. A Dimensão soteriológica de Missão
a) O ser humano responsável pela salvação de outros – Romanos 10:13-15
“O mundo parece à miséria, e no entanto isto não chama a atenção nem sequer daqueles que dizem crer nas verdades mais sublimes dadas alguma vez aos mortais. Deus requer que Seu povo seja uma mão ajudadora para alcançar aos que perecem, mas muitos se contentam sem fazer nada.” Testemonies, vol. 6, p. 445.

“Deus designou Seus filhos para proporcionarem luz aos outros, e se dixarem de o fazer, e almas forem deixadas nas trevas do erro por sua falta em fazer aquilo que poderiam ter feito se tivessem sido vivificados pelo Espírito Santo, serão então responsáveis a Deus.” Serviço Cristão, p. 21

b) A salvação pertence a Deus mas se canaliza através do agente humano
“Na obre de resgatar as almas perdidas que perecem, não é o homem quem executa a tarefa de salvá-las; Deus é quem com ele trabalha. Tanto Deus como o homem atuam. ‘Sois coobreiros de Deus’”. Evangelismo, p. 291

“A humanidade, tirando sua eficiência de grande Fonte da sabedoria, torna-se o instrumento, a agência operadora por meio da qual o evangelho exerce seu poder transformador sobre o espírito e o coração.” Atos dos Apóstolos, p. 134

2. A Dimensão Escatológica de Missão
a) A vinda de Cristo condicionada ao cumprimento da missão da igreja – S. Mateus 24:14
“Pelo fato da vinda de Cristo ter sido predita a tanto tempo atrás, alguns concluem que houve algum erro... Ela [a vinda do Senhor] não será retardada para além do tempo em que a mensagem for elevada a todas as nações, línguas e povos.” Review na Herald, 18 de junho de 1901 (parcialmente em Evangelismo, p. 697)

b) A vinda de Cristo pode ser apressada (um elemento motivador da missão)
“É privilégio de todo cristão, não só aguardar, mas mesmo apressar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” Evangelismo, p. 696

“Dando o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor. Não nos cabe apenas aguardar, mas apressar o dia de Deus.” O Desejado de Todas as Nações, p. 609

c) A vinda de Cristo pode ser atrasada (um elemento ativador da missão)
“Se todo atalaia sobre os muros de Sião houvessem dado à trombeta um sonido certo, o mundo haveria antes desta data ouvido a mensagem de advertência. A obra, porém, acha-se com atraso de anos. Enquanto os homens dormiram, Satanás marchou furtivamente sobre nós.” Evangelismo, pp. 694, 695.

“Longamente tem Deus esperado que o espírito de serviço se apodere de toda a igreja, de maneira que cada um trabalhe para Ele segundo sua habilidade. Quando os membros da igreja de Deus fizerem a obra que lhes é indicada nos necessitamos campos nacionais e estrangeiros, em cumprimento da comissão evangélica, todo o mundo será logo advertido, e o Senhor Jesus retornará à Terra com poder e grande glória.” Atos dos Apóstolos, p.111

3. A Dimensão Eclesiológica da Missão
a) A missão da Igreja: não somente pregar, senão estabelecer igrejas em todas as partes

“Um lugar após outro deve ser visitado; uma igreja após outra, ser estabelecido. Os que se põem do lado da Verdade devem ser organizados em igrejas, e então, deve o ministro passar a outros campos igualmente importante.” Evangelismo, p. 353

“Novos territórios devem ser trabalhados por homens inspirados pelo Espírito Santo. Novas igrejas devem ser estabelecidas e novas congregações organizadas. Nesse tempo deveria haver representantes da verdade em cada cidade e nas mais remotas partes da terra.” Testimonies, vol. 6, p. 24

c) Uma dupla missão da igreja: “koinonia” e “kerigma”, comunhão e proclamação
“Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador.” O Desejado de Todas as Nações, p. 174

“Deus requer que Seus filhos brilhem como luzes no mundo... E enquanto desfrutam da comunhão com Deus, desejarão manter um intercâmbio com seus semelhantes a fim de expressar, por meio de palavras e atos, o amor de Deus que anima seus corações.” Testemonies, vol. 2, pp. 126, 127

CONCLUSÃO

- Há uma dimensão soteriológica de missão. O cristão é responsável pela salvação das almas com as quais entra em contato.
- Há uma dimensão escatológica de missão: a igreja pode apressar ou demorar a vinda mediante o cumprimento ou da falta de cumprimento de sua missão.
- Uma dimensão eclesiológica de missão: a igreja não somente deve mostrar sua presença ao mundo, senão estabelecer congregações. Estas, por sua vez, não devem encerrar-se na “koinonia”, mas sair para cumprir o “kerigma”.

MISSÃO DA IGREJA - II




TEOLOGIA ADVENTISTA DA MISSÃO
CONCEITO DE MISSÃO ENTRE OS ADVENTISTAS DO 7O. DIA

INTRODUÇÃO

• O conceito de missão, e particularmente de uma missão mundial, não se desenvolveu imediatamente entre os Adventistas. Existiram várias limitações teológicas que não lhes permitiram ver claramente sua missão no mundo.
• Tanto o movimento adventista inicial – o Movimento Millerita – como os primeiros anos dos adventistas observadores do Sábado, foram tempos de análise e consolidação da teologia e a prática desse novo movimento religioso.

I – O CONCEITO DE MISSÃO NO MOVIMENTO ADVENTISTA INICIAL

1. A motivação missionária do Movimento Millerita

• Declaração de Guilherme Miller:

“Eu creio que Jesus Cristo virá outra vez com toda Sua glória e em pessoa a nossa Terra, para cumprir Seu divino propósito de salvar Seu povo, destruir os maus e acabar como o pecado no mundo... Eu creio que a segunda vinda de Cristo está próxima, às portas, e que ocorrerá dentro de 21 anos, em ou antes de 1843” Diário pessoal, 5 de setembro de 1822

• Miller não teve como motivação ou propósito formar um novo movimento religioso:

“Nunca aconselhei aos irmãos separarem-se das igrejas às quais pertenciam, a menos que seus irmãos os expulsem ou lhes neguem seus privilégios religiosos... Nunca pensei em formar uma nova seita, ou dar-lhes um novo nome.” Citado por David Arthur, Salid de Babilônia: Um Estúdio Sobre Separatismo y Denominacionalismo en el Movimiento Millerita, 1970, p. 52.

2. O conceito de Missão no Movimento Millerita

• Diálogo entre Josué Himes e Guilherme Miller:

“Himes: Crê você realmente nesta doutrina?
Miller: Certamente que creio, pois se não cresse não a estaria pregando.
Himes: E que está fazendo para difundi-la a todo mundo? Até agora tudo tem sido mantido em um rincão. Se Cristo vem em uns poucos anos como você crê, não há tempo a perder em dar à Igreja e ao mundo a admoestação em tons de trovão, para se despertem e se preparem.
Miller: Eu sei, eu sei, irmão Himes. Mas, o que pode fazer um velho granjeiro? Eu não estou acostumado à pregação pública; praticamente estou sozinho; e ainda que tenha visto a muitos convertendo-se a Deus e à verdade, não vi ninguém entrar no objeto e espírito de minha missão para ser-me de real ajuda. Agrada a todos ter-me para pregar e reavivar suas igrejas, mas com a maioria dos ministros termina ali nossa relação. Tenho buscado ajuda; na verdade a necessito.” Citado por Sylvester Bliss, Memories of William Miller, p. 140.

- Foi justamente Himes, o braço direito de Miller, quem se preocupou pela missão mundial do movimento.
a) através da visita aos portos de além-mar
b) através do envio de publicações adventistas aos missionários de outras sociedade missionários.

- Declaração de Himes em Sings of the Times, 27 de julho de 1842 e 19 de julho de 1843:

“Um bom número de nossos irmãos tem sido equipados com vários milhares de folhetos e revistas sobre o tema da Segunda vinda de Cristo, e têm visitado cada barco, deixando uma boa provisão neles.”
“As publicações adventistas têm sido enviadas por centenas de milhares a todo o mundo, às ilhas no mar, e a cada estação missionária em todo o globo. Tem sido derramadas sobre terra e oceano, e os marinheiros que regressam ao porto, testificam que a vinda de Cristo é o tema de conversação em todo o mundo.”

- No Movimento Milerita havia, portanto, um sentido de missão mundial, que foi cumprido parcialmente com o envio de publicações a diferentes partes do mundo.
II – LIMITAÇÕES TEOLÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA MISSÃO ENTRE OS PRIMEIROS ADVENTISTAS OBSERVADORES DO SÁBADO

- O findar do dia 22 de outubro de 1844 sem que nada houvesse acontecido, produziu um tremendo impacto na teologia e nos sentimentos do grupo de crentes.
- Embora que os Adventistas observadores do Sábado produziram certas novidades teológicas como a doutrina do santuário celestial e a doutrina do Sábado, não puderam evitar a influência milerita com relação à missão da Igreja.

1. O Conceito Teológico da “Porta Fechada”

- Havia começado já no Movimento Milerita
- Dois conceitos bíblicos aplicados à vinda de Cristo:
a) “chegou o noivo... e fechou-se a porta”.
b) “Continue o injusto fazendo injustiça”. Apoc. 22:11

- Declaração de Guilherme Miller após o desapontamento:
“Temos cumprido nossa tarefa de admoestar aos pecadores e tratar de despertar uma igreja indiferente. Deus em Sua providência tem fechado a porta e somente nós podemos animar-nos uns aos outros a ser pacientes e diligentes a fim de tornar nosso chamado e nossa eleição seguras. Estamos vivendo no tempo especificado em Malaquias 3:18, Daniel 12:10 e Apocalipse 22:10-12. Nessas passagens podemos ver claramente que pouco antes da volta de Cristo haverá uma separação entre o justo e o injusto, entre os santos e ímpios e entre aqueles que amam Sua volta e aqueles que a odeiam." The Advent Herald, 11 de dezembro de 1844.

2. Os Adventistas do 7º Dia e a “Porta Fechada”

- Declarações da Sra. Ellen G. White: (Mensagens Escolhidas)

“Com meus irmãos e irmãs, após a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditarei que não mais se converteriam pecadores.” P. 74

“Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo.” P. 63
- Nos primeiros anos, os adventistas se dedicaram exclusivamente a fortalecer a fé daqueles que tinham passado pela experiência do desapontamento.
- Em 1849 produziu-se uma mudança no conceito: a porta fechada tem que ver com o Santuário Celestial e não com a porta da graça:

“Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum podia fechá-la”. Primeiros Escritos, p. 42

- Este novo conceito ampliou os horizontes missionários dos adventistas que começaram a partilhar a mensagem com os que não eram da mesma fé.
- Declaração de Tiago em 1852:

“O trabalho não está confiado somente àqueles que tiveram uma experiência no movimento adventista passado. Uma grande proporção dos que estão compartilhando as bênçãos ao assistir as reuniões da verdade presente, não estiveram ligados à causa adventista em 1844.” Review and Herald, 6 de maio, p. 5

- O movimento adventista inicial teve um sentido de missão ao desejar compartilhar a novidade teológica do regresso de Cristo. A brevidade do tempo não permitiu a formação de uma sociedade missionária, porém através da distribuição de publicações, considerou-se que a mensagem havia chegado a todo o mundo.
- Com a chegada de 22 de outubro, ainda que o retorno de Cristo não se acontecesse, os adventistas consideraram que a porta da graça havia sido fechada para sempre. Isto limitou as possibilidades missionárias do grupo por vários anos.
- De 1849 em diante, se abre a porta da pregação da mensagem adventista aos não crentes, por considerar-se que a porta da graça se manteve aberta

O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE MISSÃO MUNDIAL ENTRE OS ADVENTISTAS DO 7º DIA

III – LIMITAÇÕES TEOLÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE UMA MISSÃO MUNDIAL

1. O Evangelho a todo o mundo: uma missão já cumprida

- A obra dos missionários cristãos em geral, e das publicações adventistas em particular, era considerada suficiente
- Declaração de Tiago White, em 1853:

“A circulação das Escrituras em tantas línguas e dialetos diferentes durante o último meio século, e os missionários enviados a todas as nações do globo, são suficientes para dar cumprimento ao texto (S. Mateus 24:14). Os líderes de todas as sociedades missionárias nos dizem que não há uma nação na Terra na qual o evangelho não tenha sido pregado.” Review and Herald, 28 de agosto, p. 57

- Nos primeiros anos, quando se falava de uma missão a todo o mundo, isto representava uma falta de fé na iminente volta de Cristo.

- Declaração da Sra. Ellen G. White:

“Foi em minha primeira viagem ao leste... Acreditávamos que o Senhor viria em breve nas nuvens do céu. Foi-me mostrado que havia uma grande obre a ser feita no mundo por aqueles que não haviam tido a luz e rejeitado. Nossos irmãos não podiam compreender isto em face da fé que tínhamos no imediato aparecimento de Cristo. Alguns me acusaram de dizer que meu Senhor retardava Sua vinda”. Mensagens Escolhidas, p. 74

2. Segunda limitação: a idéia de que todo o mundo estava representado por imigrantes nos Estados Unidos

- Explicações dadas a Apocalipse 10:11 e 14:6
- Interpretações dadas por Uriah Smith

a) Em 1859, ante uma pergunta se “a mensagem adventista está sendo proclamada fora dos Estados Unidos?

“Não temos informação de que a mensagem do terceiro anjo esteja sendo proclamada em algum país fora do nosso... se bem que, talvez não fora necessário cumprir Apocalipse 10:11, já que nossa própria terra está composta de pessoas vindas de quase cada nação”. Review and Herald, 3 de fevereiro, p. 87

b) Oito anos depois em 1867:

“Quem poderia duvidar que nosso país ocupa um lugar providencial na história? Em que outra terra poderia a proclamação da verdade alcançar de uma vez tantos “povos, nações e línguas” (Apoc. 10:11)? Gente de cada parte civilizada do globo pode ser encontrada aqui, estabelecida e formando parte integral de nossa população.” Review and Herald, 1 de janeiro, p. 48

- Os principais esforços por alcançar a população mundial foram feitos, então, entre os imigrantes. Isto ocorreu até fins da década de 1860.

VI – ABRE-SE A PORTA A UMA MISSÃO MUNDIAL

1. Os imigrantes tomam a iniciativa

- Em 1858, Jaime White declarava que os imigrantes desejavam partilhar sua fé não somente na América do Norte, senão com seus familiares em seus próprios países:

“Nas fileiras dos observadores do Sábado estão aqueles que falam alemão, francês, norueguês, sueco, dinamarquês, etc. Todos eles, como é natural supor-se, sentem um profundo interesse pelos de sua própria língua. Desejariam ver publicações com a verdade presente publicadas em sua língua nativa para fazê-las circular na América e Europa. E eles não são os únicos interessados nessa empresa. Todos os que entendem que a mensagem do primeiro anjo deve chegar a “cada nação, tribo, língua e povo” se regozija ao ver aqueles de outras línguas aceitando a verdade”. Review and Herald, 6 de maio, p. 200

- Foi também um imigrante, Miguel Czechowski, quem tomou a iniciativa de oferecer-se para ir, como missionário, à Europa, em 1864.
- Czechowski havia trabalhado entre os imigrantes, em Nova York, por vários anos, mas, depois, chegou a conclusão que devia partilhar a verdade na Europo.
- Em 1864 a Igreja não estava preparada para enviar missionários, e Czechowski buscou o apoio de outras denominações adventistas.
- Em 1869 já havia de 50 crentes na Europa, segundo as informações dadas por J. N. Andrews. Andrews reconheceu a lentidão da Igreja no conceito de missão mundial:

“Nós não temos nenhum crédito no estabelecimento desse grupo de observadores dos mandamentos... o pastor Czechowski sentia uma grande carga por Europa. Não duvidamos que o Espírito de Deus estava impressionando sua mente... Nós agora consideramos as circunstâncias deste caso como um maravilhoso chamado da providência de Deus para enviar a verdade presente à Europa. Não podemos deixar de reconhecer nossa lentidão para ver esta obra. Porém está em nosso poder redimir o passado”. Review and Herald, 30 de novembro de 1869, p. 181

- Em 1870 um segundo missionário sai dos Estados Unidos. Um converso de Czechowski, de apelido Ertzenberger, foi à América do Norte para conhecer a obra adventista e, depois de ser ordenado ao ministério, voltou a Suíça, oficialmente reconhecido pela Igreja para trabalhar enter seu próprio povo.

2. 1874: O ano chave para o desenvolvimento de uma Missão Mundial

a) Se inicia uma nova revista The True Missionary que ajuda a consolidar uma teologia de missão.
b) Ellen White dá suas mais fortes admoestações em relação à necessidade de expandir a obra a outras terras:

“Como povo temos estado dormindo em relação ao nosso dever de levar a luz a outras nações. Acaso Deus nos tem desculpado como povo de ter uma carga especial por aqueles de outras línguas, e por isso hoje não temos missionários em países estrangeiros? Qual é a razão desta negligência e demora?” The True Missionary, no. 1, p. 1

“Vossas concepções da obra necessitam ser grandemente expandidas. Nossa mensagem deve ir com poder a todas as partes do mundo: ao Oregon, a Inglaterra, Austrália, e às ilhas do mar, à todas as nações, línguas e povos. Muitas nações estão esperando pela luz avançada que o Senhor tem para eles, e vossa fé deve crescer até o nível das demandas para este tempo. Ide para frente e para cima”. Manuscrito, 1, 1874.

c) É enviado o primeiro missionário norte-americano, J. N. Andrews à Europa. O informe de sua partida, na revista The True Missionary, começa com estas palavras: “Este é um dia significativo nos anais históricos dos Adventistas” (no. 10, outubro de 1874)

CONCLUSÕES

- Exatamente 30 anos depois de 22 de outubro de 1874, J. N. Andrews escreve suas primeiras declarações da Europa como missionário. Haviam passado três décadas até que se produzisse um completo desenvolvimento do conceito de missão mundial entre os Adventistas.

“Deus encomendou aos Adventistas do Sétimo Dia uma obra de imensa magnitude e vasta importância. É dar a admoestação ao mundo acerca do breve retorno de Cristo, e ensinar a verdadeira preparação para esse grande evento. Nunca antes foi encomendada aos homens uma responsabilidade como esta que Deus tem dado a seu povo. O tempo para esta obra é curto e pode ser cumprido com a ajuda direta do Espírito de Deus.” The True Missionary, no. 11, novembro de 1874. Artigo publicado em 22 de outubro de 1874.

MISSÃO DA IGREJA - I



Esta é uma série de 6 aulas do Pr. Dr. Juan Carlos Viera - Teólogo Adventista, que vamos publicar em 6 postagens

A IGREJA E O MUNDO:
INTRODUÇÃO A UMA TEOLOGIA BÍBLICA DA MISSÃO

I – A MISSÃO NO MUNDO

1. Considerações em relação à Grande Comissão
a) A Dimensão Geográfica: “Ide por todo o mundo”. S. Marcos 16:15
b) A Dimensão Antropológica: “A toda criatura”.
c) A Dimensão Eclesiástica: “Ide e fazer discípulos”.
d) A Dimensão Teológica: “e que... se pregasse”. S. Lucas 24: 46-48.
e) A Dimensão Soteriológica: “quem crer...”. S. Marcos 16:16.
f) A Dimensão Carismática: “Estes sinais...”. S. Marcos 16: 17-18.

2. Considerações em relação às Mensagens Angélicas
• A Dimensão Étnica: “A toda nação, tribo, língua e povo”. Apoc. 14: 6.
• A Dimensão Mundial: “Toda a Terra foi iluminada”. Apoc. 18: 1.
• A Dimensão Profética: “que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis”. Apoc. 10: 11.

3. Considerações em relação à Oração do Envio – S. João 17: 11-18
- Cristo envia seus seguidores ao mundo – verso 18
- O mundo é o lugar de ação: não podemos retirar-nos dele – versos 11, 15
- Há uma tensão entre “estar no mundo” e “não ser do mundo” – versos 14-17
- Cristo estava preocupado por Seus seguidores – versos 11-15

II – A EXPERIÊNCIA DO POVO DE DEUS NO MUNDO

1. A Experiência de Israel
• A dramática experiência de Israel: Imitação do mundo; de suas práticas políticas, sociais e religiosas. I Samuel 12: 7-12.
• Após o cativeiro: Separação total do mundo que os rodeava: desenvolve-se a idéia do gentio ou estrangeiro que está perdido, condenado. Sua companhia era contaminadora. S. Lucas 15: 1-2.

2. A experiência da Igreja Apostólica
• A novidade teológica trazida por Cristo, de que os gentios podem salvar-se, é traumática para a igreja em formação. Atos 15:1-2; Gálatas 2:11-13.
• O conceito de mundo como algo mau que deve ser odiado, tem primazia sobre o conceito de mundo como algo perdido que deve ser salvo. S. João 3:16; I S. João 2:15-17.

3. A experiência da Igreja até a atualidade

Nos primeiros séculos: Separação

• Os eremitas e seu isolamento
• As primeiras ordens monásticas

Séculos subseqüentes: Participação

• Os monastérios se abrem para a educação do povo
• As primeiras universidades européias são religiosas
• As ordens monásticas se constituem em missionários

Século XX: Secularização

• Uma primeira etapa de secularização de objetivos: os objetivos sociais acima dos religiosos.
• Em sua etapa mais extrema os objetivos sociais se transformam em objetivos políticos, e a secularização alcança sua forma mais extrema: a revolução político-religiosa.

CONCLUSÃO

A relação da Igreja com o Mundo quase sempre produziu uma tensão teológica. Em um extremo, os que querem separar-se do mundo e viver em solidão com Deus. Em outro extremo, os que querem imitar o mundo.
Como a Igreja pode cumprir sua missão no mundo sem cair em nenhum dos dois extremos?