07/05/2009

A INFLUÊNCIA DAS MÃES


Domingo (10/05/2009) é dia das mães, na verdade todos os dias deveriam ser dias das mães! Seres que por mais que nos esforcemos não conseguiremos jamais apresentar a devida gratidão por tudo que fizeram, fazem e ainda farão (pois mesmo as que já descansam na sepultura deixaram sua marca profunda nos filhos) por nós.

Gostaria de analisar, neste momento, com vocês o papel que tem a mãe na vida dos filhos, quanto a influenciá-los para o bem ou para o mal, para o céu ou para a destruição eterna.

“Se sou teu filho ó Senhor, foi porque me deste tal mãe!” Disse Santo Agostinho; e também o famoso presidente americano Abraão Lincoln falou: “Tudo quanto sou e espero ser devo à minha mãe”.

“A esfera de atividade da mãe pode ser humilde; mas sua influência, unida à do pai, é tão duradoura como a eternidade. Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na terra. A influência da mãe é incessante; e se essa influência está sempre do lado do direito, o caráter dos filhos testificará de seu valor e zelo moral[1]”.

Nós vemos a influência das mães sobre os filhos na vida de um personagem bíblico, Moisés, que foi criado por sua mãe até aproximadamente 12 anos, e nesta convivência foi preparado tanto para esta vida quanto para a futura.

Veremos os textos bíblicos e depois analisaremos a questão da influência materna.

Êxodo 2:7-10: “Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei.”

Hebreus 11:23-29: “Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas. Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo.”

I.AS MÃES INFLUENCIAM OS FILHOS NAS COISAS DESSA VIDA

1 – Orientando sua maneira de agir

Na vida de Moisés “as lições aprendidas ao lado de sua mãe, não as esquecia. Eram um escudo contra o orgulho, a incredulidade e o vício que medravam por entre os esplendores da corte[2]”. A sua mãe influenciou o seu modo de agir.

“Os pensamentos e sentimentos da mãe terão poderosa influência sobre o seu legado aos filhos. Se ela permite que sua mente se demore sobre seus próprios sentimentos, se tolera o egoísmo, se é irritadiça e exatora, à disposição dos filhos testificará destes fatos.”[3]

Dos sessenta e nove monarcas que ostentaram a coroa da França, declara um escritor desse país, somente três foram bondosos e magnânimos para com o seu povo, exatamente aqueles que foram educados pelas mães, sem a interferência de preceptores da corte. Os demais afirma o renomado historiador, “foram intolerantes, tiranos e cruéis”[4]

As mães têm em suas mãos a oportunidade de influenciarem seus filhos de maneira a que eles sejam pessoas respeitadas na sua família e na sociedade, e sejam pessoas de bem e ajudadoras.
Do modo como as mães ensinam, seus filhos agirão, se foi amor que aprenderam revelarão amor, se não, apresentarão toda descortesia e maltratos que viram quando pequenos. E da forma como foram ensinados atuarão durante sua vida.

2 – Dando um legado que dura a vida inteira

“Toda a vida futura de Moisés, a grande Missão que ele cumpriu, como chefe de Israel, testificam da importância da obra de uma mãe cristã[5]”.

João Ruskin grande ensaísta, crítico e reformador inglês, escreveu sobre sua mãe: “Tudo o que já ensinei sobre arte, tudo o que já escrevi, qualquer grandeza que esteja contida em algum pensamento meu, qualquer coisa que eu tenha feito de bom na vida – tudo se deve simplesmente ao fato de que, quando criança, tive uma mãe que comigo lia uma porção diária da Bíblia, e me fazia memorizar uma porção dela diariamente[6]”.

Sim amigos, em uma grande parte a mãe tem nas mãos o futuro de seus filhos, seja para o bem ou para o mal.

Mas a influência das mães não se resume a esta vida, ela influenciam para a eternidade.

II. AS MÃES INFLUENCIAM OS FILHOS NAS QUESTÕES ESPIRITUAIS

1 – Instruindo a apartar-se do pecado

Moisés teve diante de si todo o poder que era oferecido na época, o avô adotivo queria fazê-lo seu sucessor e para isto teria que ser educado em toda a sabedoria dos egípcios , poderia ter tido as mulheres que quisesse, os manjares mais finos, mas em nenhuma destas coisas Moisés fora reprovado, por que fora educado na infância no caminho de Deus.

“Estudou os mistérios da religião egípcia, mas não participou do culto aos deuses [7]”, sabia que só devia render homenagem a Deus.

E quantas pessoas não foram influenciadas pelas mães a ficarem do lado de Deus em qualquer situação, um exemplo disso é João Wesley, o fundador da Igreja Metodista, sua mãe ajudou todos os 16 filhos, inclusive João e Carlos, a serem cristãos.

A mãe tem um poder em suas mãos e não pode desperdiçar esta chance. Ela pode ajudar seu filho a desejar o céu.

2 – Criando o desejo de vivenciar a eternidade

“Moisés fora instruído em relação à recompensa final a ser dada aos humildes e obedientes servos de Deus, e as vantagens humanas tombaram na insignificância que lhes é própria em comparação com aquela recompensa[8]”.

A influência da mãe produz frutos eternos, no caso de Moisés, para a salvação. E toda mãe deve incentivar seu filho a querer estar no céu com o Senhor Jesus que deu sua própria vida para salva–los. Se os pequenos tiverem este desejo qualquer prazer e honra que lhes forem apresentados e se eles sentirem que estas coisas vão tirar sua mente do prêmio (que é a vida eterna), eles saberão se desviar delas e continuar almejando o céu.

CONCLUSÃO:

Portanto como nós vimos a mãe de Moisés (assim como todas as mães) teve o poder de orientar seu filho para ser um grande homem durante a sua vida terrena e também através da sua instrução ajudou seu filho a ficar do lado de Deus diante de grandes provações e esta mesma influência religiosa o ajudou a sempre visualizar o alvo de sua soberana vocação .

Todas as mães têm o privilégio de influenciar os seus filhos para o bem. Que as mães se comprometam a passar às futuras gerações os bons princípios da cidadania terrena e da celestial. Feliz dia das mães.
[1]Ellen G. White, O Lar adventista (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), 240.
[2]Ellen G. White, Patiarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 244.
[3]White, O Lar adventista, 241.
[4]Moysés M de Oliveira, Novas ilustrações para todas as horas (Rio de Janeiro: JUERP, 1985), 113.
[5]White, Patriarcas e Profetas, 244.
[6]Donald E. Mansell, e Vesta W. Mansell, A Certeza do amanhecer (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1998), 136.
[7]White, Patriarcas e profetas, 245.
[8]White, Patriarcas e profetas, 246.

03/05/2009

Decisão


O nosso planeta está vivendo numa grande guerra entre Cristo e Satanás e temos que escolher de que lado ficaremos. Nesta questão não existe meio termo, ou somos de um exército ou de outro. Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.” Mt. 12:30.
Os dois generais nos convidam a fazer parte de seu lado, os dois montam campanhas de alistamento e dizem – O meu lado é o melhor! Que fazer?Diante destes arrazoamentos devemos tomar uma decisão – escolher hoje a quem vamos seguir, se Deus ou o Diabo.

Gostaria de falar-lhes dos apelos apaixonados de um Deus amoroso que quer nossa felicidade e que escreveu com sangue na história – “o meu lado é melhor, eu lhe amo e você me aceite ou não vou continuar lhe amando”.

Esta questão da decisão é uma questão de vida ou morte. Moisés, perto de sua morte, passou a relembrar a Israel os feitos e as leis de Deus e pediu que o povo escolhesse servir a Deus, pois disso dependeria sua vida: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó” (Dt. 30:15-20).

Josué (sucessor de Moisés) também perto do fim de sua vida falou: “Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR" (Js. 24:14,15).

Elias num grande momento de apostasia de Israel chamou o povo a tomar uma decisão: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (I Rs. 18:21).

Os santos homens de Deus vez após vez conclamaram o povo a buscar ao Senhor e poucos foram os que lhes deram ouvidos.

Mas Deus não desiste, não esquece, ele ama com amor eterno, não tem prazer na morte do perverso, mas em que ele se arrependa e volte para o seu Deus. (veja Ez.18:23 e 32).

Hoje é mais um dia de recrutamento, o Senhor precisa de você, quer lhe dar salvação.

É interessante notar também que a decisão para fazer parte do exército de Cristo tem um caráter de urgência.

Hebreus 3:7,8 - “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto.” Esse “hoje“ do texto aponta para o fato que ainda existe graça para nós, mas um dia vai acabar, e quem sabe quando?

II Coríntios 6:2 - “(porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação)” – aqui o dia da salvação significa o período em que a graça durar, mas vai ter um fim para os pecadores que não quiserem se arrepender.

Isaías 55:6 – “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Aqui também é ressaltado o fato de que um dia ao convite da graça vai cessar, por que não aceita-lo hoje?

E depois de termos conhecido o que Jesus nos ensinou, somos admoestados, como Paulo o foi, a sermos batizados e assim demonstrarmos publicamente de que lado estamos: “E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.” (At. 22:16, grifo e negrito acrescentados)

Sabe por que esta pressa? Existem pelo menos duas razões:

1. Não sabemos o que nos acontecerá amanhã – “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz.” (Pv. 27:1); Jesus contou uma parábola sobre um homem rico que tinha um campo com grande produção aquele ano, e que numa noite estava pensando o que fazer com o produto e os celeiros (que eram pequenos para tanta abundância de víveres), e disse de si para si “fique tranqüilo, relaxe, você tem recursos para lhe sustentar por muitos anos”. Porém, Jesus conclui o relato dizendo: “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.” (Lc. 12:20,21); e ainda Tiago em sua carta assevera: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg. 4:13-15, negrito acrescentado).

Passo a narrar-lhes dois casos que presenciei no distrito de Santa Rita-PB. O primeiro aconteceu em 2007, Maria (pseudônimo) recebeu estudos bíblicos de algumas irmãs da Igreja Central deste distrito e resolveu ser batizada, fui a sua casa, marcamos a data do batismo e tudo estava bem. Dona Maria, porém, era uma pessoa doente e passou mal, tendo que ir ao hospital. Ficou internada por alguns dias e infelizmente, poucos dias antes de seu batismo, chegou a óbito. O que quero destacar desta experiência é que ela tomou a decisão na hora certa, selando a sua vida com Cristo, poucos dias depois de aceitar plenamente a Jesus como seu salvador ela morreu.

O segundo é de uma Jovem que participou de uma conferência evangelística realizada em Santa Rita em 2008, ia quase todas as noites e recebia estudo em sua casa, na hora de dizer sim para Jesus ela e sua mãe disseram que não estavam preparadas e não se decidiram, ela ainda foi à Igreja alguns dias, mas depois parou. Três meses depois disto ela estava em sua casa, assistindo TV, quando ocorreu um tiroteio e saiu para ver, foi baleada, na hora não percebeu, e entrou em sua casa. Depois começou a sentir uma forte dor, foi levada ao hospital, mas não resistiu. O que quero destacar desta história é que ela teve a chance e aceitar a Jesus, mas deixou para depois e não teve mais essa chance.

Não estou querendo dizer que se não aceitarmos a Jesus iremos morrer logo, mas que nós não temos controle sobre nossa vida e não sabemos o que nos acontecerá daqui a 1 minuto. Por isso somos convidados, e com urgência, a aceitar Jesus como salvador e Senhor.

2. Podemos desfrutar de um pedacinho do céu aqui na Terra – Deus deseja que tenhamos vida e vida em abundância (Jo. 10:10). Porque a vida que temos neste mundo, mesmo que tenhamos toda riqueza e conforto, é uma vida marcada de sofrimento e desesperança. Estamos à mercê de toda e qualquer calamidade, todo e qualquer fenômeno da natureza, enfim de tudo. Mas nosso Deus e Pai nos promete algo melhor já aqui – paz (Jesus disse que nos daria paz, paz que o mundo não conhece), mesmo nos momentos mais difíceis; amor, esperança verdadeira e etc.

Com Jesus podemos passar por toda e qualquer situação, mesmo que seja a morte, e ainda assim ter paz e esperança. Por isso Deus anseia que nós o aceitemos ele quer mudar nossa vida e já.
Você caro leitor pode ainda não ter aceitado a Jesus como general, então ouça o Seu convite: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt. 11:28-30). Não importa o que você tenha feito ou esteja fazendo Ele te ama e te chama (não significa que ele aprove nossos maus atos, mas que Deus nos aceita de qualquer jeito e depois Faz a Sua obra em nós).

Agora se você fez um dia profissão pública de seguir a Deus, mas sente que em sua vida existem algumas coisas que não O agradam, decida ser 100% Jesus. Irmão (ã) querido (a) Jesus breve virá e o que será de você? Hoje, enquanto estamos com vida e plena consciência, é que temos que decidir seguir-Lo! Não deixe que nenhum pecado secreto lhe aparte do nosso Grande Amigo e Salvador, Ele deseja mudar sua vida também. Busque a Deus em primeiro lugar, faça dEle seu Companheiro, seu Confidente, seu Ajudador.

Hoje é dia de decisão - Escolham a Jesus.

30/04/2009

REFLEXÃO SOBRE O TEMA: LEI X GRAÇA


Você já ouviu que nós não devemos mais guardar os mandamentos de Deus já que estamos sob a graça? Será isto verdade? Muita gente boa e sincera tem falado isto, será que eles não estão com a razão? Este é um tema muito importante para analisarmos hoje. Veremos qual o papel da lei e da graça na salvação, e também se ainda é importante obedecermos à lei, já que não estamos debaixo dela.
Primeiramente veremos o que é graça e porque precisamos dela.

I. A GRAÇA

a) O que é?
“Graça - (do hebraico hessed; do grego charis; do latim gratia) Favor imerecido concedido por Deus à raça humana. É um fluir único da bondade e generosidade de Deus. O objetivo da graça é duplo: 1. salva o homem do pecado; e 2. restringe a ação deste (pecado), levando o homem a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus. A graça, ensina o apóstolo Paulo, é operada pela fé.”[1]

Somos salvos pela graça (Ef. 2:5,8) e alcançamos esta graça pela fé, que também é um dom de Deus (Ef. 2:8). Ele nos veste com vestes de salvação (Is. 61:10). Pelo próprio conceito dado, aprendemos que não fazemos ou temos nada que nos torne merecedores da salvação (que vem pela graça). Ela simplesmente é fruto do amor (Jo 3:16) e da misericórdia de Deus ( Ef. 2:4,5).
Esta graça está disponível a todos os homens (Ler Tt 2:11). Ela produz justificação, santificação e, por fim, glorificação. É muito importante saber que sem a graça de Deus não há salvação para nós (Ef. 2:8,9). Por mais que nos esforcemos, não produziremos justiça própria que nos garanta a entrada no céu (Is. 64:6). Só nos resta aceitar o convite da graça em Is. 1:18, 19.

O que ocasionou a necessidade da graça de Deus para nossa salvação? Por que o nosso caso é tão sério que unicamente pela intervenção divina pode haver esperança para nós? Veremos a seguir.
b) Nossa necessidade dela
Para entendermos o porquê da nossa necessidade da graça precisamos analisar a nossa condição.
Deus criou o Homem no Éden e estabeleceu a condição para a vida –“Não coma do fruto da árvore do meio do jardim, pois se comer, morrerá”. Mas houve desobediência, e como conseqüência veio a punição – morte e condenação de morte eterna. Estávamos perdidos, entrara o pecado no mundo.

Já que o pecado entrou, não poderia sair com um pedido de desculpas ou com arrependimento e estaria tudo bem? Para responder, vamos ver o que é pecado.

Além do ato o pecado pode ser: “Um Sentimento: Mt. 5:22; Um Desejo: Mt. 5:28; Omissão: Tg. 4:17; Parcialidade: Tg. 2:9; Defeito de caráter: Mt. 7:18-20; Mt. 15:18-20; Fanatismo (Proibir ou condenar aquilo que Deus nunca proibiu ou condenou) Cl. 2:20-23, I Tm. 4:1-3; Estado: Ignorância culposa – At. 13:22; Jo. 3:10-12; e Escassez de Poder: Rm. 11:17; At. 3:17,18; Natureza: Rm. 7: 14-23; transgressão da lei: I Jo. 3:4.”[2]

Tal é a situação, que Paulo chega a afirmar que nós sem Deus nos encontramos “mortos em nossas ofensas e pecados” (Ef. 2:1-3). Não há esperança de salvação, pois o pecado gerou: “Rm 7:7-13 – Condenação, culpa; Rm 3:23 – Destituição da Glória de Deus; um mal hereditário e Universal – Sl. 51:5; Rm 3:9-18; alteração da natureza humana (Natureza pecaminosa); perda da Imagem moral de Deus (Justo, Santo e Perfeito), que afetou negativamente o relacionamento pessoal com Deus (separação, Gn 3:8; Is 59:2) e o interpessoal (Gn 3:12,13); perda da dignidade pessoal, vergonha do corpo (Gn 2:25; cf. 3:7); Hostilidade com a natureza (Gn 3:17,18); sofrimento e morte (Gn 3:16,17-19); Culpa (Rm 3:13; Tg 2:10); Expulsão do Éden (Gn 3:22-24) e Tendência inata de buscar a salvação pelos próprios meios (Gn 3:7)”[3]

Por isso, precisamos de um salvador, não podemos salvar-nos por nós mesmos. Tudo que façamos estará contaminado com a mancha do pecado. Aí entra o amor de Deus: sabendo que somos incapazes de restaurar por nós mesmos o ideal edênico, de operarmos uma reconciliação, Ele, por Sua graça, nos salva, nos regenera e nos capacita a estar em Sua presença.

Dessa forma, vimos que a graça é boa, é um dom de Deus, não fizemos nada para merecê-la, mas a recebemos por fé. E ainda vimos que precisamos dela para sair da condição deplorável em que nos encontramos. Logo, a graça é maravilhosa, mas e a Lei, o que dizer dela?

II. A LEI

a) O que é?
A lei de Deus é uma descrição de Seu caráter. Deus é: Santo (Lv. 19:2); Justo (Sl. 145:17); Bom (Sl. 34:8); Eterno (Is. 40:28); Imutável (Ml. 3:6); Amor (I Jo. 4:8), apenas para citar algumas das características de Deus. Sua Lei também é Santa (Rm. 7:12); Justa (Rm. 7:12); Boa (Rm 7:12); Eterna (Sl. 119:144); Imutável (Sl. 89:34); e o cumprimento dela é o Amor (Rm. 13:10).
Em Êxodo 20, é encontrada e chamada de “lei moral”, mas existem também outras leis, como a “cerimonial” e a de “saúde”, por exemplo. Ela nos foi dada como um padrão de conduta tanto para o nosso relacionamento com Deus, como para com os homens. É dever de todos os homens guardá-la (Ec. 12:13),e isto só é possível com a ajuda de Jesus (Jo 15:5).

Existe um “porém” quanto à guarda da lei: obedecê-la não produz salvação (Gl. 2:16). Então porque guardá-la? Qual o papel dela? Veremos a seguir.

b) Para que existe a Lei?
b).1 Mostrar o pecado – I Jo. 3:4 “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.”; Rm 3:20 “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.”
A Lei de Deus serve como padrão moral para o pecador, apontando-lhe um ideal. Logo, ao esse alvo não ser alcançado, acontece o que a Bíblia chama de pecado. A Lei apenas mostra-lhe em que falhou para que você busque a Deus por solução.
Imagine alguém com o rosto sujo de cinza, chega em casa e não vê que está melado, aí ele vai ao espelho e exclama: - “Oh! Eu estou sujo!”. Pergunto então: O espelho pode limpá-lo? Dirão que não, e então o que pode? Água me responderão. A mancha é o pecado, o espelho a lei, e a água, a graça.
b) .2 Sua guarda é um ato de amor – Jo. 14:15
b) .3 É a norma divina para o Juízo – Tg. 2:12
b) .4 Sua guarda é um sinal que mostra o Povo de Deus – Ap. 12:17; 14:12
b) .5 Ela é como um muro de proteção, se a guardarmos estaremos livres dos perigos do pecado.

Percebemos que o papel da Lei não é o de produzir salvação. Veremos, agora, que existe uma harmonia entre lei e graça, que ambas são igualmente boas.

III. HARMONIA ENTRE AS DUAS

a) Dificuldades aparentes
a) .1 Lei abolida pela graça – Rm 3:31
Há quem diga que a lei foi abolida e que nós estamos hoje debaixo da graça, mas tal argumento é baseado em textos mal analisados e mal compreendidos.

Imagine sete letreiros luminosos com os seguintes dizeres: Igreja – Pregador – Bíblia – Jesus – Graça – Pecado – Lei: e alguém perto deles que fala: - “Andam dizendo que a lei foi abolida, vamos ver!. Em I Jo 3:4 assevera que :Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei; Bem se o pecado é a transgressão da lei, uma vez que a lei foi transgredida ocorreu o pecado, e para salvar-nos Deus nos deu Sua graça que veio por meio de Jesus. Isto está relatado na Bíblia, que é usada por um pregador na Igreja. Bem, vejamos Rm 4:15 (Porque a lei suscita ir; mas onde não há lei, também não há transgressão). Aqui diz que onde não há lei não há pecado. Já que dizem que não há mais lei (o letreiro da lei se apaga), também não há pecado (o letreiro do pecado também se apaga e assim sucessivamente), e se não há pecado não há necessidade de graça. Se não tem Graça, não tem porquê Jesus, assim não precisa-se de promessas e de Bíblia. Sem a Bíblia, não é necessário o pregador, sem os pregadores não há necessidade da igreja. Viram? Se a lei for abolida, todo o sistema de salvação que está por trás dela cairá junto.” A lei é eterna e tem o seu papel.

a) .2 Estar debaixo da graça – Rm 6:14
O texto diz que “o pecado não terá domínio sobre nós” porque não estamos “debaixo da lei e sim da graça”. Ora, se eu estiver debaixo da lei o pecado me dominará. “Como assim?” Vou explicar: É uma resposta com dois pontos; 1º - Estar sob a lei é estar sob sua condenação - toda vez que pecamos transgredimos a lei (I Jo. 3:4), e como resultado recebemos a condenação do pecado, que é morte e morte eterna (Rm. 6:23). Logo a lei nos condena a receber a punição; 2º - Estar sob a lei é usá-la como meio de salvação - A lei está em contraste com a graça como método de salvação. Já que quando eu transgrido coloco-me debaixo da lei e recebo a condenação (como já vimos), não há como me salvar, pois se tentar a salvação pelas obras da lei estarei perdido (Rm. 3:20,28) e sob o domínio do pecado; então necessito da graça, estar debaixo dela, me apoiar nela como meio de salvação, porque “pela graça sois salvos” (Ef. 2:8). Então, estar sob a lei é desobedecê-la e assim estar sob sua condenação e/ou tentar obter a salvação guardando-a, já que não se pode cumpri-la sem Cristo.

b) Uma grande e bendita realidade
A Bíblia apresenta a Lei como um grande pregador evangélico, pois ela denuncia o pecado em suas várias formas, seja no exterior – aquilo que é visível, ou seja, um assassinato, uma mentira, desobedecer a pai e mãe, transgredir o sábado , etc.; seja no interior - aquilo que é invisível: os sentimentos e pensamentos pecaminosos, olhar impuro sexualmente falando, ódio no coração, rancor, matar um sentimento ou a reputação alheia, etc.

Desta forma, a lei cumpre seu papel nos levando a Cristo, que com e por Sua graça nos pode salvar. Já a graça não é uma permissão para pecar – Rm 6:15. Ela nos justifica e nos dá poder para vivermos em harmonia com a lei de Deus (isso não significa que o crente não TROPECE, porque os filhos de Deus não vivem na prática voluntária do pecado, mas vez ou outra caem , contudo não ficam prostrados).

Já que todos pecaram (Rm. 3:23) e pecam (Ec. 7:20), quem aqui não tem pecado? Todos nós temos, estamos sob a condenação da lei, mas graças a Deus que esta lei que só pode nos condenar, pois somos transgressores, nos aponta o meio de escaparmos da condenação – Rm 8:1. Assim, há uma grande harmonia entre a Lei e a Graça.

CONCLUSÃO
Conforme visto, a Lei de Deus tem a sua função, que não é salvar, mas nos enviar a Cristo. Ele, com a Sua graça, nos salva da condenação e do poder do pecado (vivendo em comunhão com Cristo, o crente tem o poder para vencer o domínio do pecado em sua vida. Não significa parar de pecar- isto só depois da 2ª Vinda).

Também devemos relembrar que esta Lei é a lei do amor de Deus, que Ele nos deu como um muro de proteção para vivermos mais felizes.

Queridos amigos, Deus nos amou e tornou-Se homem para morrer por nós, trouxe Sua graça e oferece-a livremente a todo o que a aceitar (Mt. 11:28-30). Se você quiser, hoje poderá aceitá-Lo como seu salvador, você quer? Imagine Jesus na porta de seu coração lhe pedindo entrada, você o deixará do lado de fora? Aceite-O agora! E, tendo aceitado esta oferta de graça, demonstre seu amor para com Ele sendo um servo fiel e obediente, guardando a Sua lei por amor e vivendo protegido por ela.
[1] José Sílvio Ferreira, Cristo nossa salvação (Rio de Janeiro: ADOS, 2006), 329.
[2] Luiz Nunes, Apostila de soteriologia (Cachoeira –BA: Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, s.d.), 23,24.
[3] Ibid., 24, 27.