30/04/2009

REFLEXÃO SOBRE O TEMA: LEI X GRAÇA


Você já ouviu que nós não devemos mais guardar os mandamentos de Deus já que estamos sob a graça? Será isto verdade? Muita gente boa e sincera tem falado isto, será que eles não estão com a razão? Este é um tema muito importante para analisarmos hoje. Veremos qual o papel da lei e da graça na salvação, e também se ainda é importante obedecermos à lei, já que não estamos debaixo dela.
Primeiramente veremos o que é graça e porque precisamos dela.

I. A GRAÇA

a) O que é?
“Graça - (do hebraico hessed; do grego charis; do latim gratia) Favor imerecido concedido por Deus à raça humana. É um fluir único da bondade e generosidade de Deus. O objetivo da graça é duplo: 1. salva o homem do pecado; e 2. restringe a ação deste (pecado), levando o homem a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus. A graça, ensina o apóstolo Paulo, é operada pela fé.”[1]

Somos salvos pela graça (Ef. 2:5,8) e alcançamos esta graça pela fé, que também é um dom de Deus (Ef. 2:8). Ele nos veste com vestes de salvação (Is. 61:10). Pelo próprio conceito dado, aprendemos que não fazemos ou temos nada que nos torne merecedores da salvação (que vem pela graça). Ela simplesmente é fruto do amor (Jo 3:16) e da misericórdia de Deus ( Ef. 2:4,5).
Esta graça está disponível a todos os homens (Ler Tt 2:11). Ela produz justificação, santificação e, por fim, glorificação. É muito importante saber que sem a graça de Deus não há salvação para nós (Ef. 2:8,9). Por mais que nos esforcemos, não produziremos justiça própria que nos garanta a entrada no céu (Is. 64:6). Só nos resta aceitar o convite da graça em Is. 1:18, 19.

O que ocasionou a necessidade da graça de Deus para nossa salvação? Por que o nosso caso é tão sério que unicamente pela intervenção divina pode haver esperança para nós? Veremos a seguir.
b) Nossa necessidade dela
Para entendermos o porquê da nossa necessidade da graça precisamos analisar a nossa condição.
Deus criou o Homem no Éden e estabeleceu a condição para a vida –“Não coma do fruto da árvore do meio do jardim, pois se comer, morrerá”. Mas houve desobediência, e como conseqüência veio a punição – morte e condenação de morte eterna. Estávamos perdidos, entrara o pecado no mundo.

Já que o pecado entrou, não poderia sair com um pedido de desculpas ou com arrependimento e estaria tudo bem? Para responder, vamos ver o que é pecado.

Além do ato o pecado pode ser: “Um Sentimento: Mt. 5:22; Um Desejo: Mt. 5:28; Omissão: Tg. 4:17; Parcialidade: Tg. 2:9; Defeito de caráter: Mt. 7:18-20; Mt. 15:18-20; Fanatismo (Proibir ou condenar aquilo que Deus nunca proibiu ou condenou) Cl. 2:20-23, I Tm. 4:1-3; Estado: Ignorância culposa – At. 13:22; Jo. 3:10-12; e Escassez de Poder: Rm. 11:17; At. 3:17,18; Natureza: Rm. 7: 14-23; transgressão da lei: I Jo. 3:4.”[2]

Tal é a situação, que Paulo chega a afirmar que nós sem Deus nos encontramos “mortos em nossas ofensas e pecados” (Ef. 2:1-3). Não há esperança de salvação, pois o pecado gerou: “Rm 7:7-13 – Condenação, culpa; Rm 3:23 – Destituição da Glória de Deus; um mal hereditário e Universal – Sl. 51:5; Rm 3:9-18; alteração da natureza humana (Natureza pecaminosa); perda da Imagem moral de Deus (Justo, Santo e Perfeito), que afetou negativamente o relacionamento pessoal com Deus (separação, Gn 3:8; Is 59:2) e o interpessoal (Gn 3:12,13); perda da dignidade pessoal, vergonha do corpo (Gn 2:25; cf. 3:7); Hostilidade com a natureza (Gn 3:17,18); sofrimento e morte (Gn 3:16,17-19); Culpa (Rm 3:13; Tg 2:10); Expulsão do Éden (Gn 3:22-24) e Tendência inata de buscar a salvação pelos próprios meios (Gn 3:7)”[3]

Por isso, precisamos de um salvador, não podemos salvar-nos por nós mesmos. Tudo que façamos estará contaminado com a mancha do pecado. Aí entra o amor de Deus: sabendo que somos incapazes de restaurar por nós mesmos o ideal edênico, de operarmos uma reconciliação, Ele, por Sua graça, nos salva, nos regenera e nos capacita a estar em Sua presença.

Dessa forma, vimos que a graça é boa, é um dom de Deus, não fizemos nada para merecê-la, mas a recebemos por fé. E ainda vimos que precisamos dela para sair da condição deplorável em que nos encontramos. Logo, a graça é maravilhosa, mas e a Lei, o que dizer dela?

II. A LEI

a) O que é?
A lei de Deus é uma descrição de Seu caráter. Deus é: Santo (Lv. 19:2); Justo (Sl. 145:17); Bom (Sl. 34:8); Eterno (Is. 40:28); Imutável (Ml. 3:6); Amor (I Jo. 4:8), apenas para citar algumas das características de Deus. Sua Lei também é Santa (Rm. 7:12); Justa (Rm. 7:12); Boa (Rm 7:12); Eterna (Sl. 119:144); Imutável (Sl. 89:34); e o cumprimento dela é o Amor (Rm. 13:10).
Em Êxodo 20, é encontrada e chamada de “lei moral”, mas existem também outras leis, como a “cerimonial” e a de “saúde”, por exemplo. Ela nos foi dada como um padrão de conduta tanto para o nosso relacionamento com Deus, como para com os homens. É dever de todos os homens guardá-la (Ec. 12:13),e isto só é possível com a ajuda de Jesus (Jo 15:5).

Existe um “porém” quanto à guarda da lei: obedecê-la não produz salvação (Gl. 2:16). Então porque guardá-la? Qual o papel dela? Veremos a seguir.

b) Para que existe a Lei?
b).1 Mostrar o pecado – I Jo. 3:4 “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.”; Rm 3:20 “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.”
A Lei de Deus serve como padrão moral para o pecador, apontando-lhe um ideal. Logo, ao esse alvo não ser alcançado, acontece o que a Bíblia chama de pecado. A Lei apenas mostra-lhe em que falhou para que você busque a Deus por solução.
Imagine alguém com o rosto sujo de cinza, chega em casa e não vê que está melado, aí ele vai ao espelho e exclama: - “Oh! Eu estou sujo!”. Pergunto então: O espelho pode limpá-lo? Dirão que não, e então o que pode? Água me responderão. A mancha é o pecado, o espelho a lei, e a água, a graça.
b) .2 Sua guarda é um ato de amor – Jo. 14:15
b) .3 É a norma divina para o Juízo – Tg. 2:12
b) .4 Sua guarda é um sinal que mostra o Povo de Deus – Ap. 12:17; 14:12
b) .5 Ela é como um muro de proteção, se a guardarmos estaremos livres dos perigos do pecado.

Percebemos que o papel da Lei não é o de produzir salvação. Veremos, agora, que existe uma harmonia entre lei e graça, que ambas são igualmente boas.

III. HARMONIA ENTRE AS DUAS

a) Dificuldades aparentes
a) .1 Lei abolida pela graça – Rm 3:31
Há quem diga que a lei foi abolida e que nós estamos hoje debaixo da graça, mas tal argumento é baseado em textos mal analisados e mal compreendidos.

Imagine sete letreiros luminosos com os seguintes dizeres: Igreja – Pregador – Bíblia – Jesus – Graça – Pecado – Lei: e alguém perto deles que fala: - “Andam dizendo que a lei foi abolida, vamos ver!. Em I Jo 3:4 assevera que :Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei; Bem se o pecado é a transgressão da lei, uma vez que a lei foi transgredida ocorreu o pecado, e para salvar-nos Deus nos deu Sua graça que veio por meio de Jesus. Isto está relatado na Bíblia, que é usada por um pregador na Igreja. Bem, vejamos Rm 4:15 (Porque a lei suscita ir; mas onde não há lei, também não há transgressão). Aqui diz que onde não há lei não há pecado. Já que dizem que não há mais lei (o letreiro da lei se apaga), também não há pecado (o letreiro do pecado também se apaga e assim sucessivamente), e se não há pecado não há necessidade de graça. Se não tem Graça, não tem porquê Jesus, assim não precisa-se de promessas e de Bíblia. Sem a Bíblia, não é necessário o pregador, sem os pregadores não há necessidade da igreja. Viram? Se a lei for abolida, todo o sistema de salvação que está por trás dela cairá junto.” A lei é eterna e tem o seu papel.

a) .2 Estar debaixo da graça – Rm 6:14
O texto diz que “o pecado não terá domínio sobre nós” porque não estamos “debaixo da lei e sim da graça”. Ora, se eu estiver debaixo da lei o pecado me dominará. “Como assim?” Vou explicar: É uma resposta com dois pontos; 1º - Estar sob a lei é estar sob sua condenação - toda vez que pecamos transgredimos a lei (I Jo. 3:4), e como resultado recebemos a condenação do pecado, que é morte e morte eterna (Rm. 6:23). Logo a lei nos condena a receber a punição; 2º - Estar sob a lei é usá-la como meio de salvação - A lei está em contraste com a graça como método de salvação. Já que quando eu transgrido coloco-me debaixo da lei e recebo a condenação (como já vimos), não há como me salvar, pois se tentar a salvação pelas obras da lei estarei perdido (Rm. 3:20,28) e sob o domínio do pecado; então necessito da graça, estar debaixo dela, me apoiar nela como meio de salvação, porque “pela graça sois salvos” (Ef. 2:8). Então, estar sob a lei é desobedecê-la e assim estar sob sua condenação e/ou tentar obter a salvação guardando-a, já que não se pode cumpri-la sem Cristo.

b) Uma grande e bendita realidade
A Bíblia apresenta a Lei como um grande pregador evangélico, pois ela denuncia o pecado em suas várias formas, seja no exterior – aquilo que é visível, ou seja, um assassinato, uma mentira, desobedecer a pai e mãe, transgredir o sábado , etc.; seja no interior - aquilo que é invisível: os sentimentos e pensamentos pecaminosos, olhar impuro sexualmente falando, ódio no coração, rancor, matar um sentimento ou a reputação alheia, etc.

Desta forma, a lei cumpre seu papel nos levando a Cristo, que com e por Sua graça nos pode salvar. Já a graça não é uma permissão para pecar – Rm 6:15. Ela nos justifica e nos dá poder para vivermos em harmonia com a lei de Deus (isso não significa que o crente não TROPECE, porque os filhos de Deus não vivem na prática voluntária do pecado, mas vez ou outra caem , contudo não ficam prostrados).

Já que todos pecaram (Rm. 3:23) e pecam (Ec. 7:20), quem aqui não tem pecado? Todos nós temos, estamos sob a condenação da lei, mas graças a Deus que esta lei que só pode nos condenar, pois somos transgressores, nos aponta o meio de escaparmos da condenação – Rm 8:1. Assim, há uma grande harmonia entre a Lei e a Graça.

CONCLUSÃO
Conforme visto, a Lei de Deus tem a sua função, que não é salvar, mas nos enviar a Cristo. Ele, com a Sua graça, nos salva da condenação e do poder do pecado (vivendo em comunhão com Cristo, o crente tem o poder para vencer o domínio do pecado em sua vida. Não significa parar de pecar- isto só depois da 2ª Vinda).

Também devemos relembrar que esta Lei é a lei do amor de Deus, que Ele nos deu como um muro de proteção para vivermos mais felizes.

Queridos amigos, Deus nos amou e tornou-Se homem para morrer por nós, trouxe Sua graça e oferece-a livremente a todo o que a aceitar (Mt. 11:28-30). Se você quiser, hoje poderá aceitá-Lo como seu salvador, você quer? Imagine Jesus na porta de seu coração lhe pedindo entrada, você o deixará do lado de fora? Aceite-O agora! E, tendo aceitado esta oferta de graça, demonstre seu amor para com Ele sendo um servo fiel e obediente, guardando a Sua lei por amor e vivendo protegido por ela.
[1] José Sílvio Ferreira, Cristo nossa salvação (Rio de Janeiro: ADOS, 2006), 329.
[2] Luiz Nunes, Apostila de soteriologia (Cachoeira –BA: Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, s.d.), 23,24.
[3] Ibid., 24, 27.

Seria correto para o cristão Ficar?


ROMANOS 12:1,2

1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus
.


O padrão de pensamento do mundo hodierno é moldado pelo pós-modernismo e uma das características dessa cosmovisão é a pluralidade de verdades, que nos leva a outra característica: o subjetivismo – juntando uma com a outra temos a premissa de que cada um tem a sua própria verdade e age de acordo com ela, não existindo nada absoluto, mas caindo num relativismo sem fim; dessa forma o que é certo para você pode não ser certo para mim e ponto final. Cada um pensa e age conforme ACHA melhor.

Essa forma de ver o mundo, de maneira generalizada, está infiltrada em todo o mundo e envolvendo cada assunto. E não poderia ficar fora dessa situação o aspecto afetivo, levando-nos a uma pressão do vale tudo. A questão é se o que você faz lhe deixa feliz ou lhe deixa legal, daí vem os seguintes raciocínios: se é bom para você só ir a festas e baladas e curtir com aquela gata ou aquele gato e depois nem se lembrar mais dele (a) então faça; se é bom para você ter relações sexuais antes do casamento então as tenha, se é bom para você acabar um casamento de anos porque sua esposa ou esposo não lhe agrada mais então faça, pois é sua felicidade que está em jogo, e etc.

Nesta reflexão vamos abordar a questão do relacionamento chamado “Ficar” e veremos se ele é uma opção válida para os cristãos ou é mais um produto deste mundo secularizado.
Em primeiro lugar vamos definir o que é ficar: “Ficar é uma gíria brasileira que designa uma relação afetiva sem compromisso, que normalmente tem natureza efêmera. É um namoro "relâmpago"; diferencia-se de namorar porque o namoro envolve um compromisso (que comumente envolve fidelidade) e ao menos teoricamente, tem como característica a durabilidade (pelo menos de meses), enquanto que o ficar (ou a ficada) acontece por minutos ou horas.” [1]
Agora vamos ver quais são suas características prinicipais: O “ficar” caracteriza-se pela ausência de compromisso, de limites e regras claramente estabelecidos: o que pode ou não pode é definido no momento em que o relacionamento acontece, de acordo com a vontade dos próprios “ficantes”. A duração do “ficar” varia: o tempo de um único beijo, a noite toda, algumas semanas. Ligar no dia seguinte ou procurar o outro não é dever de nenhum dos “ficantes”.[2]

No ficar não existe compromisso, não existem regras e pressões; e o que me assusta é que tantos jovens ditos “cristãos adventistas” estejam participando desta forma de relacionamento descartável.

O foco é o prazer, o aqui e agora e o resto se vê depois. Mas, entre “ficantes experientes” esse deleite passageiro segue o curso natural das coisas, a lei da causa e efeito, gera um vazio e um sentimento profundo de ter sido usado várias vezes e de ter se aproveitado de outros também.

Mas seria correto usar as pessoas para se obter momentos de prazer, brincar com os sentimentos alheios?

Quem fica corre o risco de: se apaixonar e deixar alguém apaixonado; contudo sem ser correspondido ou corresponder.

Vejamos o que Ellen White escreveu sobre isso: “Brincar com corações não é um crime de pequena magnitude aos olhos de um Deus santo. E todavia alguns mostrarão preferência por moças e lhes despertarão as afeições, e depois vão-se embora e esquecem tudo quanto disseram e o efeito que isto causou. Um novo rosto os atrai, e eles repetem as mesmas palavras, dispensam a outra as mesmas atenções.” [3]

É um crime diante de Deus o “Brincar com corações”, isto vale para o ficar, para o namorar só por namorar e para qualquer coisa do gênero.

Ficar, ter relações sexuais antes do casamento, e etc. são comportamentos do “presente século” (por “presente século” quero me referir ao padrão mundano que sempre existiu em todas as gerações e tempos e que destoa do padrão de comportamento estabelecido por Deus). Paulo nos conclama a não nos acomodarmos com este século, e sim transformarmo-nos (o termo “transformai-vos” é a tradução da palavra grega metamorphoo - mudar de forma, transformar, transfigurar, desta palavra deriva o termo metamorfose, que implica numa transformação) pela renovação de nossa mente/entendimento. Esse transformar-se é resultado de um novo nascimento e é uma continuação desta obra inicial, como nos informa o Comentário Bíblico Adventista: “Esta mudança renovadora, que começa quando o crente se converte e nasce de novo, é uma transformação progressiva e contínua, pois "nosso homem... interior... renova-se de dia em dia" (2 Cor. 4: 16) "até o conhecimento pleno" (Col. 3: 10). E à medida que o homem interior se vai transformando pelo poder do Espírito Santo, a vida exterior também vai trocando progressivamente. A santificação da mente se revelará em uma maneira mais Santa de viver, à medida que o caráter de Cristo se reproduza mais e melhor no crente.”[4]

Deus deseja que cada filho Seu seja feliz, deseja dar-lhe um lar onde não mais haverá lágrimas (Ap. 21:4), nem sofrimentos ou dor. Cumpre-nos como seus representantes que somos, desde já implementar em nossos relacionamentos esses desejos do Pai para nós – procurando ao máximo fazer os outros felizes e minorara e não causar a dor.

Pelo que vimos “ficar” não é um comportamento aceitável para o cristão, já que é um relacionamento irresponsável, sem regras e sem compromisso; além de fazer do outro um ser descartável (que se usa e joga fora) e desta maneira brincar com os sentimentos alheios.

Portanto devemos procurar um tipo de relacionamento que não esteja de acordo com o presente século, mas sim com a vontade de Deus.

[1] Wikipedia, “ficar”. Pesquisa realizada na Internet no dia 29 de abril de 2009, no site:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficar.
[2] “Ficar ou namorar”. Pesquisa realizada na Internet no dia 29 de abril de 2009, no site: <http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/novos_textos/b/ficar.htm>.
[3] Ellen White, O Lar adventista, 57.
[4] Comentário Bíblico Adventista; 5:612, 613.

23/04/2009

Seria Correto Fofocar?


Certo dia um homem, muito agitado, apresentou-se a Sócrates, o célebre filósofo antigo, e disse-lhe:
– Escute Sócrates: como seu amigo tenho alguma coisa para lhe dizer.
– Espere! – interrompeu o sábio. – O que você vai me dizer, passou pelos três coadores?
– Três coadores?! – perguntou o outro, admirado.
– Sim, amigo, três coadores. Vejamos se o que você tem para me dizer passou por eles. O primeiro coador é o coador da verdade. Você tem certeza de que é verdadeiro o que vai me dizer?
Assegurar, não posso. Ouvi dizer e...
– Bem, bem. Certamente você o fez passar pelo segundo coador: o da bondade. Ainda que não seja verdadeiro, será pelo menos bom o que você quer me dizer?
Titubeando replicou o outro: – Não, pelo contrário . . .
– Ah! – interrompeu o sábio. – Procuremos então passar pelo terceiro coador e vejamos se é útil o que tanto agita você.
– Útil?! – tornou o amigo, já impaciente e vexado. Não é...
– Bem, – disse Sócrates, sorrindo – se o que você tem a dizer não é verdadeiro, nem bom, nem útil, esqueçamos o caso e não se preocupe com ele mais do que eu. – A Pena Evangélica.

Quantos males seriam evitados se esses três coadores fossem usados sempre, não é?
Muitos de nós já sofremos com a língua dos outros ou até mesmo podemos ter feito alguém sofrer. É uma palavra dita de forma impensada, uma fofoca que é passada adiante sem nem mesmo pararmos para analisar se o que ouvimos e repassamos é verdade; e aí bummm está feita uma desordem!
É interessante o fato de que o homem consiga domar um animal, mas não a própria língua, e por isso coisas terríveis e espantosas acontecem.
O falar mal é algo muito velho e tem uma origem sombria, por isso não deve fazer parte do estilo de vida dos cristãos.
Vamos meditar em versos da Bíblia que tocam neste assunto e ver alguns textos da Irmã White sobre o assunto

DIFAMAÇÃO E FOFOCA:

(As referências bíblicas são da versão Almeida Revista e Atualizada; e as definições das palavras hebraicas e gregas foram tiradas da Bíblia On-line 3.0 e do Bibleworks 4.0).
A Bíblia proíbe taxativamente o falar mal e as fofocas! Vamos ver alguns textos que nos provam essa verdade, mas antes veremos as definições dadas pelo Aurélio de algumas palavras chave:
Maldizente: “Que ou quem fala mal dos outros, tem má língua; maledicente, malédico, malfalante.”
Mexericar: “Narrar em segredo e astuciosamente, com o fim de malquistar, intrigar ou enredar.”
Caluniar: “Difamar, fazendo acusações falsas.”
Fofoca: “Mexerico, intriga, bisbilhotice.”
Difamar: “Tirar a boa fama ou o crédito a; desacreditar publicamente; infamar, detrair; falar mal.”

Êxodo 23:1 “Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa.” O termo “Falsas” é shav’ que pode significar vacuidade, vaidade, vazio de fala, falsidade, mentira – Aqui Deus nos proíbe de espalharmos notícias mentirosas, falsas. È terrível o fato de pessoas que se dizem cristãs saírem espalhando notícias mentirosas para denegrir alguém que possas lhe ter feito mal, um concorrente numa vaga de emprego ou num cargo melhor no trabalho ou quem quer que seja. Isso não agrada a Deus.

Levítico 19:16 “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR.” “Mexeriqueiro” rakiyl - caluniador, difamador, fofoqueiro, informante (é interessante notar que esta palavra procede de rakal que significa: 1) ir de um lado para outro [sentido duvidoso] 1a) [Qal] negociante, comerciante [particípio] [subst.]; sendo assim a melhor tradução aqui é a de um maledicente [que vai de um lugar a outro]) Deus proíbe falar mal contra o próximo e o sair espalhando notícias. Na análise desse verso no Comentário Adventista temos a seguinte narrativa: “Os rabinos ensinavam que eram três os pecados que tirariam o homem deste mundo e o privariam do mundo futuro:idolatria, incesto, e homicídio, mas que a calúnia era pior que estes, pois matava a três pessoas de uma vez: o caluniador, o caluniado e o ouvinte. É mais efetiva que uma espada de dois gumes.”

Salmo 62:4 “Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.” “Maldizem” vem de qalal – no piel (forma intensiva do verbo hebraico) – desprezar (abominar), amaldiçoar. O salmista fala de pessoas que eram falsas com ele, na frente eram uma coisa e por trás outra. Claro que este comportamento não é aceitável nem por Deus e nem pelos homens de Deus. Devemos ter cuidado com as pessoas falsas, mesmo as que se dizem cristãs; e mais sério ainda – devemos ter cuidado em não ser esse tipo de pessoa.

Provérbios 26:20 “Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda.” A palavra – maldizente é nirgan – que significa: murmurar, falar mal, caluniar, fofoqueiro, mexeriqueiro; Deus não aprova a contenda, muito menos quem a estimula e a faz continuar.

Salmo 50:16-20 “Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, 17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras? 18 Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. 19 Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. 20 Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua mãe.” (negrito acrescentado). Aqui podemos perceber que o DIFAMAR e o FALAR MAL são características descritas como pertencentes ao ÍMPIO (aquele que é hostil a Deus, que é perverso e culpado de pecado diante do Altíssimo). Um sinal amarelo se acende agora perante nós, e nos adverte a rever nosso padrão de comportamento – temos cuidado de nossa língua ou sentado à roda de pessoas que estão unidas pra falarem mal dos irmãos da igreja, da liderança da mesma (sejam os líderes de departamento, os diretores de grupo ou anciãos, os pastores distritais ou departamentais e administradores de campo), de colegas de trabalho, de vivinhos ou até mesmo de amigos?

I Coríntios 5:11 “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.” “maldizente” - loidoros – maldizente, caluniador, difamador. E é importante saber que na mesma carta no capítulo 6 versos 9 e 10 Paulo dá uma pequena lista de pecados que os que continuam em sua prática não entrarão no céu “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.” E nesta lista estão os maldizentes! Sério isso não? Deus não gosta da maledicência, da fofoca e de denegrirem o caráter do próximo.

Colossenses 3:8 “Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” O termo “despojai-vos” - apotithemi significa: colocar de lado, tirar do caminho, remover. E Paulo diz o que deve ser removido e entre essas coisas está a maledicência, que aqui é a tradução de blasphemia 1) calúnia, difamação, discurso injurioso contra o bom nome de alguém 2) discurso ímpio e repreensivo, injurioso contra a majestade divina. A maledicência em certo sentido é uma blasfêmia (no sentido acima citado) contra o próximo e deve ser evitada e se a praticamos deve ser retirada de nossa vida (aqui não está em evidência o 2º significado, que tem a ver com Deus).

I Timóteo 3:11 “Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.” Aqui Paulo, instruindo Timóteo, dá algumas características de como as mulheres de Deus devem viver e entre essas peculiaridades está o “não ser maldizentes” e a palavra grega que é usada aqui é diabolos 1) dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade 1a) caluniador, que faz falsas acusações, que faz comentários maliciosos 2) metafórico aplicado à pessoas que, por opor-se à causa de Deus, podem ser descritas como agindo da parte do demônio ou tomando o seu partido ( dadas à fofoca mal intencionada, maliciosa). Notem que a palavra é a mesma que descreve o inimigo de Deus e pela qual ele é algumas vezes chamado - “diabo”, então podemos concluir deste fato que fofocar, maldizer, ser falso, difamar, e etc.são atitudes diabólicas e que quem as faz está imitando seu inventor (mais abaixo trataremos novamente deste assunto).

I Pedro 2:1 “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências.” “Maledicência” - katalalia difamar, insultar, caluniar, precedido do termo “despojando-vos” que é particípio aoristo médio e o particípio compartilha da força imperativa do verbo principal (O “desejai” do verso dois deste capítulo [1 Ped. 2]) Ver Fritz Rienecker e Cleon Rogers, Chave lingüística do Novo Testamento Grego (Vida Nova:SP, 2000), “1 Pedro 2:1”, 556. Aqui o falar mal é comparado a uma roupa antiga (a do velho homem) que deve ser tirada de uma vez por todas e colocar outra em seu lugar (semelhante à Colossenses 3:8).
Gostaria de enriquecer essa mensagem com partes do sermão feito pelo Pr. Lícius Marcílio Puerta Lula, intitulado: “O pecado que tirou Lúcifer do Céu”.
O texto base é Ezequiel 28:11-16, mas para o nosso estudo aqui o que interessa é o verso 16 “Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.”
“Mas, o que o comércio tem a ver com isso? Seria ilógico imaginar que Lúcifer montou uma loja, ou alguma coisa do tipo, no Céu. Mais ilógico ainda seria imaginar que ele foi expulso do Céu por ser comerciante e que, neste texto, Deus estaria condenando o comércio e os comerciantes. Para entendermos, é preciso olharmos o que o profeta Ezequiel quis dizer com esta palavra.No hebraico existem pelo menos sete palavras diferentes para designar o ato de comercializar. No entanto, o profeta usou a palavra ‘REKHULLAH’. Esta palavra é usada unicamente pelo profeta Ezequiel e aparece apenas cinco vezes em todo o AT (Ezequiel 26:12; 27:20, 23; 28:16, 18), sempre tendo o mesmo sentido: comércio. Mas, porque o profeta a usou, sendo que no mesmo livro encontramos outras palavras usadas por ele para designar o comércio também? O fato é que este termo é usado para se referir a um tipo de comércio especial. Não aquele comércio feito dentro das lojas, no ar-condicionado, com as contas pagas no Cartão de Crédito, mas sim aquele feito nas feiras populares, na beira da calçada, da mesma forma que ainda vemos hoje.” Tendo um feirante depreciando a mercadoria do outro – ‘rekhullah’ era assim.”
E o que isso tem a ver com a fofoca? Você pode pergunta. Vamos continuar com Lícius:

“A palavra ‘Rekhullah’, como vimos é usada apenas cinco vezes. No entanto, ela é derivada de uma outra palavra, “Rakiyl”, que tem um significado bem diferente, mas que esclarece esta questão. Esta palavra, “Rakiyl”, aparece também apenas seis vezes no AT (Prov. 11:13; 20:19; Jer. 6:28; 9:3; Eze. 22:9). Em todas estas vezes aparece com o mesmo sentido e significado de Levítico 19:16. ‘Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR.’”

Notem que a palavra “comércio” em Ezequiel é derivada de “rakyil” de Lv. 19:16 (nós analisamos este verso acima) que é traduzida como “mexeriqueiro” um difamador que vai de um lugar para outro.

Ele ainda cita alguns textos de Ellen White com referência a Satanás e a nós: A serva do Senhor, no livro Patriarcas e Profetas, p. 37, diz: ‘Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos.’ Diz mais ainda, na p. 38: ‘Lúcifer havia apresentado os propósitos de Deus sob uma luz falsa, interpretando-os mal e torcendo-os, de modo a incitar a dissensão e descontentamento.’” E ainda: “‘Não devemos ser mexeriqueiros, bisbilhoteiros ou boateiros; não devemos dar falso testemunho’. – Fundamentos da Educação Cristã, 458. ‘Ele [Satanás] sabe que toda essa tagarelice e mexerico e revelação de segredos e dissecação de caracteres separa de Deus a alma. É morte para a espiritualidade e para uma calma influência religiosa’. – Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 779”

Com isso em mente e sabendo que a palavra “diabolos” pode ser traduzida como difamador ou maledicente, concluo que:
1. Falar mal e fofocar são proibidos na Bíblia e Espírito de Profecia (há mais textos sobre o assunto, mas por questão de tempo e espaço serão citados apenas estes);
2. Falar mal e fofocar são características dos ímpios;
3. Falar mal e fofocar são características de Satanás e imitadas por aqueles que estão sob seu controle.
Portanto, diante do acima exposto pense duas ou mais vezes antes de ouvir ou contar algo sobre alguém e procure sair da sua boca somente o que edifica e eleva. Procure honrar o seu semelhante, ajuda-lo em suas fraquezas e não denegri-lo. Que Deus nos abençoe!!!

16/04/2009

BOAS NOVAS DE SALVAÇÃO





Há uma inquietação no mundo partilhada por todos que um dia já viveram, pelos que vivem, e pelos que ainda viverão, e esta questão que nos angustia diz respeito a nosso bem estar futuro. Será que é só isso? Diz uma mãe ao ver seu filho viciado morrendo num hospital por overdose, será que teremos apenas a dor, o sofrimento, e depois a morte?
Neste mundo há balas perdidas procurando alguém que as ache; atentados, como o que matou a ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto; acidentes que tiram brutalmente a vida de entes queridos e amigos, mas agora faço eco aos aflitos e pergunto: é só isso?
NÃO!!!!!! Claro que não! Deus preparou algo diferente para nós, e Seu desejo é colocar-nos em um lugar onde a situação reinante no mundo hodierno não exista, mas haja paz, vida, amor e todas as coisas boas. Precisamos ter a certeza de nossa estada neste lugar maravilhoso. Já que Deus preparou precisamos crer; sabe muitos não têm a certeza da sua salvação; e esta questão (a certeza da salvação) não deve ser deixada ao acaso, temos que ter certeza ou de nossa salvação ou de nossa perdição é como a mulher grávida, ou ela está ou não está! Assim é com a salvação, não existe 50% salvo; 95% salvo; ou estamos ou não; Jesus disse “Quem não é por mim é contra mim, quem comigo não ajunta, espalha” Mt 12:30

Por isso agora nós analisaremos 3 verdades sobre a salvação!

I. A SALVAÇÃO NÃO É CONQUISTADA POR NOSSAS BOAS AÇÕES

Você já deve ter escutado alguém dizer assim: – “Eu não minto, não roubo, não mato, não falo mal dos outros, Deus deve ter um lugarzinho reservado para mim no céu”.
É, este pensamento é mais real no mundo de hoje do que imaginamos. Há denominações ditas cristãs e outras religiões que baseiam a salvação na prática de boas obras, de caridade, baseiam também em você ter um comportamento moral e social impecável (exteriormente é claro).
Mas será que é assim? Vejamos alguns exemplos bíblicos que nos esclarecerão o assunto:
a) At 10:1,2 “v. 1 Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, v. 2 piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus”.– Aqui fala de Cornélio, de acordo com estes textos vocês diriam que este homem era um bom homem ou não? Claro que era, mas era salvo? Alguns dizem que sim, mas vejamos o que Pedro disse em At 11:12-14 “12 Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem. 13 E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, 14 o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa.” – “palavras pelas quais será salvo...” então amigos, era salvo? NÃO. Por quê? Porque a salvação não vem pelas obras, você não precisa ser bom para ir a Jesus, mas indo a Jesus ficará bom.

b) O outro exemplo está em Mt 7:21-22 “21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” – Aqui está um grupo de religiosos, vejam, pessoas que diziam seguir a Jesus e faziam algo no nome dEle. Agora eu pergunto expulsar demônios é algo bom ou mau? Fazer milagres? E profetizar? Tudo o que fizeram foi bom, mas no verso 23 nos apresenta um quadro de salvação ou perdição para eles? “23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” Perdição não é amigos? Vejam, fazer coisas boas não é sinônimo de salvação, logo a salvação não vem pelas obras boas.

c) Vejamos ainda outro texto – Is 64:6 –“ Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.” Nós somos como o imundo, nossas boas obras, nossas justiças são como trapo de imundícia (As mulheres judias usavam um pano na época de sua menstruação, este pano era chamado de trapo de imundícia) A estes trapos todas as nossas boas obras são comparadas mostrando que não tem como nos salvarmos por nossos bons atos, pois não têm méritos para a nossa salvação.

Imagine que você recebeu uma Ferrari de 1 milhão de dólares de presente de um amigo, e no ato da entrega você diz –“Olha eu não gosto de receber nada de graça, por isso aceite como compensação isto ( e você entrega um envelope contendo R$ 200,00) seu amigo além de considerar uma ofensa sua ação, diz que o que você oferece não dá nem para comprar a banda de um pneu original desta máquina.

Assim é com a nossa salvação recebemos de graça e nada do que fizermos poderá acrescentar algo para nós, pois já foi pago o preço e é alto demais para que possamos alcançá-lo, só nos resta aceitar e agradecer.
Sabe por que muitos não têm certeza de sua salvação? – olham para o lugar errado – dentro de si mesmos, e têm como base areia movediça – suas obras; fazendo isto não tem ninguém que tenha certeza da salvação; aí você encontra pessoas que dizem quando questionadas se estão salvas ou não – “estou trabalhando nisso”, “Se Deus quiser eu vou me salvar”; poucos dizem “SIM” ou NÃO”.
Você pode me perguntar “– Mas espere ai, onde entram as boas obras e a moralidade?” (vou responder usando as palavras de Morris Venden no seu livro “95 Teses sobre justificação pela fé” retiradas da 7ª tese).
“Não estamos falando sobre a importância das boas obras. Não estamos falando sobre o propósito das boas obras. Estamos falando sobre o método de salvação. E quando se fala em salvação, as boas obras não são a sua causa. Elas são o resultado.”
“Moralidade é resultado da justificação. Não é a causa da justificação. Nunca será uma causa. O cristão genuíno será uma pessoa moral.” (grifos acrescentados)
Então podemos notar que as boas obras fazem parte da vida do cristão, mas como resultado da salvação e nunca como causadoras dela.
Já vimos que não podemos nos salvar tendo como base as nossas boas obras, então como podemos ser salvos? E depois por que devemos ter certeza deste fato?

II. A SALVAÇÃO VEM PELA GRAÇA DE DEUS E É ALCANÇADA PELA FÉ

Em Atos 16: 30,31 nós temos o carcereiro perguntando a Paulo a Silas o que fazer para ser salvo, e eles dizem “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa”
Vamos ler João 3:15,16 – “15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. 16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jesus disse que o que nEle Crê tem a vida eterna
Então vemos que a condição básica para a nossa salvação é crer, ter fé, mas ter fé em quê? Ou em quem?
Jesus e a Bíblia afirmam que é ter fé nele, mais especificamente no sacrifício que Ele fez em nosso favor, vou explicar:
Quando o homem pecou atraiu sobre si a condenação da morte e morte eterna (o salário do pecado é a morte – Rm 6:23), e agora o que fazer? Deus já tinha um plano caso o homem pecasse, e neste plano Ele tornar-se-ia humano e tomaria o lugar do homem em sua condenação, só alguém humano poderia ser o nosso substituto e vencer, e provar que Adão não precisava ter pecado, pecou porque quis, e que Adão poderia ter vencido, mas fraquejou. E além de vencer Ele ofereceu a vitória Deus sofrendo a morte eterna em nosso lugar, é como se um Juiz nos declarasse culpados da sentença de morte – toda a raça humana, mas só que este mesmo juiz se oferece para sofrer em nosso lugar; os que aceitarem são livres, mas os que rejeitarem sofrerão a pena, não importa quando, esta punição chegará aos que rejeitarem o seu substituto.
A morte de Jesus nos torna justos, mesmo não sendo; é que Ele coloca sobre os que o aceitam a Sua Justiça, de forma que quando o Pai olha para um pecador arrependido, Ele vê a Justiça de Cristo, vejamos Isaías 61:10 “ Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas jóias.” Ele nos cobre com vestes de salvação!
Jesus afirma categoricamente que os que nEle crêem TÊM a vida eterna – vejamos João 5:24 “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” , os discípulos entenderam isto e declararam sua fé nestas palavras em Atos 15:11 “ Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.”
Então amigos nós temos que ter certeza da salvação, é a mesma forma que o judeu encarava o perdão, ele ia ao santuário com a oferta (bode, ou cabra, ou ovelha, ou carneiro) e colocava a mão sobre a cabeça do animal e então confessava o pecado, logo simbolicamente o pecado passava para o animal e deste para o sacerdote e deste para o santuário, ai o pecador saía do santuário com a certeza do perdão, pois na cabeça do judeu ao colocar a mão sobre a cabeça do animal seu pecado já não está mais com ele e sim com o animal, então ele sabia que já não tinha mais o pecado, NÃO é questão de sentir, “Ah! Eu me sinto perdoado”, ou “Ah! Eu me sinto salvo”, REPITO - NÃO!!!!!! É uma questão de CRER, eu tenho que crer, pois esta é a palavra de Deus.
Vamos ver agora Efésios 2:5, 8-10 – “ 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos,... 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. 10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Aqui declara que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isto é um dom (PRESENTE) de DEUS, e tem mais vejamos o verso 6 “ e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” OH! Que maravilha, vejam pela fé nós já estamos assentados com Cristo nas regiões celestiais, ou seja no céu, e isto agora irmãos! Então repito um pensamento inicial, ou estamos lá agora ou não estamos; não tem meio termo (claro que não podemos deixar de lado um das tensões teológicas e escatológicas a esse respeito – a questão do “já” e do “ainda não”; estamos salvos, mas não estamos livres do pecado e do mal ainda; temos a certeza deste livramento final e da salvação, é o “já”, porém estamos aguardando o pleno cumprimento destas palavras quando Jesus voltar, é o “ainda não”).
A palavra de Deus declara que pela graça nós somos salvos por meio da fé em Jesus, no Seu sacrifício por nós, e nós já estamos com Ele pela fé no céu, agora cada um deve ter certeza de sua salvação, ninguém tem o direito de opinar sobre a salvação dos outros, é pessoal amigos. Por isso cada um cuide de ter certeza, pois se você não tem é sinal que não está.

Gostaria de inserir neste espaço mais uma ajuda do Pr. Morris sobre a salvação, é uma volta ao assunto das obras que tem ligação com a fé. É que nós não somos salvos pelas boas obras (você pode dizer “- de novo meu amigo, não já foi falado isto antes”), isto é um ponto pacífico, mas a outra questão é que nós não nos perderemos por causa das más obras que praticamos e sim pelo fato de ter ou não aceitado Jesus, as más obras logo sempre acompanharão os que rejeitarem o Salvador; vejam o que Venden diz: “Rm 3:20 [visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado]. Nossas boas obras não causam nossa salvação. Nossas más obras não causam nossa perdição. Se, por fim, você se salvar, será devido ao que fez em relação a Jesus como seu Salvador. As boas obras indubitavelmente estarão presentes; não são, porém, o que causou a sua salvação. Do mesmo modo, se afinal perder-se, será porque deixou a Jesus fora de seu coração, batendo em vão, pedindo entrada. As más obras podem estar presentes, mas serão o resultado, e não a causa. Deus não julga pelos atos exteriores, mas pelo coração. Do coração procedem as fontes da vida.” (grifos acrescentados)

Só que tem mais um, porém, será que é uma vez salvo, salvo para sempre? Será que a certeza da salvação implica numa graça barata,ou seja, será que os que um dia tiveram ou têm a salvação podem fazer o que quiser que serão salvos? Ou que se um dia esteve nos caminhos de Deus e saiu tem que necessariamente voltar porque já foi salvo?

III. NÃO É UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE.

Vamos ver I Coríntios 10:12 “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” – aqui há a advertência para os que pensam estar em pé, mostrando que existe a possibilidade da queda.
Agora Hebreus 2:1-3 “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. 2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, 3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram.” Aqui nos mostra que existe o risco de nos desviarmos da Palavra e de Deus, e se negligenciarmos a salvação que nos é oferecida como escaparemos?
E por fim II Pedro 2:20-22 “ 20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. 21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. 22 Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” E 3:17 “Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza” – aqui fala da realidade do desvio, da queda, do abandono das verdades que um dia foram amadas.
Diante do que vimos podemos entender que mesmo depois de aceitar a Cristo e receber a salvação, podemos ainda cair e nos desviar e não tem certeza da volta NÃO. Por isso a nossa única salvaguarda é estarmos DIA A DIA ao lado de Jesus pela oração, leitura, estudo, meditação e memorização da Bíblia, além do testemunho e frequência às atividades da Igreja; claro que pedindo forças a Deus a cada dia, pois Jesus mesmo nos ensinou que “Sem Ele nada podemos fazer” João 15:5.

CONCLUSÃO:

Vimos que:
1. Não importa o quanto nos esforcemos, nem quantas boas ações pratiquemos, nossos atos, palavras e pensamentos são maculados pelo pecado, por isso não tem como nos salvarmos por eles;
2. Nossa única esperança de salvação está em Deus e no que Ele fez por nós, por Sua graça somos salvos. Pelo sacrifício de Jesus e por Sua Justiça a nós outorgada pela fé entraremos nas mansões celestiais, e de fato pela mesma fé já estamos lá;
3. Não significa que uma vez salvo, salvo para sempre. Enquanto estivermos aqui neste mundo mau haverá a possibilidade da queda e do desvio, nossa única salvaguarda é buscarmos a Deus dia a dia;
Oro para que você caro(a) leitor(a) tenha a certeza de sua salvação em Jesus Cristo, pela misericórdia de Deus e atuação do Espírito Santo. Amém.

15/04/2009

A PLENITUDE DA SALVAÇÃO APRESENTADA NA PÁSCOA E NA SANTA CEIA







Desde sua queda no Éden o homem tem procurado com avidez a salvação, o restabelecimento do favor divino, mesmo que às vezes tenha tentado por suas próprias e parcas forças conseguir este dom tão maravilhoso; da parte divina, o eterno propósito de Deus para com os homens, após o pecado, é a salvação destes (Is. 55:7-9; Lc. 19:10; I Tm. 2:3,4; Tt. 2:11; II Pd. 3:9) e isto inclui o restabelecimento deles ao seu estado inicial de pureza e santidade. A salvação não é só um ponto em nossa história, ela não é uma vez salvo, salvo para sempre. Esta salvação é mais bem apresentada sob três aspectos: justificação, santificação e glorificação.

Como afirma LaRondelle: “A plenitude da salvação abrange não só o perdão dos pecados como a restauração da imagem moral de Deus no crente arrependido e, por fim, a redenção do humilhado corpo e de todo este planeta, que ainda se acha sob o domínio da decadência (Rom. 8:19-25; Fil. 3: 20, 21; Apoc. 21, 22). Há, portanto, três aspectos da salvação: justificação, santificação, glorificação, todos englobados na plenitude do evangelho eterno que Deus, neste tempo do fim, tem restaurado a fim de ter um povo pronto para encontrar seu Senhor por ocasião da Vinda de Cristo em glória (Apoc. 14:6-12; Tito 2:11-14; I Tess. 5:23).” [1]

Bem, esta “plenitude da salvação” pode ser vista nos alimentos pascais e também na cerimônia da santa ceia, e este assunto será tratado agora neste artigo.

Os símbolos pascais e a salvação

No capítulo 12 de Êxodo tem-se o relato da instituição da Páscoa e no verso 8, falando dos alimentos a serem ingeridos naquela ocasião lê-se o seguinte: “naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.” (ver também Nm. 9:11)

É muito importante para os cristãos aprenderem lições da páscoa hebréia, principalmente de seus alimentos. É bastante falado sobre o cordeiro, e pouco se fala sobre as ervas amargas e os pães asmos, porém veremos algo significativo sobre eles. Há um relato judeu que fala sobre estes três alimentos e explica o porquê deles: “Pessach (sacrifício pascal, e festa da páscoa) – porque o Senhor passou sobre a casa de nossos antepassados, Maror (ervas amargas) – porque os egípcios amargaram a vida de nossos ancestrais no Egito, Matzá (pães asmos) – porque eles [os judeus] foram redimidos”[2] (colchetes acrescentados). Ver-se-á de agora em diante como estes alimentos relacionam-se com a plenitude da salvação.

I. Cordeiro – Mostra a Justificação

1 – Dos primogênitos judeus

O cordeiro pascal foi dado primeiramente para relembrar a salvação que Deus efetuara em favor dos primogênitos israelitas livrando-os da morte. O anjo da morte passou sobre o Egito , mas na casa dos israelitas que tinham o sangue do Cordeiro nas portas este anjo não entrou, trazendo alegria para os pais. Todos tinham que comer, pois se beneficiariam desta salvação e ainda o comeriam com pressa e vestidos como viajantes, porque iriam sair do Egito. Neste sacrifício do cordeiro nota-se a clara idéia de substituição, um dos temas centrais quando se fala de justificação; o cordeiro foi morto em lugar do primogênito da casa, e não só a morte do animal, mas a fé que os fez seguir todas as instruções divinas livrou-os da tragédia. Assim têm-se substituição e fé no meio que Deus providenciou para salvação – elos da mesma corrente chamada justificação pela fé. Ellen White acrescenta: “Antes de obterem liberdade, os escravos deviam mostrar fé no grande livramento prestes a realizar-se. O sinal de sangue devia ser posto em suas casas, e deviam, com as famílias, separar-se dos egípcios e reunir-se dentro de suas próprias habitações. Houvessem os israelitas desrespeitado em qualquer particular as instruções a eles dadas, houvessem negligenciado separar seus filhos dos egípcios, houvessem morto o cordeiro mas deixado de aspergir o sangue nas ombreiras, ou tivesse alguém saído de casa, e não teriam estado livres de perigo. Poderiam honestamente ter crido haver feito tudo quanto era necessário, mas não os teria salvo a sua sinceridade. Todos os que deixassem de atender às instruções do Senhor, perderiam o primogênito pela mão do destruidor.”[3] Mas esse símbolo se estende até à era cristã e simboliza uma libertação maior.
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2 – De todo aquele que crê em Jesus.

Deus tinha escolhido Israel como Sua testemunha para anunciar a salvação (Is. 43:10,12); dado festas que relembravam Sua atuação histórica em favor do povo eleito (Lv. 23), e uma destas festas era a páscoa, tendo esta, um sentido especial de libertação e de patriotismo judeu. Porém, o cordeiro pascal era apenas um tipo limitado do antítipo maior que o novo testamento aponta como sendo Jesus Cristo. Em I Co. 5:7 diz que “... Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado”. Ora foi morto em nosso lugar (substituição) “nosso cordeiro”. Como o cordeiro pascal trazia à memória uma libertação física e nacional, Jesus o cordeiro de Deus (Jo. 1:29) não só lembra, mas verdadeiramente através de Seu sacrifício provê a todo aquele que aceitar (seja judeu ou gentio) uma libertação espiritual e Universal. O ser humano que “crê em” e “recebe a” Jesus como seu cordeiro substituto tem destronado o pecado de seu coração (Paulo insiste com os crentes a não permitir que o pecado reine sobre eles – Rm. 6:12-14) e passa a desfrutar de liberdade e paz mental, possui a salvação, está justificado e isto pela fé. O crente é agora súdito de um novo Rei, pertence ao reino de Deus, obedece às leis deste reino por amor e não por obrigação; e se um dia quiser (infelizmente) abandonar esta nova vida tem ele plena liberdade para fazê-lo, tal a natureza do que foi realizado nele e para ele, porém se desejar permanecer com Deus a cada dia, pelo sacrifício vicário de Cristo, tem ele a certeza de ser constantemente justificado sempre que o precisar (I Jo. 1:7,9)[4]. Então o cordeiro pascal mostra a justificação pela fé.
II. Pães asmos – Mostram a santificação

1 – De Israel

Os judeus consideravam os pães asmos como uma lembrança da redenção de Israel. Redenção é uma palavra que indica o livramento de pessoas da servidão[5]. Como os judeus saíram às pressas do Egito os pães não puderam levedar, desta forma eles fazem a ligação, os pães lembram-lhes que saíram livres às pressas do Egito (ver Ex. 12:39. Embora os pães da saída do Egito tivessem fermento, a exclusão da levedura na páscoa apontava para o momento de libertação onde os pães não puderam levedar). “Quando consumiam pão sem fermento, os israelitas estavam relembrando a precipitação com que haviam abandonado o Egito, e tudo quanto de mal representava, o que se sucedeu por ocasião do êxodo em meio a grandes prodígios divinos, desde algum tempo antes, e ainda por muito tempo depois” [6]. Mas, além de apontar a redenção, os pães asmos estão intimamente ligados à santificação posterior à salvação, isto também está relacionado ao pão não levedado[7], posto que também o fermento é um símbolo do pecado e do mal (Jesus compara o fermento a ensinos falsos dos fariseus e saduceus [Mt. 16: 6,11,12]. Em Mc. 8:15, Jesus acrescenta além dos fariseus, a Herodes; em Lc. 12:1, Jesus diz que o fermento dos fariseus é a hipocrisia; em I Co. 5:6-8, Paulo diz que o cristão é sem fermento, por isso não deve ter ou precisa jogar fora a levedura da maldade e da malícia e ter os asmos da sinceridade e da verdade, apesar de noutra ocasião Jesus compará-lo a algo bom [Jesus usou como ilustração a capacidade expansiva do fermento na levedação como símbolo do crescimento de Seu reino – Mt. 13:33; Lc. 13:20,21. Não se deve estranhar um símbolo ser utilizado para representar coisas boas e más, e.g.: Cristo é descrito como Leão em Ap. 5:5; e Satanás também o é em I Pd. 5:8]), por isso nesta festa especial (a páscoa) o fermento devia ficar de fora das casas dos israelitas. Bem como deve ser retirado da vida do cristão

2 – Dos Cristãos

O fermento tinha a conotação de impureza moral e pecado, então comer estes pães significa querer uma vida sem este fermento e consequentemente ele é um símbolo da santificação que Cristo proporciona hoje. Então os asmos apresentam para os cristãos o processo da retirada do fermento do pecado, santidade, embora seja um processo de toda uma vida. Veja o que Ellen White Diz concordando com a aplicação do fermento com o pecado: “Cristo está ainda à mesa em que fora posta a ceia pascoal. Acham-se diante dEle os pães asmos usados no período da páscoa. O vinho pascoal, livre de fermento, está sobre a mesa. Estes emblemas Cristo emprega para representar Seu próprio irrepreensível sacrifício. Coisa alguma corrompida por fermentação, símbolo do pecado e da morte,podia representar ‘o Cordeiro imaculado e incontaminado’. I Pedro 1:19”[8] (Grifo acrescentado). Então os pães asmos mostram a santificação, uma retirada do pecado da vida do cristão.

III. Ervas amargas – Mostram a libertação (Glorificação)

1 – Do Cativeiro egípcio

O amargor simboliza aflição, miséria e servidão (Êx. 1:14; Rt. 1:20; Pv. 5:4), a iniqüidade (Jr. 4:18) e também o luto e a tristeza (Am. 8:10). Os israelitas comeriam as ervas amargas para relembrar a amarga escravidão que haviam sofrido no Egito[9]. Lá eles eram açoitados, mortos, passavam muitas dificuldades, não podiam servir a Deus direito, já que tinham sempre que trabalhar, pois estavam subordinados a seus senhores. Era verdadeiramente uma vida de amargura, mas ao comer as ervas eles tinham um sabor paradoxal em suas bocas – o de doçura; a doçura da liberdade, de saber que agora estavam livres da escravidão e que podiam ser felizes graças a um ato poderoso e misericordioso de Deus (um livro em Ap. 10 tem as mesmas duas nuanças amargor/doçura, contudo com seqüência diferente, primeiro o doce, depois o amargo).

2 - Do Cativeiro do Pecado

Apesar de Jesus ter plenamente salvo os que nEle crêem, e isto pela fé (justificação), de estar trabalhando em prol da retirada do poder do pecado das vidas dos crentes (santificação), ainda não ocorreu a exclusão da presença do pecado (I Jo. 1:8, 10), pecado este que torna a estada dos salvos neste mundo amarga; e isto é uma realidade na vida dos fiéis (Rm. 7:15-25). Em Tg. 3:10:11 lê-se: “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (negrito acrescentado); nestes versículos “amargoso” está em paralelismo ligado à “maldição”, termos que representam os pecados cometidos pela boca no capítulo 3 de Tiago e que mostram a tirania do pecado mesmo no arraial cristão (uns cometem estes pecados, outros de natureza diferente, mostrando que o pecado ainda que um rei destronado [Rm. 6:12-14] atua nos servos de Deus. E isto longe de ser uma declaração de rendição é um brado à resistência). Esta exclusão ocorrerá por ocasião da vida de Cristo, quando tudo que é corruptível será transformado em incorruptível (I Co. 15:51-54), Ellen White corrobora isto: “À medida que temos mais clara visão da imaculada e infinita pureza de Cristo, sentiremos como Daniel, quando contemplou a glória do Senhor e disse ‘minha beleza tornou-se em mim corrupção’. Não podemos dizer ‘eu sou sem pecado’, até que este vil corpo seja mudado e modelado como Seu glorioso corpo. Mas se constantemente buscamos seguir a Jesus, pertence-nos a abençoada esperança de permanecer diante do trono de Deus sem mácula ou ruga, completos em Cristo, revestidos de Sua justiça e perfeição” - Signs of the Times, 23/03/1888. (Grifo acrescentado). As Ervas apontavam a libertação plena do amargor do cativeiro egípcio para os israelitas e para os cristãos a libertação plena do cativeiro do pecado e de suas conseqüências, e isto o salvo só desfrutará a partir da volta de Jesus, então as ervas amargas são um símbolo de glorificação.

Depois deste arrazoado pode-se concluir que a plenitude da salvação é apresentada nos símbolos pascais, porém além destes aparece também na cerimônia da Santa Ceia, e esta demonstração será analisada agora:

A Cerimônia da Santa Ceia e a Salvação[10]

Um detalhe interessante sobre esta análise da ceia do Senhor é que a simbologia além de atingir seus emblemas é um pouco mais abrangente envolvendo a própria cerimônia em si, e este pormenor será mais bem analisado na constatação da verdade que a Santa ceia aponta para a glorificação, ou consumação escatológica da salvação.

I – Alimentos da Ceia – Mostram a Justificação

A Santa Ceia, à semelhança da Páscoa, foi instituída também com o propósito de relembrar a salvação de um cativeiro, só que imposto por um tirano pior que Faraó – o pecado. Nesta comemoração entram em foco o pão e o vinho sem fermento, como símbolos do corpo e sangue de Jesus – o “... cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Jo. 1:29.

Jesus relacionou o pão com o seu corpo e o vinho com o seu sangue, Ele já havia dito algo parecido antes em João 6, onde apresenta a ingestão de seu sangue e carne como condição para a vida eterna (João 6:18, 53-56; neste capítulo pode-se perceber que esse “comer” é internalizar Cristo e Sua mensagem[11], algo chamado aqui [em Jo. 6] de “vir a mim” [v. 35], “crer” [ou “crer em mim” vv. 35, 40, 47]). Ele é chamado de “pão do céu” (Jo. 6:48) o qual, se deglutido, trará vida eterna. No capítulo 6 do evangelho joanino Jesus fala da realidade da salvação através da ingestão de sua carne e sangue que significam crer nEle e em Sua mensagem; e no episódio da santa ceia a ingestão do pão e vinho relembram a salvação efetuada na cruz e que os méritos de Cristo estão disponíveis a todo o que quiser recebe-los.

O pão e o vinho apontam para o sacrifício de Cristo em nosso lugar, Ele mesmo disse isto: “Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt. 26:26-28). Seu corpo foi quebrado e moído na cruz do calvário cumprindo assim a profecia de Is. 53:4-6, também o v. 8 u.p. “...por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”; esta predição de Isaías mostra o a substituição (ver além dos supracitados, o v. 12 “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” – grifo acrescentado) e o resultado é justificação – v. 11 “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si.” (grifo acrescentado)

O sangue de Cristo nos limpa, purifica e justifica de todo pecado (Ef. 1:7; Rm. 5:9; I Jo. 1:7; Ap. 1:5). Nesta cerimônia, por hora analisada, os alimentos sem fermento apontam para Jesus Cristo e Sua morte vicária, e o resultado deste sacrifício que foi salvação e libertação do pecado –justificação e esta alcançada pelos pecadores através da fé.

II. O Lava-pés - Mostra a Santificação

Quando da instituição deste rito Jesus ao querer lavar os pés de Pedro encontrou resistência por parte deste (Jo. 13:6-8), mas explicou que se não os lavasse o discípulo não teria parte com Ele (v. 8); então Pedro pediu que Cristo banhasse o restante do corpo (v. 9), só que O Senhor declarou que ele e os outros já estavam limpos, necessitando apenas de um complemento (v. 10).

Desta história pode-se constatar que já havia um processo de limpeza original na vida dos discípulos; assim confirma Ellen White: “Cristo está falando ainda da mais alta purificação, ilustrada pela menor. Aquele que viera do banho, estava limpo, mas os pés calçados de sandálias logo se encheram de pó, e necessitavam novamente de ser lavados. Assim Pedro e seus irmãos tinham sido lavados na grande fonte aberta para o pecado e a impureza. Cristo os reconhecia como Seus. Mas a tentação os levara ao mal, e necessitavam ainda de Sua graça purificadora. Quando Jesus Se cingira com a toalha para lhes lavar o pó dos pés, desejava, por aquele mesmo ato, lavar-lhes do coração a discórdia, o ciúme e o orgulho.”[12] (grifo acrescentado).

Porém eles, como na citação supracitada, necessitavam vencer outros pecados: “a discórdia, o ciúme e o orgulho”, assim também acontece conosco: “Como Pedro e seus irmãos, também nós fomos lavados no sangue de Cristo; todavia muitas vezes, pelo contato com o mal, a pureza do coração é maculada. Devemos chegar a Cristo em busca de Sua purificadora graça.”[13]

A Cerimônia da humildade nesta moldura maior do plano e plenitude da salvação ensina que: 1) Os que aceitam a Cristo encontram purificação para suas vidas de pecado; 2) que depois de estarem limpos ainda caem em pecados; 3) que necessitam então de purificação constante. Esta purificação é simbolizada pelas águas desta cerimônia; e isto tudo é um a figura que mostra a santificação, ou seja, a constante aproximação de Cristo e Vitória contra o pecado nas vidas daqueles que fizeram um concerto com Deus de segui-Lo.

III. A Cerimônia da Santa Ceia - Mostra a Glorificação

Jesus ensinou que este rito apontava a Grande ceia dos salvos, na qual Ele vai participar e beber o vinho novo e comer do alimento desta grande festa (Mt. 26: 29; Mc. 14:25; Lc. 22:16-18) e isto, quando Ele retornar e livrar este mundo de uma vez por todas da escravidão do pecado, há relatos paralelos desta grande ceia (A ceia das bodas do Cordeiro) em Mt. 22:1-14 e Ap. 19:1-9.

White assevera: “A santa ceia aponta à segunda vinda de Cristo. Foi destinada a conservar viva essa esperança na mente dos discípulos. Sempre que se reuniam para comemorar Sua morte, contavam como Ele, "tomando o cálice, e dando graças, deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de Meu Pai". Mat. 26:27-29. Nas tribulações, encontravam conforto na esperança da volta de seu Senhor. Indizivelmente precioso era para eles o pensamento: "Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." I Cor. 11:26.”[14]

A Ceia instituída por Jesus mostra que um dia os salvos desfrutarão de um grande banquete, no qual se celebrará a vitória final sobre o mal, sobre o pecado e todas as mazelas que ele trouxe à família humana, enfim a Santa Ceia aponta pra a glorificação.

CONCLUSÃO

Diante do presente estudo conclui-se que Deus apresenta através destas cerimônias irmãs[15] a plenitude da salvação, e é natural encontrar estas nuanças nas duas já que uma substituiu a outra[16]. Tanto a Páscoa quanto a Santa Ceia revelam através de seus elementos constituintes, e/ou do próprio rito em si[17] a Justificação, Santificação e Glorificação.

E para os cristãos hodiernos este fato aponta que eles devem estar mais e mais perto de Cristo, tendo já obtido a sua salvação e desenvolvendo-a[18]um dia eles alcançarão a consumação escatológica desta realidade (é a tensão teológica do “já” e “ainda não”); até lá devem seguir a orientação de Cristo de vigiar (Mt. 24:42-51), pois não sabem em que dia virá o Seu Senhor.



[1] Hans K. LaRondelle, Doutrina da Salvação, p. 52 em Biblioteca Teológica, Vol. I, 1 Cd-Rom
[2]Nilton Bonder, Pessach – um manual (Rio de Janeiro: Imago, 1991), 18,138.
[3]Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997 ), 278.
[4] Em I Jo. 1:7 o verbo “purificar” tem o sentido de purificação continuada de pecados, já que está no presente do indicativo ativo como mostram Fritz e Cleon: “os versos sugerem que Deus faz mais que perdoar; Ele limpa a mancha deixada pelo pecado e o tempo presente mostra que esse é um processo contínuo”. Fritz Rienecker, Cleon Rogers, Chave lingüística do novo testamento grego, (São Paulo: Vida Nova, 2000), 584.
[5] R.N. Champlim, J.M. Bentes, “Redenção”, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (São Paulo: Candeia, 1995), 5: 580. O termo grego para “redenção” é lu,tron (lytron e seus derivados), e significa: “Preço de soltura”, “resgate”, e “preço do resgate”. Colin Brown, “Redenção”, Dicionário internacional de teologia do novo testamento eds. Lothan Coenen, Colin Brown ( São Paulo: Vida Nova, 2000),2:1986.
[6]Champlim, “Pães Asmos”, ATI, 7: 4942.
[7] Referindo-se ao pão sem fermento Albert Barnes diz:“Por causa da partida precipitada, não houve nenhum tempo para que a fermentação ocorresse: mas o significado discernido por Paulo, 1 Coríntios 5:7,8, e reconhecido pela Igreja em todas as eras, estava seguramente incluído, entretanto não expressamente declarado na instituição original. Compare as palavras de nosso Deus, Mateus 16:6,12, sobre o simbolismo da levedura.” Albert Barnes, “And unleavened bread” [Ex 12:8], Barnes’Notes on the Bible em The MasterChristian Library (Rio,WI: Ages Software, 2000) 2:42,43; 1 Cd-Rom. E Keil e Delitzsch também falando que o pão da páscoa não tinha fermento, pois este “era um símbolo natural de corrupção moral, e, portanto foi excluído dos sacrifícios como corrompendo (Levítico 2:11).” C. F. Keil; F. Delitzsch, Commentary on The Old Testament em The MasterChristian Library (Rio,WI: Ages Software, 2000), 1:482; 1 Cd-Rom.
[8] White, O Desejado de todas as nações (DTN), (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), 653.
[9] R. N. Champlim, “Ervas Amargas”, Antigo Testamento interpretado (ATI), 7 vols., (São Paulo: Candeia, 2000), 6:4236.
[10] Para fins didáticos e explicativos neste artigo a designação “Cerimônia da Santa Ceia” inclui a cerimônia que a precede – a da “humildade” ou “ Lava-pés”.
[11] “Comer a carne e beber o sangue de Cristo é recebê-Lo como Salvador pessoal, crendo que Ele perdoa nossos pecados, e nEle estamos completos. É contemplando o Seu amor, detendo-nos sobre ele, sorvendo-o, que nos havemos de tornar participantes de Sua natureza. O que a comida é para o corpo, deve ser Cristo para a alma. O alimento não nos aproveita se o não ingerimos; a menos que se torne parte de nosso corpo. Da mesma maneira Cristo fica sem valor para nós, se O não conhecemos como Salvador pessoal. Um conhecimento teórico não nos fará bem nenhum. Precisamos alimentar-nos dEle, recebê-Lo no coração, de modo que Sua vida se torne nossa vida. Seu amor, Sua graça, devem ser assimilados.” White, DTN, 389.
[12] White, DTN, 646.
[13] Idem
[14] Ibid., 659. Hoff também concorda e diz: “A santa ceia é algo parecido com a páscoa e a substitui no cristianismo. De igual maneira, esta olha em duas direções: atrás, para a cruz, e adiante, para a segunda vinda (I Coríntios 11:26).” Paul Hoff, O Pentateuco, (São Paulo: Vida, 9ª impressão, 1999), 119.
[15] “A páscoa fora instituída para comemorar a libertação de Israel da servidão egípcia. Deus ordenara que, de ano em ano, quando os filhos perguntassem a significação desta ordenança, a história desse acontecimento fosse repetida. Assim o maravilhoso livramento se conservaria vivo na memória de todos. A ordenança da ceia do Senhor foi dada para comemorar a grande libertação operada em resultado da morte de Cristo. Até que Ele venha a segunda vez em poder e glória, há de ser celebrada esta ordenança. É o meio pelo qual Sua grande obra em nosso favor deve ser conservada viva em nossa memória.” White, DTN, 652, 653.
[16] “Cristo Se achava no ponto de transição entre dois sistemas e suas duas grandes festas. Ele, o imaculado Cordeiro de Deus, estava para Se apresentar como oferta pelo pecado, e queria assim levar a termo o sistema de símbolos e cerimônias que por quatro mil anos apontara à Sua morte. Ao comer a páscoa com Seus discípulos, instituiu em seu lugar o serviço que havia de comemorar Seu grande sacrifício. Passaria para sempre a festa nacional dos judeus. O serviço que Cristo estabeleceu devia ser observado por Seus seguidores em todas as terras e por todos os séculos.” Ibid., 652.
[17] Relembrando que aqui o rito todo (falando acerca da Comunhão) envolve o lava-pés.
[18] Embora pareça um paradoxo esta declaração, ela tem apoio bíblico, já que o Livro Sagrado dos cristãos aponta a certeza da salvação para o que crê (Jo.3:16; At. 16:30,31; Ef. 2:5-10; I Jo. 5:12,13), mas também fala do crescimento nesta salvação, eliminação de males que ainda existem na vida do crente, em outras palavras: santificação (I Co. 6:19,20; Cl. 3:1,3,5,9 e 10) e esta é uma etapa progressiva “... crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo....” II Pd. 3:18. (o termo “crescei” está no imperativo presente e sua aplicação indica ação durativa[sobre o verbo no modo imperativo presente ver Lourenço S. Rega, Noções do grego bíblico, {São Paulo: Vida Nova, reimpressão da 4ª edição, 1999}, 136], que no caso teria o sentido de “crescei sempre”, ou “crescei continuamente”)