30/04/2009

Seria correto para o cristão Ficar?


ROMANOS 12:1,2

1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus
.


O padrão de pensamento do mundo hodierno é moldado pelo pós-modernismo e uma das características dessa cosmovisão é a pluralidade de verdades, que nos leva a outra característica: o subjetivismo – juntando uma com a outra temos a premissa de que cada um tem a sua própria verdade e age de acordo com ela, não existindo nada absoluto, mas caindo num relativismo sem fim; dessa forma o que é certo para você pode não ser certo para mim e ponto final. Cada um pensa e age conforme ACHA melhor.

Essa forma de ver o mundo, de maneira generalizada, está infiltrada em todo o mundo e envolvendo cada assunto. E não poderia ficar fora dessa situação o aspecto afetivo, levando-nos a uma pressão do vale tudo. A questão é se o que você faz lhe deixa feliz ou lhe deixa legal, daí vem os seguintes raciocínios: se é bom para você só ir a festas e baladas e curtir com aquela gata ou aquele gato e depois nem se lembrar mais dele (a) então faça; se é bom para você ter relações sexuais antes do casamento então as tenha, se é bom para você acabar um casamento de anos porque sua esposa ou esposo não lhe agrada mais então faça, pois é sua felicidade que está em jogo, e etc.

Nesta reflexão vamos abordar a questão do relacionamento chamado “Ficar” e veremos se ele é uma opção válida para os cristãos ou é mais um produto deste mundo secularizado.
Em primeiro lugar vamos definir o que é ficar: “Ficar é uma gíria brasileira que designa uma relação afetiva sem compromisso, que normalmente tem natureza efêmera. É um namoro "relâmpago"; diferencia-se de namorar porque o namoro envolve um compromisso (que comumente envolve fidelidade) e ao menos teoricamente, tem como característica a durabilidade (pelo menos de meses), enquanto que o ficar (ou a ficada) acontece por minutos ou horas.” [1]
Agora vamos ver quais são suas características prinicipais: O “ficar” caracteriza-se pela ausência de compromisso, de limites e regras claramente estabelecidos: o que pode ou não pode é definido no momento em que o relacionamento acontece, de acordo com a vontade dos próprios “ficantes”. A duração do “ficar” varia: o tempo de um único beijo, a noite toda, algumas semanas. Ligar no dia seguinte ou procurar o outro não é dever de nenhum dos “ficantes”.[2]

No ficar não existe compromisso, não existem regras e pressões; e o que me assusta é que tantos jovens ditos “cristãos adventistas” estejam participando desta forma de relacionamento descartável.

O foco é o prazer, o aqui e agora e o resto se vê depois. Mas, entre “ficantes experientes” esse deleite passageiro segue o curso natural das coisas, a lei da causa e efeito, gera um vazio e um sentimento profundo de ter sido usado várias vezes e de ter se aproveitado de outros também.

Mas seria correto usar as pessoas para se obter momentos de prazer, brincar com os sentimentos alheios?

Quem fica corre o risco de: se apaixonar e deixar alguém apaixonado; contudo sem ser correspondido ou corresponder.

Vejamos o que Ellen White escreveu sobre isso: “Brincar com corações não é um crime de pequena magnitude aos olhos de um Deus santo. E todavia alguns mostrarão preferência por moças e lhes despertarão as afeições, e depois vão-se embora e esquecem tudo quanto disseram e o efeito que isto causou. Um novo rosto os atrai, e eles repetem as mesmas palavras, dispensam a outra as mesmas atenções.” [3]

É um crime diante de Deus o “Brincar com corações”, isto vale para o ficar, para o namorar só por namorar e para qualquer coisa do gênero.

Ficar, ter relações sexuais antes do casamento, e etc. são comportamentos do “presente século” (por “presente século” quero me referir ao padrão mundano que sempre existiu em todas as gerações e tempos e que destoa do padrão de comportamento estabelecido por Deus). Paulo nos conclama a não nos acomodarmos com este século, e sim transformarmo-nos (o termo “transformai-vos” é a tradução da palavra grega metamorphoo - mudar de forma, transformar, transfigurar, desta palavra deriva o termo metamorfose, que implica numa transformação) pela renovação de nossa mente/entendimento. Esse transformar-se é resultado de um novo nascimento e é uma continuação desta obra inicial, como nos informa o Comentário Bíblico Adventista: “Esta mudança renovadora, que começa quando o crente se converte e nasce de novo, é uma transformação progressiva e contínua, pois "nosso homem... interior... renova-se de dia em dia" (2 Cor. 4: 16) "até o conhecimento pleno" (Col. 3: 10). E à medida que o homem interior se vai transformando pelo poder do Espírito Santo, a vida exterior também vai trocando progressivamente. A santificação da mente se revelará em uma maneira mais Santa de viver, à medida que o caráter de Cristo se reproduza mais e melhor no crente.”[4]

Deus deseja que cada filho Seu seja feliz, deseja dar-lhe um lar onde não mais haverá lágrimas (Ap. 21:4), nem sofrimentos ou dor. Cumpre-nos como seus representantes que somos, desde já implementar em nossos relacionamentos esses desejos do Pai para nós – procurando ao máximo fazer os outros felizes e minorara e não causar a dor.

Pelo que vimos “ficar” não é um comportamento aceitável para o cristão, já que é um relacionamento irresponsável, sem regras e sem compromisso; além de fazer do outro um ser descartável (que se usa e joga fora) e desta maneira brincar com os sentimentos alheios.

Portanto devemos procurar um tipo de relacionamento que não esteja de acordo com o presente século, mas sim com a vontade de Deus.

[1] Wikipedia, “ficar”. Pesquisa realizada na Internet no dia 29 de abril de 2009, no site:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficar.
[2] “Ficar ou namorar”. Pesquisa realizada na Internet no dia 29 de abril de 2009, no site: <http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/novos_textos/b/ficar.htm>.
[3] Ellen White, O Lar adventista, 57.
[4] Comentário Bíblico Adventista; 5:612, 613.

23/04/2009

Seria Correto Fofocar?


Certo dia um homem, muito agitado, apresentou-se a Sócrates, o célebre filósofo antigo, e disse-lhe:
– Escute Sócrates: como seu amigo tenho alguma coisa para lhe dizer.
– Espere! – interrompeu o sábio. – O que você vai me dizer, passou pelos três coadores?
– Três coadores?! – perguntou o outro, admirado.
– Sim, amigo, três coadores. Vejamos se o que você tem para me dizer passou por eles. O primeiro coador é o coador da verdade. Você tem certeza de que é verdadeiro o que vai me dizer?
Assegurar, não posso. Ouvi dizer e...
– Bem, bem. Certamente você o fez passar pelo segundo coador: o da bondade. Ainda que não seja verdadeiro, será pelo menos bom o que você quer me dizer?
Titubeando replicou o outro: – Não, pelo contrário . . .
– Ah! – interrompeu o sábio. – Procuremos então passar pelo terceiro coador e vejamos se é útil o que tanto agita você.
– Útil?! – tornou o amigo, já impaciente e vexado. Não é...
– Bem, – disse Sócrates, sorrindo – se o que você tem a dizer não é verdadeiro, nem bom, nem útil, esqueçamos o caso e não se preocupe com ele mais do que eu. – A Pena Evangélica.

Quantos males seriam evitados se esses três coadores fossem usados sempre, não é?
Muitos de nós já sofremos com a língua dos outros ou até mesmo podemos ter feito alguém sofrer. É uma palavra dita de forma impensada, uma fofoca que é passada adiante sem nem mesmo pararmos para analisar se o que ouvimos e repassamos é verdade; e aí bummm está feita uma desordem!
É interessante o fato de que o homem consiga domar um animal, mas não a própria língua, e por isso coisas terríveis e espantosas acontecem.
O falar mal é algo muito velho e tem uma origem sombria, por isso não deve fazer parte do estilo de vida dos cristãos.
Vamos meditar em versos da Bíblia que tocam neste assunto e ver alguns textos da Irmã White sobre o assunto

DIFAMAÇÃO E FOFOCA:

(As referências bíblicas são da versão Almeida Revista e Atualizada; e as definições das palavras hebraicas e gregas foram tiradas da Bíblia On-line 3.0 e do Bibleworks 4.0).
A Bíblia proíbe taxativamente o falar mal e as fofocas! Vamos ver alguns textos que nos provam essa verdade, mas antes veremos as definições dadas pelo Aurélio de algumas palavras chave:
Maldizente: “Que ou quem fala mal dos outros, tem má língua; maledicente, malédico, malfalante.”
Mexericar: “Narrar em segredo e astuciosamente, com o fim de malquistar, intrigar ou enredar.”
Caluniar: “Difamar, fazendo acusações falsas.”
Fofoca: “Mexerico, intriga, bisbilhotice.”
Difamar: “Tirar a boa fama ou o crédito a; desacreditar publicamente; infamar, detrair; falar mal.”

Êxodo 23:1 “Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa.” O termo “Falsas” é shav’ que pode significar vacuidade, vaidade, vazio de fala, falsidade, mentira – Aqui Deus nos proíbe de espalharmos notícias mentirosas, falsas. È terrível o fato de pessoas que se dizem cristãs saírem espalhando notícias mentirosas para denegrir alguém que possas lhe ter feito mal, um concorrente numa vaga de emprego ou num cargo melhor no trabalho ou quem quer que seja. Isso não agrada a Deus.

Levítico 19:16 “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR.” “Mexeriqueiro” rakiyl - caluniador, difamador, fofoqueiro, informante (é interessante notar que esta palavra procede de rakal que significa: 1) ir de um lado para outro [sentido duvidoso] 1a) [Qal] negociante, comerciante [particípio] [subst.]; sendo assim a melhor tradução aqui é a de um maledicente [que vai de um lugar a outro]) Deus proíbe falar mal contra o próximo e o sair espalhando notícias. Na análise desse verso no Comentário Adventista temos a seguinte narrativa: “Os rabinos ensinavam que eram três os pecados que tirariam o homem deste mundo e o privariam do mundo futuro:idolatria, incesto, e homicídio, mas que a calúnia era pior que estes, pois matava a três pessoas de uma vez: o caluniador, o caluniado e o ouvinte. É mais efetiva que uma espada de dois gumes.”

Salmo 62:4 “Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.” “Maldizem” vem de qalal – no piel (forma intensiva do verbo hebraico) – desprezar (abominar), amaldiçoar. O salmista fala de pessoas que eram falsas com ele, na frente eram uma coisa e por trás outra. Claro que este comportamento não é aceitável nem por Deus e nem pelos homens de Deus. Devemos ter cuidado com as pessoas falsas, mesmo as que se dizem cristãs; e mais sério ainda – devemos ter cuidado em não ser esse tipo de pessoa.

Provérbios 26:20 “Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda.” A palavra – maldizente é nirgan – que significa: murmurar, falar mal, caluniar, fofoqueiro, mexeriqueiro; Deus não aprova a contenda, muito menos quem a estimula e a faz continuar.

Salmo 50:16-20 “Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, 17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras? 18 Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. 19 Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. 20 Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua mãe.” (negrito acrescentado). Aqui podemos perceber que o DIFAMAR e o FALAR MAL são características descritas como pertencentes ao ÍMPIO (aquele que é hostil a Deus, que é perverso e culpado de pecado diante do Altíssimo). Um sinal amarelo se acende agora perante nós, e nos adverte a rever nosso padrão de comportamento – temos cuidado de nossa língua ou sentado à roda de pessoas que estão unidas pra falarem mal dos irmãos da igreja, da liderança da mesma (sejam os líderes de departamento, os diretores de grupo ou anciãos, os pastores distritais ou departamentais e administradores de campo), de colegas de trabalho, de vivinhos ou até mesmo de amigos?

I Coríntios 5:11 “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.” “maldizente” - loidoros – maldizente, caluniador, difamador. E é importante saber que na mesma carta no capítulo 6 versos 9 e 10 Paulo dá uma pequena lista de pecados que os que continuam em sua prática não entrarão no céu “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.” E nesta lista estão os maldizentes! Sério isso não? Deus não gosta da maledicência, da fofoca e de denegrirem o caráter do próximo.

Colossenses 3:8 “Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” O termo “despojai-vos” - apotithemi significa: colocar de lado, tirar do caminho, remover. E Paulo diz o que deve ser removido e entre essas coisas está a maledicência, que aqui é a tradução de blasphemia 1) calúnia, difamação, discurso injurioso contra o bom nome de alguém 2) discurso ímpio e repreensivo, injurioso contra a majestade divina. A maledicência em certo sentido é uma blasfêmia (no sentido acima citado) contra o próximo e deve ser evitada e se a praticamos deve ser retirada de nossa vida (aqui não está em evidência o 2º significado, que tem a ver com Deus).

I Timóteo 3:11 “Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.” Aqui Paulo, instruindo Timóteo, dá algumas características de como as mulheres de Deus devem viver e entre essas peculiaridades está o “não ser maldizentes” e a palavra grega que é usada aqui é diabolos 1) dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade 1a) caluniador, que faz falsas acusações, que faz comentários maliciosos 2) metafórico aplicado à pessoas que, por opor-se à causa de Deus, podem ser descritas como agindo da parte do demônio ou tomando o seu partido ( dadas à fofoca mal intencionada, maliciosa). Notem que a palavra é a mesma que descreve o inimigo de Deus e pela qual ele é algumas vezes chamado - “diabo”, então podemos concluir deste fato que fofocar, maldizer, ser falso, difamar, e etc.são atitudes diabólicas e que quem as faz está imitando seu inventor (mais abaixo trataremos novamente deste assunto).

I Pedro 2:1 “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências.” “Maledicência” - katalalia difamar, insultar, caluniar, precedido do termo “despojando-vos” que é particípio aoristo médio e o particípio compartilha da força imperativa do verbo principal (O “desejai” do verso dois deste capítulo [1 Ped. 2]) Ver Fritz Rienecker e Cleon Rogers, Chave lingüística do Novo Testamento Grego (Vida Nova:SP, 2000), “1 Pedro 2:1”, 556. Aqui o falar mal é comparado a uma roupa antiga (a do velho homem) que deve ser tirada de uma vez por todas e colocar outra em seu lugar (semelhante à Colossenses 3:8).
Gostaria de enriquecer essa mensagem com partes do sermão feito pelo Pr. Lícius Marcílio Puerta Lula, intitulado: “O pecado que tirou Lúcifer do Céu”.
O texto base é Ezequiel 28:11-16, mas para o nosso estudo aqui o que interessa é o verso 16 “Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.”
“Mas, o que o comércio tem a ver com isso? Seria ilógico imaginar que Lúcifer montou uma loja, ou alguma coisa do tipo, no Céu. Mais ilógico ainda seria imaginar que ele foi expulso do Céu por ser comerciante e que, neste texto, Deus estaria condenando o comércio e os comerciantes. Para entendermos, é preciso olharmos o que o profeta Ezequiel quis dizer com esta palavra.No hebraico existem pelo menos sete palavras diferentes para designar o ato de comercializar. No entanto, o profeta usou a palavra ‘REKHULLAH’. Esta palavra é usada unicamente pelo profeta Ezequiel e aparece apenas cinco vezes em todo o AT (Ezequiel 26:12; 27:20, 23; 28:16, 18), sempre tendo o mesmo sentido: comércio. Mas, porque o profeta a usou, sendo que no mesmo livro encontramos outras palavras usadas por ele para designar o comércio também? O fato é que este termo é usado para se referir a um tipo de comércio especial. Não aquele comércio feito dentro das lojas, no ar-condicionado, com as contas pagas no Cartão de Crédito, mas sim aquele feito nas feiras populares, na beira da calçada, da mesma forma que ainda vemos hoje.” Tendo um feirante depreciando a mercadoria do outro – ‘rekhullah’ era assim.”
E o que isso tem a ver com a fofoca? Você pode pergunta. Vamos continuar com Lícius:

“A palavra ‘Rekhullah’, como vimos é usada apenas cinco vezes. No entanto, ela é derivada de uma outra palavra, “Rakiyl”, que tem um significado bem diferente, mas que esclarece esta questão. Esta palavra, “Rakiyl”, aparece também apenas seis vezes no AT (Prov. 11:13; 20:19; Jer. 6:28; 9:3; Eze. 22:9). Em todas estas vezes aparece com o mesmo sentido e significado de Levítico 19:16. ‘Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR.’”

Notem que a palavra “comércio” em Ezequiel é derivada de “rakyil” de Lv. 19:16 (nós analisamos este verso acima) que é traduzida como “mexeriqueiro” um difamador que vai de um lugar para outro.

Ele ainda cita alguns textos de Ellen White com referência a Satanás e a nós: A serva do Senhor, no livro Patriarcas e Profetas, p. 37, diz: ‘Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos.’ Diz mais ainda, na p. 38: ‘Lúcifer havia apresentado os propósitos de Deus sob uma luz falsa, interpretando-os mal e torcendo-os, de modo a incitar a dissensão e descontentamento.’” E ainda: “‘Não devemos ser mexeriqueiros, bisbilhoteiros ou boateiros; não devemos dar falso testemunho’. – Fundamentos da Educação Cristã, 458. ‘Ele [Satanás] sabe que toda essa tagarelice e mexerico e revelação de segredos e dissecação de caracteres separa de Deus a alma. É morte para a espiritualidade e para uma calma influência religiosa’. – Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 779”

Com isso em mente e sabendo que a palavra “diabolos” pode ser traduzida como difamador ou maledicente, concluo que:
1. Falar mal e fofocar são proibidos na Bíblia e Espírito de Profecia (há mais textos sobre o assunto, mas por questão de tempo e espaço serão citados apenas estes);
2. Falar mal e fofocar são características dos ímpios;
3. Falar mal e fofocar são características de Satanás e imitadas por aqueles que estão sob seu controle.
Portanto, diante do acima exposto pense duas ou mais vezes antes de ouvir ou contar algo sobre alguém e procure sair da sua boca somente o que edifica e eleva. Procure honrar o seu semelhante, ajuda-lo em suas fraquezas e não denegri-lo. Que Deus nos abençoe!!!

16/04/2009

BOAS NOVAS DE SALVAÇÃO





Há uma inquietação no mundo partilhada por todos que um dia já viveram, pelos que vivem, e pelos que ainda viverão, e esta questão que nos angustia diz respeito a nosso bem estar futuro. Será que é só isso? Diz uma mãe ao ver seu filho viciado morrendo num hospital por overdose, será que teremos apenas a dor, o sofrimento, e depois a morte?
Neste mundo há balas perdidas procurando alguém que as ache; atentados, como o que matou a ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto; acidentes que tiram brutalmente a vida de entes queridos e amigos, mas agora faço eco aos aflitos e pergunto: é só isso?
NÃO!!!!!! Claro que não! Deus preparou algo diferente para nós, e Seu desejo é colocar-nos em um lugar onde a situação reinante no mundo hodierno não exista, mas haja paz, vida, amor e todas as coisas boas. Precisamos ter a certeza de nossa estada neste lugar maravilhoso. Já que Deus preparou precisamos crer; sabe muitos não têm a certeza da sua salvação; e esta questão (a certeza da salvação) não deve ser deixada ao acaso, temos que ter certeza ou de nossa salvação ou de nossa perdição é como a mulher grávida, ou ela está ou não está! Assim é com a salvação, não existe 50% salvo; 95% salvo; ou estamos ou não; Jesus disse “Quem não é por mim é contra mim, quem comigo não ajunta, espalha” Mt 12:30

Por isso agora nós analisaremos 3 verdades sobre a salvação!

I. A SALVAÇÃO NÃO É CONQUISTADA POR NOSSAS BOAS AÇÕES

Você já deve ter escutado alguém dizer assim: – “Eu não minto, não roubo, não mato, não falo mal dos outros, Deus deve ter um lugarzinho reservado para mim no céu”.
É, este pensamento é mais real no mundo de hoje do que imaginamos. Há denominações ditas cristãs e outras religiões que baseiam a salvação na prática de boas obras, de caridade, baseiam também em você ter um comportamento moral e social impecável (exteriormente é claro).
Mas será que é assim? Vejamos alguns exemplos bíblicos que nos esclarecerão o assunto:
a) At 10:1,2 “v. 1 Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, v. 2 piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus”.– Aqui fala de Cornélio, de acordo com estes textos vocês diriam que este homem era um bom homem ou não? Claro que era, mas era salvo? Alguns dizem que sim, mas vejamos o que Pedro disse em At 11:12-14 “12 Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem. 13 E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, 14 o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa.” – “palavras pelas quais será salvo...” então amigos, era salvo? NÃO. Por quê? Porque a salvação não vem pelas obras, você não precisa ser bom para ir a Jesus, mas indo a Jesus ficará bom.

b) O outro exemplo está em Mt 7:21-22 “21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” – Aqui está um grupo de religiosos, vejam, pessoas que diziam seguir a Jesus e faziam algo no nome dEle. Agora eu pergunto expulsar demônios é algo bom ou mau? Fazer milagres? E profetizar? Tudo o que fizeram foi bom, mas no verso 23 nos apresenta um quadro de salvação ou perdição para eles? “23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” Perdição não é amigos? Vejam, fazer coisas boas não é sinônimo de salvação, logo a salvação não vem pelas obras boas.

c) Vejamos ainda outro texto – Is 64:6 –“ Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.” Nós somos como o imundo, nossas boas obras, nossas justiças são como trapo de imundícia (As mulheres judias usavam um pano na época de sua menstruação, este pano era chamado de trapo de imundícia) A estes trapos todas as nossas boas obras são comparadas mostrando que não tem como nos salvarmos por nossos bons atos, pois não têm méritos para a nossa salvação.

Imagine que você recebeu uma Ferrari de 1 milhão de dólares de presente de um amigo, e no ato da entrega você diz –“Olha eu não gosto de receber nada de graça, por isso aceite como compensação isto ( e você entrega um envelope contendo R$ 200,00) seu amigo além de considerar uma ofensa sua ação, diz que o que você oferece não dá nem para comprar a banda de um pneu original desta máquina.

Assim é com a nossa salvação recebemos de graça e nada do que fizermos poderá acrescentar algo para nós, pois já foi pago o preço e é alto demais para que possamos alcançá-lo, só nos resta aceitar e agradecer.
Sabe por que muitos não têm certeza de sua salvação? – olham para o lugar errado – dentro de si mesmos, e têm como base areia movediça – suas obras; fazendo isto não tem ninguém que tenha certeza da salvação; aí você encontra pessoas que dizem quando questionadas se estão salvas ou não – “estou trabalhando nisso”, “Se Deus quiser eu vou me salvar”; poucos dizem “SIM” ou NÃO”.
Você pode me perguntar “– Mas espere ai, onde entram as boas obras e a moralidade?” (vou responder usando as palavras de Morris Venden no seu livro “95 Teses sobre justificação pela fé” retiradas da 7ª tese).
“Não estamos falando sobre a importância das boas obras. Não estamos falando sobre o propósito das boas obras. Estamos falando sobre o método de salvação. E quando se fala em salvação, as boas obras não são a sua causa. Elas são o resultado.”
“Moralidade é resultado da justificação. Não é a causa da justificação. Nunca será uma causa. O cristão genuíno será uma pessoa moral.” (grifos acrescentados)
Então podemos notar que as boas obras fazem parte da vida do cristão, mas como resultado da salvação e nunca como causadoras dela.
Já vimos que não podemos nos salvar tendo como base as nossas boas obras, então como podemos ser salvos? E depois por que devemos ter certeza deste fato?

II. A SALVAÇÃO VEM PELA GRAÇA DE DEUS E É ALCANÇADA PELA FÉ

Em Atos 16: 30,31 nós temos o carcereiro perguntando a Paulo a Silas o que fazer para ser salvo, e eles dizem “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa”
Vamos ler João 3:15,16 – “15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. 16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jesus disse que o que nEle Crê tem a vida eterna
Então vemos que a condição básica para a nossa salvação é crer, ter fé, mas ter fé em quê? Ou em quem?
Jesus e a Bíblia afirmam que é ter fé nele, mais especificamente no sacrifício que Ele fez em nosso favor, vou explicar:
Quando o homem pecou atraiu sobre si a condenação da morte e morte eterna (o salário do pecado é a morte – Rm 6:23), e agora o que fazer? Deus já tinha um plano caso o homem pecasse, e neste plano Ele tornar-se-ia humano e tomaria o lugar do homem em sua condenação, só alguém humano poderia ser o nosso substituto e vencer, e provar que Adão não precisava ter pecado, pecou porque quis, e que Adão poderia ter vencido, mas fraquejou. E além de vencer Ele ofereceu a vitória Deus sofrendo a morte eterna em nosso lugar, é como se um Juiz nos declarasse culpados da sentença de morte – toda a raça humana, mas só que este mesmo juiz se oferece para sofrer em nosso lugar; os que aceitarem são livres, mas os que rejeitarem sofrerão a pena, não importa quando, esta punição chegará aos que rejeitarem o seu substituto.
A morte de Jesus nos torna justos, mesmo não sendo; é que Ele coloca sobre os que o aceitam a Sua Justiça, de forma que quando o Pai olha para um pecador arrependido, Ele vê a Justiça de Cristo, vejamos Isaías 61:10 “ Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas jóias.” Ele nos cobre com vestes de salvação!
Jesus afirma categoricamente que os que nEle crêem TÊM a vida eterna – vejamos João 5:24 “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” , os discípulos entenderam isto e declararam sua fé nestas palavras em Atos 15:11 “ Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.”
Então amigos nós temos que ter certeza da salvação, é a mesma forma que o judeu encarava o perdão, ele ia ao santuário com a oferta (bode, ou cabra, ou ovelha, ou carneiro) e colocava a mão sobre a cabeça do animal e então confessava o pecado, logo simbolicamente o pecado passava para o animal e deste para o sacerdote e deste para o santuário, ai o pecador saía do santuário com a certeza do perdão, pois na cabeça do judeu ao colocar a mão sobre a cabeça do animal seu pecado já não está mais com ele e sim com o animal, então ele sabia que já não tinha mais o pecado, NÃO é questão de sentir, “Ah! Eu me sinto perdoado”, ou “Ah! Eu me sinto salvo”, REPITO - NÃO!!!!!! É uma questão de CRER, eu tenho que crer, pois esta é a palavra de Deus.
Vamos ver agora Efésios 2:5, 8-10 – “ 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos,... 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. 10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Aqui declara que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isto é um dom (PRESENTE) de DEUS, e tem mais vejamos o verso 6 “ e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” OH! Que maravilha, vejam pela fé nós já estamos assentados com Cristo nas regiões celestiais, ou seja no céu, e isto agora irmãos! Então repito um pensamento inicial, ou estamos lá agora ou não estamos; não tem meio termo (claro que não podemos deixar de lado um das tensões teológicas e escatológicas a esse respeito – a questão do “já” e do “ainda não”; estamos salvos, mas não estamos livres do pecado e do mal ainda; temos a certeza deste livramento final e da salvação, é o “já”, porém estamos aguardando o pleno cumprimento destas palavras quando Jesus voltar, é o “ainda não”).
A palavra de Deus declara que pela graça nós somos salvos por meio da fé em Jesus, no Seu sacrifício por nós, e nós já estamos com Ele pela fé no céu, agora cada um deve ter certeza de sua salvação, ninguém tem o direito de opinar sobre a salvação dos outros, é pessoal amigos. Por isso cada um cuide de ter certeza, pois se você não tem é sinal que não está.

Gostaria de inserir neste espaço mais uma ajuda do Pr. Morris sobre a salvação, é uma volta ao assunto das obras que tem ligação com a fé. É que nós não somos salvos pelas boas obras (você pode dizer “- de novo meu amigo, não já foi falado isto antes”), isto é um ponto pacífico, mas a outra questão é que nós não nos perderemos por causa das más obras que praticamos e sim pelo fato de ter ou não aceitado Jesus, as más obras logo sempre acompanharão os que rejeitarem o Salvador; vejam o que Venden diz: “Rm 3:20 [visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado]. Nossas boas obras não causam nossa salvação. Nossas más obras não causam nossa perdição. Se, por fim, você se salvar, será devido ao que fez em relação a Jesus como seu Salvador. As boas obras indubitavelmente estarão presentes; não são, porém, o que causou a sua salvação. Do mesmo modo, se afinal perder-se, será porque deixou a Jesus fora de seu coração, batendo em vão, pedindo entrada. As más obras podem estar presentes, mas serão o resultado, e não a causa. Deus não julga pelos atos exteriores, mas pelo coração. Do coração procedem as fontes da vida.” (grifos acrescentados)

Só que tem mais um, porém, será que é uma vez salvo, salvo para sempre? Será que a certeza da salvação implica numa graça barata,ou seja, será que os que um dia tiveram ou têm a salvação podem fazer o que quiser que serão salvos? Ou que se um dia esteve nos caminhos de Deus e saiu tem que necessariamente voltar porque já foi salvo?

III. NÃO É UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE.

Vamos ver I Coríntios 10:12 “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” – aqui há a advertência para os que pensam estar em pé, mostrando que existe a possibilidade da queda.
Agora Hebreus 2:1-3 “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. 2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, 3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram.” Aqui nos mostra que existe o risco de nos desviarmos da Palavra e de Deus, e se negligenciarmos a salvação que nos é oferecida como escaparemos?
E por fim II Pedro 2:20-22 “ 20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. 21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. 22 Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” E 3:17 “Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza” – aqui fala da realidade do desvio, da queda, do abandono das verdades que um dia foram amadas.
Diante do que vimos podemos entender que mesmo depois de aceitar a Cristo e receber a salvação, podemos ainda cair e nos desviar e não tem certeza da volta NÃO. Por isso a nossa única salvaguarda é estarmos DIA A DIA ao lado de Jesus pela oração, leitura, estudo, meditação e memorização da Bíblia, além do testemunho e frequência às atividades da Igreja; claro que pedindo forças a Deus a cada dia, pois Jesus mesmo nos ensinou que “Sem Ele nada podemos fazer” João 15:5.

CONCLUSÃO:

Vimos que:
1. Não importa o quanto nos esforcemos, nem quantas boas ações pratiquemos, nossos atos, palavras e pensamentos são maculados pelo pecado, por isso não tem como nos salvarmos por eles;
2. Nossa única esperança de salvação está em Deus e no que Ele fez por nós, por Sua graça somos salvos. Pelo sacrifício de Jesus e por Sua Justiça a nós outorgada pela fé entraremos nas mansões celestiais, e de fato pela mesma fé já estamos lá;
3. Não significa que uma vez salvo, salvo para sempre. Enquanto estivermos aqui neste mundo mau haverá a possibilidade da queda e do desvio, nossa única salvaguarda é buscarmos a Deus dia a dia;
Oro para que você caro(a) leitor(a) tenha a certeza de sua salvação em Jesus Cristo, pela misericórdia de Deus e atuação do Espírito Santo. Amém.