16/02/2011
SOBRE A POSIÇÃO DE ORAR
Algumas pessoas no desejo de obedecer estritamente o que Deus ordena têm tomado textos sobre a oração de joelhos da Bíblia e do Espírito de Profecia e tentado provar que somente de joelhos a oração é aceitável a Deus.
Ora, um texto, fora do seu contexto só dá margem a um pretexto, por isso faremos neste breve estudo uma abordagem visando dar uma visão geral do assunto na Palavra de Deus e no Espírito de Profecia, a fim de que a compreensão correta possa ser conseguida por todos e os pontos de vista unilaterais sejam abandonadas.
O que precisamos saber está no roteiro que seguiremos nestes estudos:
I - O que a Bíblia diz.
II - O que E.White diz.
III - O que E.White fazia:
IV - Um caso especial em M.E. vol.11,311.
- A conclusão
I - O QUE A BÍBLIA DIZ
A Bíblia é quem estabeleceu a nossa doutrina, por isso precisamos saber sua posição sobre o assunto em primeiro lugar, ela no ensina a orar em várias posições:
1. De joelhos - conforme o exemplo de vários personagens bíblicos. Veja Dan.6:10, I Cor.14:25; Esdras 9:5; Lucas 22:41 Atos 7:60, etc.
2. Em pé - conforme outros exemplos, que na maioria das vezes são esquecidos.
a) Simeão orou em pé. Lucas 2:27-35
b) Jesus ao ressuscitar Lázaro orou em pé. João 11:41-42.
c) Ana orou em pé. I Samuel 1:9,10 ( a versão da Bíblia Almeida Atualizada é mais clara).
O fariseu e o publicano justificado oraram em pé e Deus não olhou a posição física, mas o estado do coração. Lucas 18:11-14.
Aliás ao Jesus contar esta História mostrou que era normal, na sua época, os homens orarem no templo em pé.
e) Salomão fez a benção inicial no templo em pé. I Reis 8:14 e II Crôn.6:3
f) Salomão fez a benção final no templo em pé. I Reis 8:55-61
g) Durante a oração Salomão estava de joelhos (II Crôn.6:13)mas, o povo ficou em pé e só ajoelhou quando caiu fogo do céu como sinal de que Deus ouviu a oração. II Crôn.7:1-3. Os sacerdotes e os cantores estavam em pé. II Crôn,7:6
h) Neemias que orou a Deus diante do Rei Artaxerxes, estava em pé. Neemias 2:4.
Estas orações foram feitas em pé e Deus as ouviu, mesmo quando feitas no templo.
II Vejamos agora o que E.White diz.
O QUE E.WHITE DIZ (Como regra geral)
"Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o habito de falar com o Salvador quando sós, quando estais caminhando, e quando ocupados com os trabalhos diários". A Ciência do Bom Viver, pág. 511.
Portanto ela diz:
a) Nem sempre é preciso estar de joelhos para orar. Veja ME, 266:1.
b) Pode-se orar a sós sem ajoelhar. CBV, 511 C. Cristo, 99.
c) Pode-se orar caminhando pelas ruas em meio ao barulho do povo. CBV,511; Obreiros Evang. 258 C. Cristo 99.
d) Pode-se orar trabalhando em meio a transações comerciais e o barulho das máquinas. CBV,511 C. Cristo 99; O.E.,258.
III - O QUE E.WHITE FAZIA:
a) Orava na igreja de joelhos. ME III, 267:2.
b) Orava com a igreja sentada. ME 111,267:3 e ME, I, 147.
c) Orava com a igreja em pé. ME III, 268:1 a 270
IV - UM CASO ESPECIAL
Porque então em Mensagens Escolhidas, vol.II, pág,311 é declarado a alguém que orou em pé:
"Prostre-se de joelhos! Esta é sempre a posição apropriada". 2ME, 311.
"Quando em oração a Deus, a posição indicada é prostrada de joelhos” 2ME, 11, 312.
a) Esta não é sempre a posição apropriada como já vimos pela Bíblia e pelas declarações e exemplos da própria E.White.
b) Ela estava repreendendo alguém que fora educado em Battle Creek e de lá vinha um espírito de desafio à obra e falta de reverência.
Lá as influências como as do Dr. J.H. Kellog diziam que Deus era uma energia que permeava a natureza. Note como ela relaciona a postura da pessoa que orou com Battle Creek e os professores do Colégio. 2ME, 311:1; 313:2 e 314:2. Na realidade aquela pessoa que orou em pé era apenas um representante de uma filosofia que estava existindo em Battle Creek, daí a denúncia. "E quando vos reunis para adorar a Deus, não deixeis de vos prostrar de joelhos diante dele". 2ME, 314.
c) O que realmente importava era a humildade interior, pois o exemplo que a irmã White usa nesse mesmo trecho do seu escrito, é o de Lucas 18:9-12. O fariseu estava em pé com o coração exaltado. Ela nos aconselha a nos prostrar como o publicano que apesar de ficar em pé fisicamente estava prostrado interiormente, e desceu justificado. Mens.Escolhidas II,313:3,4 e 314:0; Parábolas de Jesus, 151.
d) O objetivo era combater a imponência e o espírito irreverente que estava sendo cultivado por pessoas de B.Creek e não era intenção dar regra geral.
e) Por outro lado ela mesma, muitas vezes declarou que podemos orar, andando, trabalhando, ou mesmo quando a sós sem ajoelhar,etc. Veja Mens. Esc.II,316:2,3,4.
f) Ela mesma orou muitas vezes com toda congregação em pé ou sentada. Veja ME. III, 26.
Conlusão:
1. A Bíblia autoriza orar em pé como vimos Luc.18:11-14 (O Publicano orou em pé).
2. E.White declara que nem sempre é preciso estar de joelhos. C.C. 99.
3. Ela dizia poder-se orar, andando, trabalhando ou a sós sem ajoelhar. CBV.511
4. Ela mesma orou em pé e com a igreja sentada e ajoelhada.
5. Em Mens.Escolhidas II, 311 é relatado um caso especial de pessoas que alimentavam a importância e exaltação própria em B.Creek e o irmão que orou estava imbuído dessa orientação.
Além do mais nessa mesma ocasião ela cita a oração do fariseu e do publicano, dizendo que não devemos imitar o fariseu, mas o publicano e este estava fisicamente em pé.
6. A igreja ASD faz a oração principal de joelhos, mas durante o culto, admite oração em pé e sentados, em harmonia com a Bíblia e o Espírito de Profecia quando entendidos da maneira correta.
Se a oração é a respiração da alma não devemos limitar a oração para quando estivermos de joelhos, mesmo quando na igreja.
Oremos sem cessar, andando, sentados, em pé ou de joelhos, onde quer que estivermos. I Tess.5:17.
Pr. Demóstenes Neves – SALT/IAENE
15/02/2011
O DESAFIO DA EVANGELIZAÇÃO NAS GRANDES CIDADES
- Alguns dados importantes
- em 1850, menos de 3% da população mundial vivia em cidades.
- No ano 2000 estima-se que mais de 50% da população viverá nas cidades
- Em 1950 havia somente sete cidades com mais de 5 milhões de habitantes
- No ano 2000 estima-se que 93 cidades terão mais de 5 milhões de habitantes e mais de 300 terão um milhão ou mais de habitantes
- 80% das megalópoles estarão na Ásia, África e América Latina
I. A TEOLOGIA DA CIDADE
1. As cidades na Bíblia
a) Sinônimos de maldade e pecaminosidade
- Sodoma e Gomorra
- Babilônia, a real e a simbólica
b) A atitude de Deus para com as cidade
- Desejo de que se arrependam e se salvem – Jonas 4:11
- Jesus chorou sobre Jerusalém – S. Mateus 23:37
- Possibilidade de salvação através da oração intercessória dos justos – Gênesis 18:22-23
II. ELLEN WHITE E A PREOCUPAÇÃO PELAS CIDADES
1. Uma tarefa prioritária à qual não se dava a devida importância
“Trabalhai pelas cidades sem demora pois o tempo é curto. O Senhor tem posto essa tarefa diante de nós nos últimos 20 anos ou mais. Algo tem sido feito em uns poucos lugares, porém se poderia fazer muito mais. Tenho uma carga que me oprimi dia e noite pelo pouco que se faz para admoestar aos habitantes de nossos grandes centros populacionais, acerca dos juízos que cairão sobre os transgressores da lei de Deus”. Carta 168, 1909
“Olhai nossas cidades e suas necessidades do evangelho. A necessidade de trabalhar fervorosamente entre as multidões das cidades me tem sido mostrada por mais de 20 anos. Quem está levando uma carga por nossas grandes cidades?” General Conference Bulletin 1909, pp. 136, 137
2. Alguns métodos e estratégias sugeridas
a) Eleger homens de capacidade especiais
“O Senhor deseja que proclamemos, com poder, a mensagem do terceiro anjo, nestas cidades. Não podemos, por nós mesmos, exercitar este poder. Tudo quanto podemos fazer é escolher homens capazes e instar para que vão a tais lugares de oportunidade...”
“A habilidade de orador que possui o pastor Prescott é necessária para apresentar a verdade nas zonas urbanas. Quando a verdade for apresentada nas zonas urbanas, as zonas rurais se tornarão receptivas a ela e realizar-se-á uma obra extensa.” Carta 168
b) Iniciar a evangelização em várias frentes
- A missionologia moderna a denomina “estudos de receptividade e resistência”
“Agora é o momento oportuno de evangelizar as cidades. Temos que alcançar o povo que nelas reside... Agora, nas principais cidades deve ser despertado o interesse. Muitos pequenos centros devem ser estabelecidos, de preferência a alguns poucos grandes...” Evangelismo, p. 78
c) Estabelecer bem a igreja antes de mover-se a outro lugar
“Nas séries de conferências realizadas nas grandes cidades, a metade do trabalho se perde porque eles (os obreiros) encerram as atividade muito cedo e vão para outro território novo... A pressa em encerrar logo uma série de conferências tem produzido, muitas vezes, grandes perdas.” Evangelismo, p. 42
d) Fazer um estudo das necessidades da população
“Não menos de sete homens devem ser escolhidos, para que assumam as grandes responsabilidades da obra de Deus nas cidades populosas... Qual deve ser o trabalho destes homens sete homens? Devem investigar as necessidades das cidades e empregar os mais decididos e fervorosos esforços no sentido de desenvolver a obra.”
“Quem dera que pudéssemos ver as necessidades destas grandes cidades como Deus as vê! Devemos planejar colocar nestas cidades homens capazes...” Evangelismo, pgs. 37-38
CONCLUSÃO
- A Sagradas Escrituras apresentam a preocupação da Divindade pelas grandes cidades
- Esta preocupação é confirmada pelo Espírito de Profecia
- A tendência atual da população mundial de centrar-se mais e mais nas grandes cidades, faz com que a preocupação da Igreja também se manifeste no evangelismo urbano
- Em abril de 1990 a Associação Geral organizou o Instituto para a Missão Urbana. O propósito desse departamento foi estabelecido no acordo a AG:
1. Estudar seriamente o evangelismo urbano, a natureza da vida na cidade e seus resultados.
2. Dar apoio e animar projetos missionários que tenham como alvo as áreas urbanas ainda não alcançadas.
3. Prover materiais e informações para os ministros urbanos e suas igrejas.
General Conference 1990: 89/136
FONTE: Instituto de Crescimento de Igrejas do SALT-IAENE
ALCANÇANDO MENTES SECULARIZADAS
ALCANÇANDO OS SECULARIZADOS COM O EVANGELHO
- Um dos grandes desafios da evangelização contemporânea é como alcançar as grandes massas de indivíduos secularizados.
- Há vários princípios que estudamos neste curso que se aplicam a este tipo de evangelização.
I. PRINCÍPIOS MISSIONÁRIOS QUE SE APLICAM À EVANGELIZAÇÃO DOS SECULARIZADOS
1. O princípio da adaptação ou “contextualização”:
- O princípio bíblico: I Coríntios 9:19-23
- Declaração de Ellen G. White:
“Alguns dos que se empenham na obra de salvar almas, deixam de obter os melhores resultados, porque não executam cabalmente a obra que iniciaram com muito entusiasmo. Outros se apegam tenazmente a idéias preconcebidas, dando-lhes preeminência, deixando por isso de conformar seus ensinos com as necessidades reais do povo. Muitos não compreendem a necessidade de se adaptarem às circunstâncias, e ir ao encontro do povo. Não se identificam com aqueles a quem desejam auxiliar em atingir a norma bíblica do cristianismo”. Obreiros Evangélicos, p. 381
Vários conceitos nestas declarações:
a) adaptação do ensino
b) adaptação às circunstâncias
c) levar em conta as necessidades das pessoas
d) ir ao encontro das pessoas onde estão
e) identificar-se com aqueles que se deseja alcançar
2. O princípio da “encarnação”
- encontrar a pessoa onde está
- pensar de acordo com o ponto de vista deles
- levar em conta as necessidades que eles têm, não as que achamos que tenham
II. AS NECESSIDADES DAS PESSOAS COMO PONTO DE PARTIDA PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS SECULARIZADOS
1. O conselho inspirado de levar em conta as necessidades das esposas a quem queremos evangelizar
“Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’.” A Ciência do Bom viver, p. 143
“Qual deve ser o trabalho destes sete homens? Devem investigar as necessidades das cidades e empregar os mais decididos e fervorosos esforços no sentido de desenvolver a obra.” Evangelismo, pgs. 37-38
2. O conselho dos que trabalham pelos secularizados
- Mark Finley, destacado evangelista nos centros secularizados da Europa:
“Se desejamos fazer um trabalho efetivo para Deus ao buscar homens e mulheres e ganhá-los para o Salvador, nosso ministério deve realizar-se nas áreas onde se encontram as necessidades mais sentidas das pessoas.” Meeting the Secular Mind, p. 104
3. Que tipo de necessidades pode atingir a igreja
a) Necessidades físicas, mentais, espirituais e sociais. Aproximação “holística”
- Imitando o modelo, Jesus Cristo S. Mateus 9:35, 36,S. Lucas 4:18-22
b) Outras necessidades percebidas pelo próprio indivíduo
- Sugestão de Packer e Howard em Christianity the True Humanism.
1) Necessidade de identidade
2) Necessidade de auto estima
3) Necessidade de dignidade
4) Necessidade de saúde
5) Necessidade de esperança
6) Necessidade de liberdade
CONCLUSÃO
Ao preparar a agenda para evangelizar aos secularizados, não podemos dar prioridade às necessidades que nós percebemos com respeito a eles: necessidades de redenção, de perdão, de Cristo.
Temos que aprender a ver as necessidades como eles as vêem e tratar de solucioná-las, não como “iscas” para a evangelização, senão como “quem deseja seu bem”.
Neste caso estudaremos imitando o Modelo, Cristo e Sua estratégia para alcançar as pessoas.
FONTE: Instituto de Crescimento de Igrejas do SALT-IAENE
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