23/11/2011

DISCÍPULO OU SEGUIDOR?


Estudo preparado por meu amigo - Pr. Emerson Nunes, secretário da Associação Costa-Norte


OBJETIVO – Apresentar o que é ser um discípulo e convidar os presentes a serem discípulos de Cristo, o que vai muito além do que ser simplesmente membro da igreja.

Introdução:

            Mateus 28:18-20 registra a grande comissão deixada por Cristo aos discípulos.  

            O coração da grande comissão era o “...fazei discípulos..”.  Batizar e ensinar fazia parte da missão, mas, não era o objetivo final da grande comissão.  O propósito final era FAZER DISCÍPULOS.
            O produto final não era um mero converso, nem muito menos um convencido, mas um discípulo.
            Na verdade a grande comissão era como um mecanismo cíclico em que a vida de Jesus seria reproduzida na vida de seus discípulos, que seria reproduzida na vida de outros discípulos e assim por diante.
            Para Walter A. Henrichsen, especialista em crescimento de igrejas, “discípulo é alguém que determina o que é certo em cada área de sua vida, de acordo com a bíblia, e vive isto consistentemente, ao invés de permitir que as circunstâncias norteiem sua conduta.”
            Um discípulo é muito mais que um seguidor, pois, ele se compromete enquanto que o último só vai com Cristo até onde as circunstâncias permitem.
            Falando das diferenças entre um discípulo e um seguidor, Bill Hull diz: “...O cristão superficial deseja ter todos os benefícios da vida cristã vitoriosa sem compromisso...”.  O que diferencia os dois é o comprometimento do discípulo de obedecer a Deus independentemente das circunstancias, sentimentos, ou outras pressões.
            Os doze sabiam muito bem do que se tratava a missão a eles confiada, pois, já haviam visto muitos irem e virem a Jesus, e deixarem o caminho ao primeiro sinal de desconforto.  A missão deles não era atrair seguidores interessados apenas, mas, fazê-los tornarem-se o que eles mesmos eram: DISCÍPULOS.

            NA VISÃO DE CRISTO O QUE É SER UM DISCÍPULO?                  

I - É estar disposto  a negar-se, tomar sua cruz diariamente, e segui-lo (Lucas 9:23-25)

É desconsiderar gostos pessoais, se isso está confrontando com as claras orientações de Deus.  Não devemos ser guiados pelos gostos ou sentimentos, mas pela Palavra de Deus.
           O maior exemplo é o próprio Jesus.  Na noite anterior a sua morte, ele suou gostas de sangue de agonia por pensar no que estava para enfrentar.  Ele não queria morrer, e muito menos carregar um fardo tão pesado.  Pelo seu gosto Ele não queria ser crucificado e sentir a separação do Pai, mas, disse: “...não seja como eu quero, mas, como Tu queres.”.
Para Jesus mais importava fazer a vontade do Pai do que até mesmo viver.  Assim também o é para o discípulo.

II - É colocar Cristo antes de si, família, e possessões (Lucas 14:25-27 e 33)

Duas atitudes opostas nos apresentam o seguidor e o discípulo:

Na primeira, a irmã Maria em Natal/RN, uma mãe de família de aproximadamente 60 anos, ao conhecer através do estudo bíblico  os mandamentos de Deus, tomou a decisão de obedecer.  Logo comunicou a sua patroa que a partir daquele dia não mais trabalharia no sábado, por se tratar de um dos dez mandamentos de Deus.  Sua patroa não tendo consciência de sua determinação disse: -- ah, não vai dar para te liberar no sábado.  Mas, Maria insistiu: -- Eu estou lhe informando que a partir de hoje não trabalharei mais no sábado.  Se der pra senhora bem, mas se não, muito obrigada pela oportunidade que até aqui a senhora me concedeu.  Quando ela me contou já fazia dez anos que isso havia acontecido, e concluiu: -- Até aqui o Senhor me tem sustentado e sou feliz.

Na segunda, uma jovem da igreja me disse: -- Ah pastor, estou precisando terminar a faculdade de pedagogia e onde estou estudando as aulas só são no sábado e por isso não estou em condições de por enquanto obedecer a Deus.  Mas acho que essa faculdade foi a resposta do próprio Senhor às minhas orações.  O senhor não acha?  Falei com carinho, mas com muita clareza que com certeza Deus não poderia aprovar aquilo que ele já havia claramente desaprovado na bíblia.  Os três amigos de Daniel não estavam para perder uma faculdade ou um emprego quando foram lançados na fornalha ardente, mas, a própria vida deles estava em jogo diante daquela situação que o Céu requeria fidelidade aos mandamentos de Deus por parte deles.
            Qual das duas pessoas acima citadas teve atitude de discípulo?
         
III - É ter dedicação pela Palavra de Cristo (João 8:31 e 32)

A leitura diária da palavra de Deus é algo indispensável na vida do  discípulo de Cristo.  Muitos têm nos sermões da igreja sua única dose semanal de alimento espiritual, mas, não deve ser assim.  O verdadeiro discípulo alimenta-se às colheradas por si mesmo, e não apenas para obter conhecimento, mas para ser orientado no caminho.
            Dwight Moody afirmou que a Palavra de Deus não foi dada com o propósito de aumentar nosso conhecimento, e sim de guiar nossos passos.

IV - É dedicado ao evangelismo pessoal (Mateus 9:36-38)

            Citações de Ellen White em DTN, pp. 482, 483 e 485. (edição econômica):

            “ ...Seja qual for a vocação de uma pessoa na vida, seu primeiro interesse deve ser ganhar almas para Cristo.  Talvez ela não seja capaz de falar às congregações; pode no entanto, trabalhar em favor dos indivíduos... O ministério não consiste apenas em pregar.  Exercem-no os que aliviam os doentes e os sofredores, ajudam os necessitados, dirigem palavras de conforto aos desanimados e aos de pouca fé.  Por perto e por longe encontram-se almas vergadas ao peso de um sentimento de culpa...”
            “...Cumpre, assim, a cada um dos obreiros de Cristo começar onde está.  Em nossa própria família pode haver almas sequiosas de simpatia, famintas do pão da vida...”

            É justamente no cumprimento dessa tarefa que recebemos a promessa de Sua presença.
            Ellen White ainda comenta que os próprios anjos pasmam ante a estranha indiferença humana quanto ao amor de Deus, e o próprio céu se indigna ante a negligência manifestada para com as almas humanas.
            “...Os sofrimentos de cada homem são os sofrimentos de um filho de Deus, e os que não estendem a mão em socorro de seus semelhantes quase a perecer, provocam-lhe a justa ira.  Esta é a ira do Cordeiro.  Aos que professam ser companheiros de Cristo, e todavia se têm mostrado indiferentes às necessidades dos semelhantes, declarará Ele no grande dia do Juízo: ‘Não sei de onde vós sois; apartai-vos de Mim, vós todos os que praticais a iniqüidade.’.”

 V - É amar os outros como Jesus ama (João 13:34-35)

Se ama as pessoas respeitando suas opiniões e interresses, auxiliando-as em suas dificuldades, sendo bondosos e corteses com elas, pregando-lhes o evangelho, etc.

VI - É o que permanece em Cristo, obedece, e dá fruto (João 15:7-10)

Billy Graham disse:  “A decisão é cinco por cento; o seguimento a esta decisão é noventa e cinco por cento”.
Ainda tratando desse aspecto, é importante lembrar o que a bíblia diz em vários lugares que Deus se agrada mais da obediência do que dos sacrifícios.  Deus “... não requeria que fossem espertos, mas tinham de ser leais.”  E essa obediência, tornou-se sinal distintivo dos discípulos.
          
Conclusão

            Que motivação poderíamos encontrar para assumir tal compromisso?

            O Marcos, aquele astronauta brasileiro que fez a viajem ao espaço disse que quanto mais ele se afastava da terra e contemplava sua pequenez mais ainda ele se sentia minúsculo.  Uma tremenda sensação de grão de areia, diante de um universo tão vasto.  Pois bem, o Criador de todos esses mundos, tem por você uma tremenda consideração, um inexplicável amor, e não encontrando outra forma de expressá-lo, veio a esse mundo para dar Sua própria vida em teu favor.  Isso te motiva?  Se não, o Céu não sabe mais o que fazer.

DEUS QUER USAR SUA FAMÍLIA



Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus. Atos 18:26   


Um fato bem conhecido é que o nosso maior inimigo somos nós mesmos; nossos medos, preconceitos, baixa autoestima, nossa suposta incapacidade diante dos desafios da vida. E isso também está associado à nossa vida religiosa – recebemos orientações, somos desafiados e motivados à ação missionária, MAS, o temor do fracasso, de sermos ridicularizados, do desconhecido, o sentir-se diminuídos diante dos outros neutraliza nossa vontade de agir, de ir avante e... FICAMOS PARADOS.

No texto de hoje podemos observar uma família que era cooperadora de Paulo (Rom. 16:3), já o hospedara e tinham o mesmo ofício – fazer tendas (At. 18:2,3). Esse casal amava a Cristo e desejava sempre pregar a palavra de Deus, tanto que com o tempo eles tiveram uma igreja em sua casa (I Co. 16:19).

Eles poderiam sentir-se diminuídos diante da erudição de Apolo ao escutarem-no e mesmo diante da convicção do Espírito para ensinar a verdade mais claramente aquele homem conversar um com o outro mais ou menos assim:

- Ele não sabe toda a verdade.

 - É, mas quem vai ensinar a ele? Nós? Humildes fazedores de tenda? O homem é letrado e entendido.

  - Hum, Deus vai levantar alguém que mostre toda a verdade a ele! – é sim, vamos embora.

Graças a Deus não foi isto que aconteceu! Ellen White diz que por causa do ensino desta família Apolo “tornou-se um dos mais hábeis defensores da Igreja Cristã”, eles não se intimidaram com a eloquência e entendimento bíblico que ele tinha, mas, continua White “um consumado erudito e brilhante orador aprendeu mais perfeitamente o caminho do Senhor através dos ensinamentos de uma mulher e um homem cristãos, cujo humilde emprego era o de fazer tendas.” (Ellen White, Paulo – o apóstolo da fé e da coragem, Certeza Editorial, 2005, pp. 125 e 126).

Querido (a) irmão (ã), o Senhor Deus, O Eterno, quer usar sua família na grande obra de salvação dos perdidos, não importa o seu nível cultural, intelectual ou financeiro, as suas habilidades, se vocês sabem ler ou não, se vocês tem deficiência ou  não, nada disso é empecilho para Deus usar você e sua família para advertir o mundo da grande crise que se aproxima.

O mundo foi beneficiado através daquela família missionária e a mesma coisa Deus deseja ver hoje - famílias que se disponham a trabalhar para ele. Você quer que sua família seja assim? Então vãos orar juntos:

Pai do céu, obrigado por eu conhecer a verdade. Senhor, que minha família conheça e aceite Jesus e assim, juntos, nós vamos anunciar ao mundo que Deus é amor.