29/11/2012


É RACIONAL CRER NA CRIAÇÃO RECENTE EM SEIS DIAS?


Antes de responder à questão de saber se é razoável ou racional acreditar em uma criação recente em seis dias, é importante definir os seus elementos fundamentais: “razoável” e “criação recente em seis dias.” Enquanto a ciência tem sido associada à “razão” e, portanto, espera-se que seja razoável, o criacionismo tem sido associado por muitos à “fé” e, portanto, parece ser incompatível com qualquer coisa “razoável”.1
Mas a fé bíblica, nesse caso a fé na criação, é “razoável”, no sentido de que não é mítica e/ou irracional, pelo contrário, apresenta histórica (a Bíblia também é um documento histórico), natural e sensível evidências para suas alegações. Embora seja verdade que a Bíblia não é um documento científico moderno da criação, ainda assim se espera que aceitemos pela fé o seu registro (Hebreus 11:3, 6). Contudo, não se espera que exerçamos fé cega ou simplista.2 Pelo contrário, a Bíblia oferece estrutura e argumentos para que a fé seja convincente acerca da veracidade cosmológica e histórica de eventos e elementos apresentados biblicamente. Leonard Brand e David Jarnes resumem as evidências judaico-cristãs para a razoabilidade das Escrituras, ao enumerar: (1) o cumprimento histórico das profecias bíblicas/previsões; (2) o apoio arqueológico para as históricas localizações bíblicas, pessoas ou acontecimentos; (3) os regulamentos mosaicos de saúde que diferem radicalmente dos do Egito, apontando para uma revelação sobrenatural. As três fontes bíblicas de evidências são experimentáveis e assim reforçam nossa visão da Bíblia como sendo razoável. Fato comprovado também em relatos das Escrituras que não são experimentáveis – característica que se deve não ao caráter pré-científico da Bíblia, mas às limitações da ciência.3

Justo Gonzalez definiu “criacionismo” como “a resposta de alguns cristãos conservadores para a teoria da evolução, que eles veem como uma ameaça para a doutrina cristã da criação... Segundo os criacionistas, a história bíblica da criação... é cientificamente defensável, e há uma diferença abissal entre a doutrina cristã da criação e a teoria científica da evolução”.4 Uma forma de criacionismo – “criacionismo recente em seis dias” – enfatiza que a vida e a organização deste planeta se originou sobrenaturalmente em seis dias, e mais recentemente (em vez de alguns milhares de milhões de anos atrás).5 Assim, ao assumir que a Terra poderia ter sido criada em um momento anterior (antes de Gênesis 1:2), evita tomar partido pelo criacionismo da Terra recém-criada, que insiste que o próprio planeta, se não todo o Universo, tem cerca de 6.000 anos de idade. Evita também defender qualquer lacuna entre Gênesis 1:1 e 1:2,6 ou a “teoria do intervalo”, que insere uma descrição especulativa do que poderia ter acontecido no intervalo entre os eventos de Gênesis 1:1 e 1:2.7
Dessa forma, é razoável considerar a criação recente em seis dias? Acreditamos que sim, por uma série de razões. As três primeiras evidências serão persuasivas principalmente para aqueles que já acreditam na Bíblia, enquanto que as outras podem ser mais pertinentes para os que ainda não acreditam.

Evidências de estudos bíblico-teológicos
1. O criacionismo recente em seis dias é razoável, da mesma forma e com a mesma intensidade em que a fé na Bíblia é razoável. É razoável acreditar no caráter histórico, não-mítico, factual do relato da criação, pois é razoável acreditar em outros relatos bíblicos, como os relatos da encarnação, ressurreição, ascensão e promessa da segunda vinda de Cristo.8

Em outras palavras, o criacionismo recente em seis dias é uma questão de fé, mas uma fé apoiada em evidências. O evolucionismo naturalista é também, em última análise, edificado em pressupostos filosóficos (como a eternidade da matéria/energia, biogênese, absoluto uniformitarianismo e naturalismo reducionista). Assim, ele também procura por evidências para comprovar a sua razoabilidade. Por conseguinte, um aspecto importante dessa discussão sobre razoabilidade diz respeito ao grau de autoridade que deve ser dado para os fundamentos do evolucionismo e criacionismo, respectivamente. São os pressupostos e/ou conclusões dos cientistas evolucionistas mais confiáveis do que as Escrituras? Brand e Jarnes, tendo descrito a relatividade das teorias científicas, por um lado, e a razoabilidade da fé na Bíblia, por outro, concluem que “se o naturalismo é falso e se Deus realmente se comunicava com os escritores da Bíblia, teríamos razões para acreditarmos que é mais digno de confiança do que as autoridades humanas”.9
2. Há uma conexão entre uma interpretação direta da descrição da criação de Gênesis e a data de criação apresentada. Richard Davidson argumenta convincentemente que o relato bíblico da criação aponta claramente para um registro literal e histórico dos eventos descritos, o que implica em um curto processo de criação abrangendo apenas seis dias de 24 horas. Ele mostra que mesmo os estudiosos histórico-críticos mais cautelosos têm insistido que o autor de Gênesis pretendeu que seus leitores compreendessem todo o processo de criação da vida na Terra durante esse período. A história da criação não apresenta qualquer sinal de linguagem alegórica ou mitológica e, portanto, não permite a interpretação de um dia para uma semana da criação.10 Também o quarto mandamento do Decálogo (Êxodo 20:8-11) supõe a criação em dias literais de 24 horas, ligando intimamente a celebração do sábado (e sua legitimidade) com a nova semana.11 Dessa maneira, qualquer tentativa de conciliar a criação com uma visão da evolução com base em uma longa história de vida na Terra, como a evolução teísta e criacionismo da velha Terra (a criação progressiva), está em desacordo com a clara intenção da Escritura.12

A extensão da história da vida na Terra, para se adequar com a evolução teísta ou com o criacionismo da velha Terra, é baseada no pressuposto de que as genealogias de Gênesis são simbólicas ou representativas. BB Warfield definiu as bases para essa abordagem, argumentando que podemos confiar em certa medida nas genealogias bíblicas que começam com Abraão, uma vez que temos informações adicionais além dessas genealogias, mas que não podemos fazê-lo com as genealogias anteriores, porque “somos dependentes inteiramente das inferências extraídas das genealogias registradas no quinto e décimo primeiro capítulos de Gênesis. E se as genealogias das Escrituras fornecerem uma base não sólida para inferências cronológicas é claro que ficamos sem os dados das Escrituras para a formação de uma estimativa da duração desses períodos”. Aplicando o estilo de genealogias de Mateus e de Lucas para as genealogias em Gênesis 5 e 11, Warfield explicou que “não há razão inerente à natureza das genealogias das Escrituras porque uma genealogia que registrou ligações... pode não representar um retrocesso efetivo de cem ou mil ou dez mil ligações”.13 Em oposição a isso, Davidson argumenta conclusivamente que as genealogias de Gênesis 5 e 11 contêm duas características especiais que fazem um esforço extra para provar o contrário, isto é, “que não existem lacunas individuais entre os patriarcas mencionados: (1) “características únicas de integração” do texto (“Um patriarca viveu X anos então, gerou um filho, depois que gerou esse filho, ele viveu mais Y anos, e gerou mais filhos e filhas, e todos os anos deste patriarca foram Z anos”) tornam “impossível argumentar que há importantes lacunas geracionais”, e (2) ao contrário de outras genealogias bíblicas que usam a forma Qal “gerou”, a forma Hiphil (yalad) é utilizada, a qual “é a especial forma causal que em outros lugares no VT refere-se à real descendência físico-direta, ou seja, o pai biológico da relação pai-filho (Gênesis 6:10; Juízes 11:1; 1 8:9 Crônicas; 14:3; 2 Crônicas 11:21; 13: 21; 24:3).”14 Portanto, essas genealogias bíblicas excluem a extensa história de vida tão necessária para aqueles que querem conciliar a Bíblia com a evolução, e representam uma ferramenta histórica razoável para posicionar um período recente de vida na Terra.

3. Uma criação recente de seis dias é coerente com os conceitos bíblico-teológicos da onipotênica divina, justiça e amor. A “desilusão” de Darwin com a noção de um Deus justo e amoroso foi baseada em sua rejeição (e aparente mal-entendido) da teodicéia clássica que atribui a situação atual do nosso planeta ao abuso da liberdade da escolha.15 Mas se Deus não é de fato apenas onipotente, mas também amoroso e justo, então é perfeitamente razoável que Ele iria criar e organizar a vida neste planeta em um processo curto, inofensivo e ordeiro, porque qualquer outra coisa, como a progressão violenta da vida durante longos períodos descritos pela teoria da evolução é repugnante para Sua natureza.
Evidências de estudos científicos

1. A razoabilidade de uma criação recente em seis dias é evidente a partir de séculos de debate entre a ciência e o cristianismo. A hipótese de uma longa história de vida na Terra surge dos conceitos uniformistas da geologia e da evolução biológica dos séculos XVIII e XIX de uma fonte comum baseada em probabilidades percebidas e seleção natural.16 Roth, porém, mostra como os recentes desenvolvimentos na ciência tem cada vez mais desafiado o uniformitarianismo a favor do catastrofismo global, observando que o ponto de partida começou com as observações de fenômenos globais como a produção de correntes de desordem produzindo deposição rápida. Ainda mais revelador é o surgimento recente das teorias que explicam a extinção dos dinossauros por meio de uma catástrofe global como resultado de um asteróide ou cometa.17 O surgimento do neocatastrofismo, que adiciona ainda mais apoio à enxurrada de modelos que explicam os depósitos geológicos em termos de evolução rápida e recente, tem dado um apoio adicional para uma criação recente.18
2. A evolução biológica ainda tem encontrado desafios significativos em seus próprios proponentes. Curiosamente, cientistas como Stephen Gould e Niles Eldredge têm promulgado o conceito de equilíbrio pontuado, a fim de explicar a falta de evidência de fósseis de transição.19 Além disso, Michael Denton, numa base puramente científica, desafiou a validade dos evolucionistas argumentando a partir da paleontologia até à biologia molecular.20
Concluindo, a teoria da evolução está longe de ser um fato provado, abrindo espaço para o relato bíblico da criação como uma alternativa razoável.21

Gheorghe Razmerita tem doutorado em Teologia pelo Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados nas Filipinas. É professor de Teologia e História da Igreja na Universidade Adventista da África, Nairobi, Quênia. E-mail: grazmerita@gmail.com

Este artigo foi publicado originalmente em Reflexões, um boletim informativo do Instituto de Pesquisa Bíblica. Impresso com permissão.

Referências

1. Cf. Leonard Brand e David C. Jarnes. Beginnings: Are Science and Scripture Partners in the Search for Origins? Nampa, ID: Publicadora Pacific Press Assn., 2005. p. 25, 27. Também Norman Gulley. “Basic Issues between Science and Scripture: Theological Implications of Alternative Models and the Necessary Basis for the Sabbath in Genesis 1-2” in Journal of the Adventist Theological Society, 2003, 14: 195-228, esp. 203, 204. (Hereafter JATS).

2. Ver também Norman Geisler. “Faith and Reason” in Baker Encyclopedia of Christian Apologetics. Grand Rapids, MI: Baker. p. 239-243.

3. Brand e Jarnes, p. 30-32.

4. Justo Gonzalez. Essential Theological Terms. Louisville, KY: Westminster John Knox, 2005. p. 42.

5. Ariel Roth. Origins: Linking Science and Scripture. Hagerstown, MD: Publicadora Review and Herald Assn., 1998. p. 316; Richard Davidson. “In the Beginning: How to Interpret Genesis 1” in Diálogo 6 (1994) 3:9-12.

6. James Gibson. “Issues in ‘Intermediate’ Models of Origins” in JATS 15, 2004, p. 74, 75; Roth, p. 341, 342.

7. Roth, p. 316-318, 340, 341. Eruditos adventistas continuam a debater a existência de uma “teoria do intervalo” entre Gen. 1:1 e 1:2. Marco Terreros. “What Is an Adventist? Someone Who Upholds Creation” in JATS, 1996, 7:147-149, aceita a teoria do intervalo apenas na teoria, mas tem reservas teológicas, argumentando que a teoria é imposta pela ciência e que não há necessidade de lacunas na criação de Deus. No entanto, de acordo com Richard M. Davidson. “The Biblical Account of Origins” in JATS, 2003, 14:5-10, Gen. 1:1 deve ser traduzido como uma cláusula independente, que, então, não exclui a teoria do intervalo para a qual ele se inclina, sem ser dogmático (Ibid., p. 19-25).

8. Brand e Jarnes, p. 30-32, 27.

9. Lamech Liyayo (autor do livro Ted Peters’Proleptic Theory of the Creation of Humankind in God’s Image: Critical Evaluation. Silang, Cavite, Philippines: Instituto Adventista International de Estudos Avançados, 1998) observa que Peters aceita a possibilidade de uma histórica segunda vinda de Cristo, mas rejeita como não-histórica o relato da criação de Gênesis, apesar de ambos pertencerem à mesma Escritura; ver também, Gulley, p. 213. Randall W. Younker. “Consequences of Moving Away from a Recent Six-Day Creation” in JATS 15, 2004, p. 64, 65, afirma que para os eruditos “Neoevangélicos” (que reinterpretam Gênesis em uma maneira não-literal ) “para ser coerente, eles devem também negar um histórico período patriarcal (Abraão), a Estadia (Israel no Egito), o Êxodo (Mar Vermelho), Monte Sinai (Os Dez Mandamentos – o Sábado), a Conquista (Jericó), e provavelmente a existência da Monarquia (Salomão e Davi), até mesmo a ressurreição de Cristo poderia ser negada”.

10. Davidson, p. 10-19; ver também Gerhard F. Hasel. “The ‘Days’ of Creation in Genesis 1: Literal ‘Days’ or Figurative ‘Periods’/’Epochs’ of Time?” in Origins 21, 1994, p. 5-38; Jacques Doukhan. “The Genesis Creation Story: Text, Issues, and Truth” in Origins 55, 2004, p. 12-33.

11. Ver Gulley, p. 212-216, 221-224.

12. Para uma descrição desses modelos, veja Gibson. “Issues”, p. 73-87; Roth, p. 342-344.

13. Ver B. B. Warfield. “On the Antiquity and the Unity of the Human Race” in Biblical and Theological Studies. Filadélfia: The Presbyterian & Reformed Pub., 1968. p. 240, 241.

14. Davidson, p. 26; ver também G. Hasel. “Genesis 5 and 11: Chronogenealogies in the Biblical History of Beginnings” in Origins 7, 1980, p. 23-37.

15. Ver Nigel M. de S. Cameron. Evolution and the Authority of the Bible. Exeter, U.K.: Paternoster, 1983. p. 50-63. Sobre os problemas de Darwin com o projeto, veja Charles Darwin em Asa Gray, 22 May 1860, em Francis Darwin (ed). The Life and Letters of Charles Darwin. New York: Appleton, 1905 (2:105), citado em Neil Messer. Selfish Genes and Christian Ethics; Theological and Ethical Reflections on Evolutionary Biology. Londres: SCM, 2007. p. 39.

16. Roth, p. 197, 198.

17. Ibid., p. 199, 200; ver também. L. James Gibson. “Contributions to Creation Theory from the Study of Nature” in JATS 14, 2003. p. 147; Harold G. Coffin, Robert H. Brown e R. James Gibson. Origin by Design. Hagerstown, MD: Publicadora Review and Herald. Assn., 2005. p. 394.

18. Ibid., p. 200-230; ver também, Coffin. Origin by Design. p.37-43, 72-103, 183-194.

19. The Columbia Encyclopedia (6th e.; s.v. “Gould, Stephen Jay”). Embora a ideia do equilíbrio pontuado tenha sido introduzida anteriormente, ela tornou-se altamente influente com a publicação do proeminente artigo por Niles Eldredge e Stephen Jay Gould, “Puntuated Equilibria: An Alternative to Phyletic Gradualism” (em T. J. M. Schopf (ed.). Models in Paleobiology. São Francisco: Freeman Cooper, 1972. p. 82-115, esp. 85-90), citado em 26 de agosto de 2009, http://www.blackwellpublishing.com/ridley.classictexts/eldredge.pdf. Ver também: Coffin. Origin by Design. p. 258-271.

20. Michael Denton. Evolution: A Theory in Crisis, 3d rev. ed. Bethesda, MD: Adler & Adler, 1986.
21. Ver Roth, p. 332, 333; Jonathan Wells. Icons of Evolution: Science or Myth? Washington, DC: Regnery, 2000. Coffin. Origin by Design. p. 393, 394. Bert Thompson. Creation Compromises. 2d ed. Montgomery, AL: Apologetics, 2000. p. 50-71. Citado em 25 de agosto de 2009 (Disponível em: http://www.apologeticspress.org/pdfs/e-books_pdf/cre_comp.pdf).

 

12/12/2011

O USO DE DRAMATIZAÇÕES NA IGREJA





O Antigo e o Novo Testamento estão permeados de dramatizações simbólicas.


Alberto R. Timm
 White Estate - EUA.


Especialistas na área de comunicação têm afirmado que aprendemos 83% das informações do mundo exterior através da visão; 11% através da audição; e 6% distribuídos entre o tato, o olfato e o paladar.

Isto significa que nos lembramos muito mais daquilo que vemos do que daquilo que meramente ouvimos. Se a visão é tão eficaz no processo da comunicação, deveria a Igreja Adventista do Sétimo Dia valer-se apenas de recursos auditivos na proclamação do “evangelho eterno” (Apoc. 14:6)? Até que ponto poderia esta denominação incorporar recursos visuais e dramatizações em seus serviços religiosos, sem com isso infringir princípios expostos na Bíblia e nos escritos de Ellen White?

A fim de respondermos a estas questões, consideraremos, inicialmente, alguns antecedentes do uso de dramatizações na literatura bíblica e nos escritos da Sra. White. Procuraremos, então, identificar alguns princípios básicos que poderão nos ajudar a estabelecer parâmetros seguros sobre o assunto.
No Antigo Testamento
A liturgia do Antigo Testamento centralizava-se nos rituais simbólicos, primeiro, dos altares patriarcais; depois, do tabernáculo mosaico; e, por último, do templo de Jerusalém. Esses serviços ministrados por sacerdotes (cf. Êxo. 28 e 29; Lev. 8), constituíram uma prefiguração dramática da salvação que haveria de se concretizar através do sacrifício e do sacerdócio de Cristo. Animais representavam a Cristo; a imolação desses animais simbolizava a morte de Cristo; e o sangue deles prefigurava o sangue de

Cristo. Também as festas de Israel eram marcadas por inúmeras dramatizações (ver Êxo. 12:1-27; Lev. 16 e 23). Ellen White denomina todo esse sistema centralizado no santuário de “o evangelho em figura”. [1]



Outro ato religioso dramático do Antigo testamento era a cerimônia da circuncisão. Esse ato foi ordenado por Deus como um símbolo exterior do concerto entre Ele e Seu povo.

Em números 21:4-9, Deus ordenou que Moisés preparassem e levantasse uma “serpente de bronze”, como um símbolo de Cristo. Todos aqueles que olhassem com fé para aquela serpente, viveriam.

Dramatizações são encontradas também nos livros proféticos do Antigo Testamento. O próprio Deus usou recursos pictóricos para descrever realidades sócio-políticas e religiosas nas visões proféticas registradas em tais livros, como Ezequiel, Daniel e Zacarias. Por exemplo, no capítulo 2 do livro de Daniel, a Segunda Vinda de Cristo é representada pela grande pedra que feriu os pés da estátua. Já no capítulo 1 de Oséias, encontramos deuses ordenando que o próprio profeta (Oséias) dramatizasse a apostasia espiritual de Israel, casando-se com uma prostituta.

Portanto, o uso de recursos visuais (incluindo dramatizações) permeava o culto do Antigo testamento. Tais recursos eram parte do serviço do santuário, da cerimônia da circuncisão e dos ensinos proféticos.

Mas o emprego de tais recursos visuais não se limita apenas ao Antigo Testamento.
No Novo Testamento
Os quatro evangelhos apresentam inúmeras ocasiões em que Cristo usou ilustrações vívidas da natureza e da vida diária para ensinar lições espirituais. Ele não apenas se valeu do recurso didático das parábolas, mas até comparou-Se a Si mesmo com tais figuras como a água (João 4:10), o pão (6:41 e 48), a luz (8:12), a porta (10:9), o pastor (10:14) e a videira (15:1-5).
A própria cerimônia do Batismo é uma dramatização simbólica, instituída por Cristo para marcar o início de uma vida de consagração a Deus. Cristo não apenas submeteu-Se a essa cerimônia (Mat. 3:13-17), mas também ordenou que ela fosse ministrada a todos quantos aceitassem o evangelho (28:18-20).


Até mesmo Sua morte dramática sobre a cruz tinha propósitos didáticos. Ellen White declara que “a cruz é uma revelação, aos nossos sentidos embotados, da dor que o pecado, desde o seu início, acarretou ao coração de Deus”. [2] Ela acrescenta que “o Calvário aí está como um monumento de estupenda sacrifício
exigindo para expiar a transgressão da lei divina”. [3]
     

Esse evento dramático ocorreu sobre uma cruz com o objetivo de tocar os “nossos sentidosembotados”.[4] Ele é relembrado simbolicamente através da cerimônia da Santa Ceia (ver Mat. 26 :17-30; João 13:1-20), que é, por sua vez, uma dramatização litúrgica ordenada por Cristo para ser repetida periodicamente por Seus seguidores (cf. João 13:13-17; I Cor. 11:23-26).



À semelhança de alguns livros proféticos do Antigo Testamento, o conteúdo do Apocalipse de João é caracterizado por dramatizações simbólicas, que descrevem pictoricamente o desenvolvimento do plano da salvação no contexto do grande conflito entre as forças do bem e os poderes do mal.

Por conseguinte, o Antigo e o Novo Testamento estão permeados de dramatizações simbólicas. Especialmente o Batismo e a Santa Ceia são dramatizações do plano de salvação, instituídas pelo próprio Cristo como parte da liturgia da igreja.


Nos Escritos de Ellen White [5]

Analisando-se os escritos de Ellen White, percebe-se, por um lado, que ela: (1) endossa reiteradas vezes as dramatizações litúrgicas do Antigo Testamento (o cerimonial do santuário, etc.); (2) enaltece as dramatizações litúrgicas do Novo Testamento (o Batismo, o Lava pés, a Santa Ceia, etc.); (3) engrandece o ritual sacerdotal de Cristo no Céu; (4) não criticou a dramatização a que assistiu na Escola Sabatina de Battle Creek, em 1888 [6], (5) não condenou a encenação do Natal de 1888, em Battle Creek, mas simplesmente expressou sua aprovação aos pontos positivos dos programa e sua desaprovação aos pontos negativos [7], e (6) não condenou o uso das bestas de Daniel e do Apocalipse como ilustrações evangelísticas.


Por outro lado, várias citações de Ellen White desaprovam o uso de qualquer tipo de exibicionismo teatral [8]. Estariam essas citações condenadas indistintamente todo tipo de dramatização? Eu creio que não, pois, se assim fosse, Teríamos que eliminar até mesmo o Batismo e a Santa Ceia de nossas igreja .

 É interessante notarmos que as próprias citações de Ellen White que desaprovam o uso de exibições teatrais, identificam também as características negativas básicas que a levaram a se opor a tais exibições. Dentre essas características destacamos as seguintes: (1) afastam de Deus; (2) levam a perder de vista os interesses eternos; (3) alimentam o orgulho; (4) excitam a paixão; (5) desaprovam o vício; (6) estimulam o sensualismo; e (7) elevam a imaginação. [9]




Na Igreja Adventista

Grupos de dramatização têm participado freqüentemente em vários programas de TV mantidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, ao redor do mundo. Elencos especiais de dramatização foram necessários também para a produção de filmes e/ou videocassetes Um em Vinte Mil (EUA), O Grande Conflito (Argentina), Heróis da Fé (Austrália), O Barquinho Azul (Brasil) e muitos outros. Evangelistas adventistas usam em número significativo de filme em suas séries de conferências públicas.


Dramatizações fazem parte ainda da vida da grande maioria dos internatos mantidos pela denominação. Elas são usadas também em nível de igrejas locais, tanto em programas alusivos ao Dia das Mães e Natal, como nos departamentos infantis da Escola Sabatina.


Várias dessas dramatizações têm elevado espiritualmente tanto os apresentadores como os que a ela assistem. Existem, no entanto, aqueles que pensam que os fins justificam os meios e que as boas intenções são o único critério determinante para a aceitação de um determinado programa. Mas se restringíssemos os critérios apenas ao nível das intenções, certamente incorreríamos no grave erro de abrirmos as portas a todo e qualquer tipo de programação “culturalmente” aceitável.
Critérios Básicos


Cuidadosa consideração deve ser dada, não apenas às intenções, mas também à própria natureza do programa, à escolha dos participantes, bem como ao tempo e local adequados tanto para o ensaio quanto para a apresentação da cena.


As dramatizações devem: (1) evitar o elemento jocoso e vulgar; (2) evitar o uso de fantoches (animais e árvores que falam, etc.); (3) ser bíblica e historicamente legais aos fatos, como estes realmente ocorrem; e acima de tudo, (4) exaltar a Deus e a Sua palavra (e não os apresentadores da programação).

Já os apresentadores devem ser pessoas cuja vida espiritual e conduta estejam em plena conformidade com os princípios adventistas, e que estejam dispostos a acatar as orientações da liderança da congregação local e das organizações superiores da denominação. Prudente seria que todos os participantes de um elenco de dramatização fossem escolhidos com base nas diretrizes sugeridas pelo Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a seleção dos "membros do coro da igreja". [10]

A liderança da igreja, por sua vez, é responsável por prover orientações adequadas aos apresentadores das dramatizações. A ela compete exercer uma função equilibradora, para que as programações sejam um meio (e não um fim) de melhor glorificar a Deus e de mais efetivamente comunicar o evangelho ao mundo. Jamais deve permitir que dramatizações venham obliterar a centralidade da pregação da palavra na liturgia adventista.



Portanto, dramatizações permeiam liturgia tanto no Antigo como no novo Testamento, Ellen White, por sua vez, não condena todo o tipo de dramatização, mas apenas as exibições teatrais que afastam de Deus, levam a perder de vista os interesses eternos, alimentam o orgulho, excitam a paixão, glorificam o vício, estimulam o sensualismo e depravam a imaginação.

Se alegarmos que toda e qualquer dramatização é inapropriada, teremos conseqüentemente, de suspender: (1) o uso de filmes, que são o produto de dramatizações; (2) a maior parte das programações dos departamentos infantis na Escola Sabatina (colocar coroas na cabeça das crianças, cenas do céu, etc.); (3) todas as “cantatas” e grande parte das apresentações musicais de nossas igrejas; e, até mesmo
(4) a celebração das cerimônias do Batismo e da Santa Ceia.

Por outro lado, devemos ser cuidadosos tanto na avaliação da natureza do programa, como na escolha dos apresentadores e do tempo e do local dos ensaios e da apresentação. O uso adequado de dramatizações implica não meramente agirmos em conformidade como nossa própria consciência (sendo ela santificada), mas também com base nos princípios bíblicos e dos escritos de Ellen White. Toda cena deve glorificar a Deus e não aos apresentadores.


Referências:
1 . Fundamentos da Educação Cristã, pág. 238.
2. Educação, pág. 263
3. Caminho a Cristo, pág. 33.
4. Educação, pág. 263
5. Para um estudo mais detido das declarações de EllenWhite sobre dramatizações, ver Arthur L.White,  “Representações Dramáticas em Instituições Adventistas” (documento disponível no Centro de Pesquisas Ellen White, Instituto Adventista de Ensino – Campus Central, Engenheiro Coelho, SP). Tais declarações podem ser mais bem compreendidas através da leitura do artigo intitulado “Divertindo as Massas”, de Benjamim McArthur, em: Gary Land, ed. , The World of Ellen G. White (Washington, DC: Review and Herald, 1987), págs. 177-191.
 6. A. L. White, “Representações Dramáticas em Instituições Adventistas”, pág. 1.
7. Idem, págs. 5 e 6.
8. As principais citações de Ellen White nas quais ela expressa sua desaprovação ao uso de exibições teatrais,
encontram-se no livro  Evangelismo, pág. 136-1409. Ver A. L.White, “Representações Dramáticas em Instituições Adventistas”.
10. Ver Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992), pág. 111.



A Presença de Assistentes Literários nos Escritos de Ellen G. White


Pelo Pr. Marcelo Devai Martins


Introdução
Visando um melhor preparo de seus escritos, Ellen White usou de assistentes, ou secretários, na edição de seus livros e artigos. Durante toda a historia pessoas de vários lugares e origens, reivindicam a autenticidade dos mesmos por acreditarem que tal atitude desvalia a escrita, outros crêem que os assistentes modificaram os escritos. Entre os livros da bíblia também são encontrados exemplos de assistentes, literários ou pessoais, que tiveram um papel especial na organização do que é hoje as Escrituras Sagradas.
Portanto, por meio deste artigo procurar-se-á auxiliar na compreensão do uso de assistentes por Ellen White, comprovar sua importância para a escritora quanto para seus escritos.
Será apresentado uma relação da presença de assistentes nas Escrituras como um meio de auxilio a pregação do evangelho sendo que, principalmente na bíblia, diversos assistentes tiveram , alem do apoio a personagens, a tarefa de propagar as suas mensagens após sua morte.
   
Assistentes na Bíblia
Diversas são as citações e referencias bíblicas ao uso de assistentes, vários profetas utilizaram de tal artifício para a boa condução de seu ministério. O próprio Jesus, escolheu "doze discípulos" que Dele aprenderam seus ensinos para que após sua morte, viessem a praticar tudo o que lhes ensinara.

Antigo Testamento

O profeta Jeremias explicou a maneira como utilizava Baruque como seu assistente de redação. "Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Neemias, e escreveu Baruque, no rolo dum livro, enquanto Jeremias lhas ditava, todas as palavras que o Senhor lhe havia falado". Jr. 36 verso 4. Nos versos 17 e 18 do mesmo capitulo, foi registrado um dialogo entre os oficiais do rei e Baruque onde ele afirma que o profeta ditava-lhe " pessoalmente todas as palavras" e ele as escrevia.
Outro exemplo bíblico é o do profeta Eliseu que serviu a Elias como um criado, mas que após a morte do profeta, passou a substituí-lo.

Não foi grande a obra de início requerida de Eliseu; deveres comuns ainda constituíam sua disciplina. É dito dele que derramava água nas mãos de Elias, seu mestre. Ele estava disposto a fazer o que fosse que o Senhor ordenasse, e a cada passo aprendia lições de humildade e serviço. Como assistente pessoal do profeta, ele continuou a provar-se fiel nas pequenas coisas, enquanto com diário fortalecimento de propósito devotava-se à missão apontada por Deus . [1]

Novo Testamento

Os discípulos foram selecionados por Jesus para aprenderem com ele e após sua morte compartilhariam o que aprenderam com os demais. Mateus, Marcos, Lucas e João foram os que compartilharam, de forma especial, na preparação escrita de Sua historia para as nações a por vir. [2]

"A vocação de Mateus para ser um dos discípulos de Cristo, despertou grande indignação. Que um mestre de religião escolhesse um publicano como um de seus imediatos assistentes, era uma ofensa contra os costumes religiosos, sociais e nacionais. Procurando estimular os preconceitos do povo, os fariseus esperavam voltar a corrente dos sentimentos populares contra Jesus". [3]

O apostolo Paulo precisou da ajuda de assistentes enquanto estava em Roma, entre eles havia muitos de seus anteriores companheiros. Lucas, "o médico amado" (Cl. 4:14), que o tinha assistido em sua viagem a Jerusalém, durante os dois anos de sua prisão em Cesaréia, e em sua perigosa viagem a Roma, com ele. Timóteo também ministrava para o seu conforto. Tíquico, um "irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor" (Cl. 4:7), permaneceu firme ao lado do apóstolo. Demas e Marcos também estavam com ele. Aristarco e Epafras eram seus companheiros de prisão. Cl. 4:7-14. [4]

A segunda carta de Pedro difere tanto da segunda que alguns críticos sugeriram ser uma fraude. A intriga é em razão de a primeira carta ter sido escrita em grego elegante, sinal de que foi escrita por um assistente, talvez tenha sido Silvano I Pd. 5:12, pois a linguagem materno de Pedro era o aramaico.


Pedro podia muito bem ter ele mesmo escrito um livro em grego (II Pd ?) e expresso seu pensamento em aramaico a um assistente que tivesse mais experiência de redigir em grego (I Pd). Esse assistente podia então ter registrado as idéias de Pedro em seu estilo, efetuando depois as alterações sugeridas por Pedro. [5]
Allan McRae observou: "Não podemos descartar a idéia de que um escritor possa, ocasionalmente, haver transmitido a um assistente a idéia geral do que ele queria, dizendo-lhe para colocar isso na forma escrita". [6]

Os livros do Evangelho de João e Apocalipse possuem estilos literários dessemelhantes. O livro de Apocalipse foi construído numa estrutura grego "frouxa", [7] enquanto o Evangelho de João se conforma aos padrões literários clássicos.

O Comentário Bíblico Adventista crê ser aceitável a diferença lingüística entre Apocalipse, que teria sido escrito em Patmos por João, e o Evangelho, escrito com a assistência de um ou mais correligionários em Éfeso. [8]

Assistentes de Ellen White
Os auxiliares foram de fundamental importância para Ellen White, a quantidade complixibilidade do assuntos por ela abordados exigiu cuidados especiais na organização das idéias e na compilação de seus artigos.
À medida que a obra aumentou, outros me auxiliaram no preparo da matéria para publicação. Depois da morte de meu marido, juntaram-se a mim fiéis auxiliares, que trabalharam infatigavelmente em copiar os testemunhos e preparar os artigos para serem publicados. [9]
    Tiago White foi o primeiro a auxiliá-la desempenhando o papel de "ajudador e conselheiro". [10] Sua função ia alem de simples conselheiro chegando a corrigir os erros gramaticais e a eliminação das repetições desnecessárias. [11]

Em determinado momento em que seu esposo estava doente, não podendo ajudá-la, Ellen White negou-se a escrever suas cartas alegando falta de capacidade.

Meu marido está muito fraco para ajudar-me a prepará-los para o prelo, portanto não lidarei mais com eles no presente. ... Não posso preparar meus próprios escritos para o prelo. Não escreverei mais até que possa fazer isso. Não é meu dever sobrecarregar a outros com os meus manuscritos. [12]
    


O filho de Ellen White, William (Guilherme), esteve intimamente ligado a ela na produção de seus livros depois de 1881, o ano em que faleceu Tiago White. Em diversas ocasiões ele escreveu algo de seu profundo conhecimento da obra de sua mãe na produção de livros. [13]


E primeira estância, A Sr. Ellen White recebeu o apoio da sua sobrinha, em 1876, e a partir de 1879 de Mariana Davis. Ellen White enviou uma carta a ela no dia 22 de agosto de 1875, sendo que quatro anos após, em 1879 a Srta. Mariana Davis, se uniu ao corpo de obreiros da Sra. White e com ela se associou na obra na América do Norte, Europa e Austrália por vinte e cinco anos, contraiu tuberculose em 1903, e pouco mais de um ano depois encerrou a obra de sua vida.

A Srta. Davis era uma assistente literária muito fiel e de confiança, muito amada pela Sra. White que sempre lhe demonstrou preocupação e afeto. Houve um fato na juventude de Mariana em que foi preciso ser advertida por Ellen, ela estava se envolvendo com um jovem que não aceitava a Jesus. [14]

Ellen amava tanto sua assistente que ao Mariana contrair tuberculose, vendo seu triste caso, exclamou "Enquanto tu e eu vivermos, meu lar será o teu lar". [15] Ela afirma que a doença é por "dedicação ao trabalho, Ela sente a intensidade dele como sendo uma realidade, e nós duas assumimos o encargo de fazer com que cada parágrafo estivesse em seu devido lugar e cumprisse a parte que lhe corresponde." [16]

Ela foi a principal obreira na organização dos assuntos de seus livros. Sempre prezou os escritos como algo "sagrado colocado em suas mãos, e muitas vezes relatava que conforto e bênção recebia na realização desse trabalho". [17] Podeis compreender, portanto, que Mariana constitui valiosíssimo auxílio para ela na publicação de seus livros. Sua preocupação e esforço demonstravam a atuação do
Espírito Santo em sua vida. Sua função era de grande responsabilidade, mantinha-se atenta e perseverante a cada desafio a frente.

Houve Mudança por parte dos assistentes?


Mariana Davis não modificou qualquer parte dos escritos que tenha comprometido a sua idéia. Ela é chamada de "minha compiladora de livros" por Ellen White, "Os livros não são produções de Mariana, porém minhas, tirados de todos os meus escritos". [18]

Vários comentaristas defendem a idéia de que tais assistentes tenham modificado algum escrito, mas estas afirmações não passam de especulações as quais a própria autora contexta.

As notícias que têm circulado, porém, de que qualquer de minhas auxiliares tenha permissão de acrescentar matéria ou mudar o sentido das mensagens que escrevo, não são reais. [19] Vistes as minhas copistas. Elas não modificam minha linguagem. Ela permanece assim como escrevo. [20]


Ellen White afirma ler do princípio ao fim tudo que é copiado, para ter certeza de que tudo esteja como deve estar. "Leio todos os originais dos livros antes de serem enviados para o prelo." [21]

Certa ocasião quando Ellen White estava doente, ela resumiu seus pensamentos Mariana Davis e esta os escreveu em uma carta a Urias Smith e George tenny. A Sr. White assinou a carta. [22]


Conclusão


As obra de Ellen White estão no campo desde 1845. Desde então, sempre tem labutado com a pena e a voz. Através de seus escritos tem levado pessoas a compreenderem e a amarem mais a Jesus. Para que sua mensagem alcançassem a todos, precisou do auxilio de assistentes que foram iluminados por Deus a compilarem e organizarem os seus escritos. Como visto, tal ato não vai de encontro com as Sagradas Escrituras pois a própria bíblia usou de tal artifício.

Por meio deste trabalho procurou-se apresentar os dizeres de Ellen White quando foi interrogada sobre a presença de assistentes na produção de seus escritos. Expressar a normalidade em possuir secretários, ao ponto de definir-se ter sido da vontade de Deus que isso se concretiza-se para o aperfeiçoamento da proclamação de sua breve vinda.




[1] WHITE, Profetas e Reis, 222p.

[2] Na oração de Jesus relatada no capitulo 17 do livro de João, aparece o pedido a Deus Pai para que seus discípulos e por “aqueles que crerão por intermédio deles” venham a ter a forca necessária para vencer, verso 20.

[3] WHITE, Desejado de Todas as Nações, 273.

[4] WHITE, Atos Apóstolos 454.

[5] “The Ups and Downs of Higher Cristicism”, revista Cristianty Today, 10 de Outobro de 1980. 34p.

[6] DOUGLASS, Herbert, Mensageira do Senhor, 2001, 15p.

[7] “Estrutura sintética em que a oração principal vem primeiro, fazendo o pensamento se completar antes do fim, sem circuito de palavras”. Mensageira do Senhor, 541p.

[8] SDABC, 7 vol. 720p.

[9] WHITE, Mensagens Escolhidas (ME), 3 vol., 89.

[10] Carta 225, 1906.

[11] ME 3 vol., 89

[12] Manuscrito 3, 1873., Diário, 10 de janeiro de 1873.

[13] Depositários do Patrimônio Literário White, ME, 3 vol., 88 p.

[14] Ele não possui postura crista, ela acrescenta que ele vivia “ zombando da igreja e das coisas sagradas”. apesar de sua família ser adventista. Carta as Jovens Namorados, 52p. A repreensão esta relatada na carta a ela enviada no dia 22 de Outubro de 1875- a carta é comentada no segundo parágrafo.

[15] Ellen estava em viagem e escreveu a sua assistente no dia 24 de agosto de 1904 expressando sua angustia em fazer grandes viagens e de saber que sua ‘amiga’ estava doença. ME, 2 vol., 251p.

[16] Manuscrito 95, 1904, ME 3 vol., 93p.

[17] Manuscrito 146, 1904.

[18] “Ela realiza seu trabalho desta maneira: Toma meus artigos que são publicados nas revistas e cola-os em livros em branco. Também possui uma cópia de todas as cartas que escrevo. Ao preparar um capítulo para um livro, Mariana se lembra de que eu escrevi alguma coisa sobre esse ponto especial, que talvez torne o assunto mais convincente. Ela começa a procurá-lo, e se, ao encontrá-lo, percebe que isso tornará o capítulo mais claro, acrescenta-o a ele.” ME, 3 vol., 91p.

[19] Carta 225, 1906, publicada em 1913 em Writing and Sending Out of the Testimonies for the Church, pág. 4.

[20] ME, 3 vol., 90p.

[21] Carta 133, 1902.publicada no livro ME., 3 vol., 91p.

[22] Carta 96, 1896, de Junho de 1896.