20/02/2011

O ARMAGEDON NA PERSPECTIVA BÍBLICA



material preparado baseado no artigo de Hans K. LaRondelle:"O ARMAGEDOM NA PERSPECTIVA BÍBLICA", pelos pastores:Edinaldo Juarez; José Cícero da Silva;Fernando Lopes de Melo em 2005

O ARMAGEDOM NA PERSPECTIVA BÍBLICA

O Propósito do Autor

O propósito do artigo em analise é “investigar o significado do ‘Armagedom’ em Ap. 16.16 de uma perspectiva bíblica, isto é, tanto seu contexto imediato como também os seus tipos e prefigurações hebraicas no AT”.

Breve Sumário
1. Introdução
2. Conceituação
3. Base Bíblico-histórica da Batalha do Armagedom
4. Aspectos Históricos
5. Breve Histórico da Visão Adventista
6. Visão do Literalismo Restrito do Armagedom
7. Análise do Texto
8. Conclusão

Introdução

O artigo “O Armagedon na Perspectiva Bíblica”, de Hans K. LaRondelle, apresenta uma proposta de estudo sobre o tema do Armagedon que se pode sintetizar em três pontos principais: (1) uma abordagem bíblica responsável; (2) a aplicação dos relatos da profecia apocalíptica; (3) a contextualização histórica na conjuntura das profecias não cumpridas à luz dos últimos eventos.
A evidência das abordagens de LaRondelle fornece reflexões que projetam no texto bíblico uma forma diferenciada de conceber os relatos nele contidos, que parecem estar mais próximo da visão histórica não-ortodoxa, mostrando que os eventos apocalípticos não cumpridos têm sua base nos tipos do Antigo Testamento. Na proposta evocada pelo autor há aspectos não enfatizados com tanta clareza de substância no que se refere às questões históricas, de estruturação didática e desenvolvimento analítico do texto; o que procuraremos discorrer através destas considerações.
Muitas teorias especulativas têm sido propostas na tentativa de interpretar o Armagedom mencionado em Apocalipse 16:12-16. Hoje, uma das mais populares é a de que ele será uma guerra nuclear de grandes proporções. Como já ocorreram duas guerras mundiais, e o texto bíblico fala que nesse confronto estarão envolvidos os “reis do mundo inteiro” (verso 14), muitos imaginam que o Armagedom só poderá ser uma terceira guerra mundial. Por mais fascinante e lógica que essa idéia possa parecer, ela não passa de uma teoria especulativa, sem base bíblica.
Conflitos bélicos certamente continuarão existindo, e mesmo se intensificando, até o fim dos tempos (ver Mt 24:6-8). Mas o Armagedom é descrito no livro do Apocalipse como “a peleja do grande Dia do Deus todo-poderoso” (16:14), travada entre os poderes demoníacos da “besta” e dos “reis da terra, com os seus exércitos”, de um lado, e o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” e “o seu exército”, do outro (19:16 e 19).


Conceituação

Definição do termo Armagedom: (Da transliteração grega de uma frase hebraica geralmente considerada como sendo Har-megiddo, “Monte de Megido.”) O termo “Armagedom” ocorre na *Bíblia somente em Apoc. 16:16, com o nome hebraico para “lugar” no qual os “espíritos imundos” (v. 13) “reúnem os reis da terra” para a “batalha do grande dia do Senhor Todo-Poderoso” (v. 14) — a designação de João para o que é popularmente chamado de batalha do Armagedom.
Armagedom quer dizer Monte da Matança, monte da destruição, monte da maldição. Está em oposição ao Monte da Bênção, Sião. E monte não é a mesma coisa que vale, mas os dois estão sempre juntos. Para haver vale é preciso haver monte. Megido é uma palavra do Velho Testamento que já é transliterada como Magedom, significando matança. Houve uma batalha em Megido (Juízes 4 e 5) Megido é um tipo do Monte da Maldição. Isto, porém, não é uma conclusão final sobre a origem da palavra Armagedom. Não precisamos ser dogmáticos quanto a isto.

É: Conflito cósmico entre as forças espirituais do bem e do mal, que culminará no embate final de dimensões universais.

Não é: Uma batalha limitada geograficamente e envolvendo apenas algumas poucas nações politicamente interessadas em demandas comerciais.

Base Bíblico-histórica da Batalha do Armagedom

Partindo do principio de que o propósito do artigo em analise é “investigar o significado do ‘Armagedom’ em Ap. 16.16 de uma perspectiva bíblica, isto é, tanto seu contexto imediato como também os seus tipos e prefigurações hebraicas no AT” ; compreendemos que o autor poderia oferecer uma base bíblico-histórica mais didática e consistente ao invés de sintetizar apenas no episodio do Egito e de Babilônia, os eventos que prefiguraram o embate entre as forças confederadas do mal e a soberania de Deus tendo o povo do concerto como centro do conflito.
O fato fortemente argumentado neste mesmo artigo e em outros materiais de relevante importância, de que este conflito descrito no capitulo 16 de Apocalipse, no contexto do derramamento das sete últimas pragas, representa um conflito cósmico de dimensões universais e não se restringe a uma batalha limitada geograficamente e envolvendo apenas algumas poucas nações politicamente interessadas em demandas comerciais, oferece base para a observação critica que se faz ao artigo em estudo.
A seguir sugerimos uma abordagem do tema do conflito cósmico que culminará no embate final conhecido como Armagedom, a partir da perspectiva de sua construção bíblico-histórica respeitando uma seqüência cronológica que nos levará à culminância do processo na manifestação apocalíptica da sexta praga sobre a Babilônia moderna e mística.
As Escrituras revelam que o Grande Conflito entre o Cristo e Satanás, começou misteriosamente no ambiente celestial: “Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram;nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás.” (Apoc. 12.7-9).
A próxima cena que vemos no contexto do conflito cósmico se desenrola no Éden quando a serpente possuída engana a mulher e lança a raça humana no abismo do pecado.
No dramático relado do embate entre Caim e Abel encontramos os dois principais elementos presentes no conflito cósmico entre o Bem e o mal: a verdadeira adoração ao objeto digno de recebê-la (Apoc. 14.6-11) e o método de salvação oferecido aos perdidos.
Sabe-se que a nação egípcia foi historicamente a primeira grande inimiga de Israel. O cativeiro egípcio (1491 a.C.) tornou-se uma fonte de grande opressão para o povo de Deus ao ponto de o Senhor ouvir o clamor do Israel cativo (Êxo. 2. 24). Na pessoa de Moises e através do juízo das dez pragas Deus buscou libertar Seu povo para que pudesse adorá-Lo (Êxo. 4.22-23). Neste episodio encontramos variados elementos tipológicos (a exemplo das pragas e do cântico de Mirian que têm seu paralelo no relato profético apocalíptico) que aludem ao final dos tempos e tornam esta batalha entre o Egito e suas divindades pagãs contra Deus, Moisés e o povo de Deus um tipo do grande Armagedom anunciado em Apocalipse 16.
Encontramos também um paralelo histórico para as sete pragas do Apocalipse, que dão contexto para o Armagedom, nas sete punições de Israel apóstata descritas em Leviticos 26 as quais constituem um ato de juízo da parte de Deus.
Babilônia (605 a.C.) surge na historia como o principal elemento tipológico do grande embate cósmico entre os poderes confederados do mal e o povo de Deus. “No AT Babilônia destruiu o templo de Deus em Jerusalém, pisou na verdade religiosa, blasfemou o nome de Yahweh e oprimiu até a morte o Israel de Deus (Deut. 1-6). Essas parecem ser as essências teológicas da Babilônia que permanecem inalteradas no seu antítipo apocalíptico (Apoc. 14.8; 17.1-6; 18.1-8)”.
Elias no Carmelo. A batalha espiritual entre Elias e os profetas de Baal no monte Carmelo, que fica próximo à região de Megido, pode ser vista como uma prefiguração do Armagedom.
O embate descrito em Apocalipse 16 nos reporta para o episódio da “batalha contra, Sísera (1300 a.C.), o comandante militar dos reis cananeus, e à surpreendente vitória obtida junto às águas de Megido (Juízes 5.19)” . Novamente vemos Deus participando ativamente das batalhas do Seu povo, verdade enfatizada no contexto profético do Armagedom final. O cântico de vitória de Débora anuncia a derrota dos inimigos de Deus e nos faz lembrar o cântico final dos remidos sobre o monte de Sião (Apoc. 14.1,2).

Aspectos históricos

As evidências internas que emergem do texto no relato angelical dirigido a João dão certa especificidade ao episódio, que qualquer tentativa que traga outro significado, como muitos têm pretendido, afirmando que o evento do Armagedon se desembocará em uma guerra geopolítica, torna tal argumento essencialmente conflitivo com o contexto apocalíptico descrito por João quando faz menção a sexta praga.
De fato, os elementos literários fornecidos por João corroboram a discussão de uma posição menos dogmática do tema em epígrafe necessariamente no que tange aos aspectos históricos, o que significa dizer que sem esta abordagem o conceito do Armagedon torna-se um tanto fragilizado, e, talvez, os conflitos existentes entre as posições conceituais do termo seriam menos acaloradas.
Os ecos que aparecem no Apocalipse, têm sua origem primária nos episódios descritos por Daniel dentro do período histórico que cobriu o Império Neobabilônico, sobretudo no personagem central, Ciro. Neste ponto o Dr. LaRondelle traz à baile uma antiga discussão, ou seja, o papel da História para comprovar os relatos bíblicos, sobretudo no contexto das profecias clássicas do AT. Por outro lado, sua abordagem está centrada num panorama geral, apesar das fontes que lança mão para consubstanciar seus argumentos, como Heródoto e Xenofante. Como já se disse alhures apenas de maneira esparsa.
Este silêncio histórico diante dos inúmeros trabalhos já elaborados pelos pesquisadores da História Clássica, como Will Durant; Ciro Flamarion Cardoso e Perrey Anderson trariam ao texto uma abordagem mais contundente. Porém, não se notou nenhuma fonte histórica atualizada que viesse contribuir na elucidação do personagem histórico/tipológico no cumprimento profético e na conseqüente queda da Babilônia Antiga, fato este deveras evidenciado pelos autores acima citados, pois centralizam suas pesquisas à luz das fontes arqueológicas mais recentes. Apoio esse que não se pode encontrar nas obras de Heródoto e Xenofante, pois suas discussões no mundo acadêmico estão em certo sentido superadas.
Portanto, é preciso esclarecer ainda que esta inserção não seja um mero discurso argumentativo desnecessário, ao contrário, ele passa a ser uma parte inclusiva da pesquisa quando tomamos como base o princípio historicista como método de interpretação profética. É neste aspecto que se busca uma fundamentação histórica mais conclusiva
Quiçá seja necessário gastar mais tempo na fundamentação histórica com uma metodologia mais específica, quer dizer, sugere-se uma abordagem utilizando-se o método conhecido/desconhecido. Aliás, este foi o método que Jesus mais se valia quando interpelava seus discípulos e seguidores.
Acredita-se que ao lançar mão desse método e considerando as reflexões supracitadas não haveria lugar para uma posição dogmática e a insistência obtusa de uma posição geopolítica para o cumprimento dos eventos mencionados no episódio de Apocalipse 16:16 tornar-se-ia amorfa.

Visão do Literalismo Restrito Sobre o Armagedom

A corrente de eruditos que defende um cumprimento literal da sexta praga vê no Armagedom de Apoc. 16.16 um embate de dimensão político-econômica que encontra seu clímax num conflito mundial nuclear que terá como cenário o “Vale do Megido, junto ao Monte Carmelo, ao norte da Palestina” , onde os exércitos judeus e gentios travarão a decisiva guerra de destruição universal. Essa idéia é sugerida pela New Scofield Reference Bible e se “apóia na suposição de que a linguagem simbólica e a figura da profecia bíblica devem ser aplicadas com absoluta literalidade”
Um número significativo de modernos intérpretes das profecias bíblicas, a maioria deles fundamentalistas, compreende que estamos vivendo no período da última geração antes do dia do Juízo Universal. Pressupõe que as declarações proféticas da Bíblia devem ser entendidas sob a égide do literalismo estrito como forma de abordar a História em desenvolvimento. Esse enfoque restringe o relato bíblico-histórico a apenas uma forma de interpretação e limita a aplicação das palavras, dos nomes e lugares hebraicos determinando que “todas as descrições étnicas e geográficas de Israel e seus antigos inimigos precisam ter hoje um cumprimento absoltamente literal no Oriente Médio”

Breve Histórico da Visão Adventista Sobre o Armagedom

Podermos afirmar que nos primórdios do adventismo surgiram diversas posições em torno do assunto do Armagedom. A sexta praga, na visão de Guilherme Miller era compreendida como indicando o declínio do poder Turco que em seus dias (1836) já se fazia sentir, o que parecia preparar o caminho para os reis que vinham para o conflito final na Palestina.
Josias Litch adotava uma abordagem futurista colocando as pragas após o segundo advento e cria na secagem literal do rio Eufrates. Até 1850 pouco foi publicado entre os adventistas sobre o assunto. Em 1852 a Review and Herald publicou um artigo de G. W. Holt onde ele argumentava que as pragas eram “reais e literais”. R. F. Cotrell corroborou com essa idéia num artigo publicado na mesma editora em 1853. Urias Smith, numa série intitulada Reflexões Sobre o Apocalipse identificou a secagem simbólica do rio Eufrates, na edição de 02/12/1862, como sendo a extinção do império Otomano. Prelúdio necessário para a deflagração da batalha do Armagedom que se desencadearia em Jerusalém, então dominada pelos Turcos. Somente em 1862 Thiago White emitiu uma opinião mais abalizada do tema quando escreveu que “A grande batalha não ocorre entre nações, mas entre a terra e o céu” .

Análise do texto

A expressão "então, vi" em Apoc. 16:13 indica uma quebra de pensamento em relação ao verso anterior. Não há uma seqüência cronológica (de 12 a 13). Os que julgam que o verso 13 segue-se cronologicamente ao verso 12 estão fechando as portas para a correta interpretação deste texto. O verso 12 refere-se à sexta praga, e os versos 13 a 16 ocorrem antes da 6ª praga. Nem sempre os profetas descrevem os eventos cronologicamente. A palavra "então" mostra que é uma nova visão sobre algum evento passado. Se tudo o que está descrito nos versos 13 em diante acontece durante as seis pragas, ou mais especificamente, durante a sétima praga, então o conselho do verso 15 é dado muito tarde, porque durante as pragas, não há mais oportunidade – a porta já se fechou. E o verso 15 refere-se ainda ao tempo da graça, portanto, refere-se a um tempo anterior ao verso 12.
Apoc. 16:13 revela-nos que três poderes espirituais darão início a esta guerra final, e que Satanás está por trás destes poderes. Sabemos que a besta representa o romanismo; o falso profeta representa o protestantismo apostatado; e o dragão representa o espiritismo.
De acordo com este texto, os sinais e prodígios têm objetivo de unir as igrejas caídas com os Estados – unir os reinos do mundo numa só confederação. Portanto, torna-se claro que não somente os reis do Oriente vão se unir, mas os de toda a Terra. Reis simbolizam poderes políticos – todas as nações serão reunidas. Mais que uma reunião política, ecumênica, estrutural ou orgânica; esta coligação se dá no campo conceitual, ideológico e social, com um pano de fundo espiritual. As hostes do mal é que fomentam esta tríplice aliança. Não há qualquer indício de que seja uma guerra entre nações do Oriente e do Ocidente.
Quem é que ajunta as nações? Em Joel 3:2 lemos que Deus faz este ajuntamento, mas agora parece que os três espíritos imundos o fazem. Há uma aparente contradição, mas a verdade é que Deus permite que os demônios façam este trabalho, mas estabelece limites. Em Sua providência, Deus incorpora este plano maligno em Seu plano mais amplo para vindicar o Seu caráter. Deus jamais ordenou que o pecado viesse a existir, no entanto, toma sobre Si a responsabilidade de resolver este problema do pecado de tal modo que a responsabilidade final é Sua.
Deus está supervisionando tudo. Todos estes poderes rebeldes se ajuntarão no lugar que em hebraico se chama Armagedom. O termo Armagedom não aparece no Velho Testamento. Estudiosos concordam que o Armagedom identifica-se com Joel 3, onde o lugar em que estão os ímpios é chamado Vale de Josafá.
O Monte de Sião é mundial, portanto o Armagedom também será mundial. Já no Velho Testamento havia esta interpretação universal, mesmo quando o mundo era centralizado na Palestina. Alguns pensam que a guerra do Armagedom é entre o bloco Oriental e o Ocidental, lutando por causa do petróleo. Nesta interpretação, Deus foi tirado do centro; Cristo foi esquecido, a Igreja e o sábado nada têm que ver com a batalha. Joel 3 e Apocalipse 16 nos esclarece que a guerra final é contra Jeová e Seu povo. Para compreendermos o Armagedom devemos olhar para Joel 3, onde é explicado a real natureza desta batalha. Também podemos olhar para o Salmo 2, Ezequiel 38 e 39, ou Zacarias 12 e 14, e também Daniel 11:40-45 e cap. 12:1 e 2.
Oriente e Ocidente estará unido. O conceito de uma divisão entre Oriente e Ocidente não é bíblico, é uma falsa doutrina. O clímax está no versículo 14 – Todos os poderes políticos se unirão para fazer guerra – não guerra entre elas, pois isto eles fazem no presente – mas "pelejarão eles contra o Cordeiro". Isto é Armagedom – a Besta contra o Cordeiro.
Apoc. 19:11-21 é a melhor descrição do Armagedom. É uma aplicação maior de Apoc. 12, 13, 14, 16, 17 e também de Gên. 3:15 e de todos os textos apocalípticos do Velho Testamento. O verso 14 diz: "e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos..." Este exército que segue o Rei é um dos partidos na guerra. Há, portanto, exércitos celestes, montados em cavalos brancos. É por isso que Joel orava: "Senhor, manda os teus guerreiros." Todo o mundo estará unido em rebelião a este governo. Cristo é o único Governante Supremo.
Concluímos, portanto, que a 6ª e a 7ª pragas formam uma só unidade. O Armagedom é descrito na sexta praga, mas acontece durante a sétima. Não podemos estudar a sétima praga isolada da sexta. A sexta e a sétima pragas são dois aspectos de um só evento. Lemos que durante a sexta praga haverá o secamento do rio Eufrates e que durante a sétima praga Babilônia cairá. Devemos considerar estes dois eventos como um só conjunto.
No Velho Testamento, o rio Eufrates determinava os limites de Israel (Gên. 15:18; 17:8). Ao norte do Eufrates viviam os inimigos de Israel que, sempre invadiam a Palestina. Poeticamente, os profetas poderiam descrever esses inimigos que viviam além do Eufrates como se fosse um trasbordamento do rio Eufrates, uma enchente que atingisse as pessoas até o pescoço (Isa. 8:7, 8 – o contexto imediato é a luta entre Judá e Assíria). O Eufrates era um símbolo dos inimigos de Israel. Esse é o seu significado teológico: Eufrates = inimigos do povo de Deus. Isaías 8 nos ensina teologicamente que o Eufrates simboliza um inimigos hostil que ataca Israel. O Eufrates não representa um inimigo neutro, mas um que ataca e se intromete nos afazeres de Israel e no seu culto. Esta é a característica teológica do termo Eufrates.
Mas nas pragas, o rio Eufrates não deve ser relacionado com os turcos, e sim com Babilônia. Babilônia como um poder religioso aparece sobre muitas águas, que representam "povos, multidões, nações e línguas" (Apoc. 17:15). O Eufrates representa todas as nações do mundo que seguem a Babilônia e fazem a sua vontade. O secamento do rio Eufrates está explicado no verso 16. O verso 15 fala do rio que transborda e o v. 16 fala do secamento. Aí a situação está totalmente mudada. Primeiro, os reis estavam unidos à meretriz e agora passam a odiá-la. O amor torna-se ódio. Esse é o secamento do Eufrates.
Assim que os poderes políticos e civis começarem a obedecer a esse poder religioso, começará a perseguição ao fiel povo de Deus. E quando as multidões se rebelarem contra Babilônia, esta será destruída a começar de dentro. Este é o quadro apocalíptico do Velho Testamento. A espada de um irmão será contra o outro. Os líderes religiosos serão os primeiros a cair no Armagedom.
Aqueles que procuravam matar o povo de Deus, pensando ser esta a Sua vontade, vêem-se subitamente lutando contra Deus. Que terrível descoberta! Dirigem-se então aos seus líderes religiosos: "Por que vocês nos enganaram?" E levantam as suas espadas contra eles. Este é o real derramamento de sangue que ocorre no Armagedom. É desta forma que haverá um Armagedom literal. Haverá sangue sobre toda a Terra. As águas do Eufrates começam a afogar Babilônia religiosa. O caminho é preparado para os reis que vêm do Oriente Celestial.
Quem são esses reis? Os anjos e Cristo, o Rei dos reis. Portanto, Cristo é um Ciro Maior. Ele vem com muitos reis, e naquele grande exército podemos ver Elias, Moisés e todos os que foram ressuscitados. Enoque também estará lá. Os libertadores vêm do Céu. É por isso que nossos olhares devem dirigir-se ao oriente – não ao Oriente Médio, mas ao Oriente Celestial. A mensagem do Armagedom é uma mensagem de conforto, pois mostra o triunfo glorioso de Cristo e do Seu povo!

Conclusão

A natureza essencialmente espiritual desse conflito é confirmada pela participação nele, tanto de Cristo quanto do “dragão”, que é Satanás. Os dois grupos conflitantes serão definidos pelo seu relacionamento com os mandamentos de Deus e o “testemunho de Jesus” (Ap 12:17).
Longe de ser um mero conflito bélico-nuclear, o Armagedom será o confronto cósmico final entre as forças do bem e os poderes do mal, no qual será decidido para sempre quem é digno de adoração (comparar com 1Rs 18). Embora os ímpios se preparem belicamente para a batalha (Ap 16:14; ver também 20:7-9), cremos que os justos jamais assumirão uma postura de combatência militar (ver Mt 5:38-48, Rm 12:17-21). Nesse conflito espiritual (ver Ef 6:10-18), Cristo e os Seus anjos pelejarão em favor dos justos, triunfando definitivamente sobre Satanás e suas hostes (Ap 20:1-21:8).
“É à meia noite que Deus manifesta o Seu poder para o livramento de Seu povo. ... Os ímpios contemplam a cena com terror, ao passo que os justos vêem os sinais de seu livramento... Relâmpagos terríveis envolvem a terra num lençol de chamas. ... Demônios tremem enquanto homens clamam por misericórdia.” GC, 355, 356 Edição 2004.

“Os reis da Terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo escravo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos...”
Apoc. 6: 15-17

PREPARAÇÃO PARA O SÁBADO




1. Preparo para o Sábado

O sábado é um grande dia. Certamente temos o espírito de culto durante toda a semana, mas o sábado é especial; é o dia da família; é o dia do Senhor.

“Muitas vezes o pai dificilmente vê a face dos seus filhos durante toda a semana. Acha-se quase totalmente despojado de oportunidade para a companhia ou instrução. O amor de Deus, porém, estabeleceu um limite às exigências do trabalho. Sobre o sábado Ele põe Sua misericordiosa mão. No Seu próprio dia Ele reserva à família oportunidade para comunhão com Ele, com a Natureza, e de uns para com outros.” EGW, Educação, pág. 251.

Para melhor gozar o sábado, devemos fazer certos preparativos. Já no princípio da semana se cuidou de lavar, passar a ferro, remendar a roupa, ma ao se aproximarem as horas sagradas do sábado, por todo o membro da família devem ser feitos preparativos especiais. A mãe cuida de que o alimento esteja pronto; o pai trata de que o carro esteja limpo e tenha combustível suficiente; a irmã maior cuida de que a casa esteja em ordem, de que todas as revistas e jornais seculares sejam postos fora das vistas, de que os brinquedos comuns do bebê sejam guardados e trazidos os do sábado; o irmão mais velho trata de cortar a grama e apanhar todo o papel e sujeira dos arredores.

Todo membro que tenha idade suficiente, escolhe a roupa que vai usar no sábado ou vê se está em ordem e no devido lugar. Se alguém espera até sábado de manhã para decidir o que vai usar, pode entrar em toda sorte de complicações – esta peça precisa ser passada, aquela necessita de um botão, o sapato precisa ser lustrado. Devemos lembrar-nos do dia do sábado para o santificar.

2. Saudando o Sábado

Feitos todos os preparativos, podemos reunir-nos ao redor do altar da família, ao pôr-de-sol, para saudar as horas sagradas do sábado. Em muito lar cristão é esse o tempo mais apreciado da semana. Pai, mãe e filhos se reúnem ao redor do instrumento e cantam hinos de louvor e ações de graças ao seu Senhor e Salvador. Depois de ler uma porção das Escrituras ou recitar textos favoritos, todos podem orar a Jesus. Em alguns lares, cada um recorda as bênçãos da semana, e exprime sua gratidão a Deus.

Após a oração, toda a família deve confraternizar-se fraternalmente.

3. Sábado de Manhã

Vamos à Escola Sabatina e à igreja. Para algumas pessoas, o sábado é arruinado porque ficam na cama até tão tarde que precisam correr e ralhar e irritar-se para chegarem a tempo à Escola Sabatina. A família bem organizada consegue bastante tempo parra o desjejum, o culto, vestir-se e chegar à igreja. Cada um está com boa disposição de espírito para apreciar o serviço e receber ricas bênçãos na casa de Deus.

O sábado é o dia do Senhor; portanto faz-se uma alteração na rotina diária. A família que comumente come na cozinha, passa para a sala de jantar, para o almoço do sábado. Ou se a mesma mesa é usada, há sempre uma toalha limpa colocada de novo. As facas e garfos comuns são substituídos pelos bons. Um buquê de flores acrescenta encanto ao cenário.


4. A Tarde de Sábado

Que deleite ela é! Se o tempo permitir, podemos dar um passeio no campo, na Natureza, e ali ler o primeiro livro de Deus. Se vivemos no campo, podemos ir para as matas; se moramos na cidade, podemos ir para o parque. Aí estão os mansos pombinhos, que sempre nos deleitam. Aí podemos ir semana após semana para vê-los e tornar-nos verdadeiros amigos seus. É um prazer para os mais novos levar algumas pipocas ou migalhas e vê-los comerem. Os pássaros também nos trazem alegria, enchendo o ar de doce música. Quão interessante é vê-los construírem seus ninhos na primavera e criarem seus filhotes. Uma semana após outra podemos contemplar-lhes o progresso e aprender as lições que Deus nos quer ensinar. Mesmo no inverno, há muitas lições que nos encantam. Deus é muitos bom ao dar os belos pássaros para alegrar o nosso coração, e os murmurantes regatos para nos aliviarem os nervos cansados, e ao pintar os céus com esplendido pôr-de-sol. Qual é o menino ou menina que não fica extasiado com as gloriosas nuvens que Deus forma no Céu? Sempre novas, sempre belas, dirigem nossos pensamentos para o Céu, lá em cima.

Mas virão dias frios e tempestuosos. Que poderemos fazer com as crianças então? Certamente o bebê pode ter seus brinquedos de sábado, brinquedos que ele não vê durante a semana. Dessa maneira está aprendendo a fazer diferença entre os dias comuns de trabalho e o dia sagrado, santo. A criança mais velha também tem certos objetos de sábado que pode usar nessa ocasião. Esses logo serão substituídos por livros sadios, para ler assim que esteja em condições de fazê-lo.

É boa ocasião para o papai contar algumas das histórias que não teve tempo de contar durante a semana. A tarde de sábado também é o tempo de apreciar bons cânticos. Na hora do culto só podemos cantar um hino, mas agora temos tempo para mais. Não é Deus bom em nos dar esse dia? E também é o tempo de preparar um álbum para aquela menininha aleijada do hospital. Pode ser que no sábado seguinte possamos ir vê-la e levar-lhe nosso álbum. Ela apreciará esses cartões do verso áureo tanto como vocês. Pode ser que no próximo sábado que chova, possamos fazer algum trabalho artístico com as folhas e flores que colecionamos. O pequeno que teve paralisia ficará verdadeiramente alegre por obtê-lo. Poderemos explicar-lhe onde conseguimos todas as diferentes flores e folhas, e assim ajudar a iluminar-lhe um pouco a vida.

“Quando faz bom tempo, deverão os pais sair com os filhos a passeio pelos campos e matas. Em meio às belas coisas da Natureza, expliquem-lhes a razão da instituição do sábado. Descrevam-lhes a grande obra da criação de Deus. Contem-lhes que a Terra, quando Ele a fez, era bela e sem pecado. Cada flor, arbusto e árvore correspondiam ao propósito divino. Tudo sobre que o homem pousava o olhar, o deleitava, sugerindo-lhe pensamentos de amor divino. Todos os sons eram harmônicos, e em consonância com a voz de Deus. Mostrai-lhes que foi o pecado que mareou essa obra perfeita; que os espinhos, cardos, aflição, dor e morte são resultado da desobediência a Deus. Fazei-lhes notar, também, que, apesar da maldição do pecado, a Terra ainda revela a bondade divina. As campinas verdejantes, as árvores altaneiras, o orvalho, o silêncio solene da noite, a magnificência do Céu estrelado, a beleza da Lua, dão testemunho do Criador. Não cai do Céu uma só gota de chuva, raio de luz nenhum incide sobre este mundo ingrato, sem testificar da longanimidade e do amor de Deus...

“De quando em quando, lede-lhes as interessantes histórias contidas na Bíblia. Perguntai-lhes acerca do que aprenderam na Escola Sabatina, e estudai com eles a lição do sábado seguinte.” EGW, TS3, páginas 24 e 25.

Os meninos e meninas gostarão de se reunir em pequenos grupos e ir cantar para a vovô Joana. E ela também o apreciará! Talvez um lhe conte de que tratou a lição da Escola Sabatina. A irmã pode tocar saxofone, e o irmão, seu acordeão. Oh, haverá tempo suficiente para fazer todas as coisas que gostaríamos de fazer na tarde de sábado?

“Ao pôr-de-sol, elevai a voz em oração e cânticos de louvor a Deus, celebrando o findar do sábado e pedindo a assistência do Senhor para os cuidados da nova semana. Deste modo os pais poderão fazer do sábado o que em realidade deve ser, isto é, o mais alegre dos dias da semana, induzindo assim os filhos a considerá-lo um dia deleitoso, o dia por excelência, santo ao Senhor e digno de honra.” EGW, TS3, pág. 25.

(É de muito interesse todo o capítulo “A Observância do Sábado”, em Testemunhos Seletos, Volume III, páginas 16-34.)

MINISTÉRIO DA FAMÍLIA - DSA, 1997.

CULTO FAMILIAR




SUGESTÕES PARA O ALTAR DA FAMÍLIA

1. Aprender um canto novo a cada mês. Premiar os que o aprendem.
2. Memorizar textos ou capítulos como atividade de toda a família.
3. Ler uma história contínua.
4. Pedir a um dos filhos que prepare o culto uma vez por semana.
5. Parafrasear textos que significam muito para os membros da família e estabelecer
objetivos para sua aplicação.
6. Ter um concílio familiar depois de um culto curto uma vez por semana para discutir
projetos, alvos e responsabilidades diárias.
7. Ter educação sexual no culto.
8. Escrever mensagens de amor aos membros da família uma vez por mês.
9. Dialogar quanto como melhorar certos traços de caráter.
10. Ter culto com algum inválido, amigo da família.1
11. Ter orações em diálogos nas quais participem todos os membros da família.
12. Discutir quanto e como e sobre o que orar.
13. Ao fazer pedidos de oração, reclamar promessas.
14. Levar um registro de orações respondidas.
15. Ter uma lista de oração familiar.
16. Ter em vista os flagelados, ou outros lugares estratégicos, ter uma lista de assuntos pelos
quais orar durante o dia.
17. Agradecer a Deus antecipadamente por Sua resposta às orações.
18. Explicar o que significa orar em nome de Jesus.
19. Preparar uma lista de agradecimento, com a contribuição de todos da família.
20. Cantar orações.
21. Ler toda a Bíblia.
22. Ler em silêncio uma porção das Escrituras, seguido por um diálogo familiar acerca de seu significado e aplicação.
23. Elevar orações breves pelos membros da família a qualquer hora do dia.
24. Ajoelhar-se um de frente para o outro, como ao redor de um altar.
25. Pedir perdão por erros específicos do dia.
26. Sair para a natureza, para celebrar o culto.
27. Usar objetos da natureza para explicar verdades espirituais.
28. Ter jogos bíblicos.
29. Armar quebra-cabeças bíblicos.
30. Ter o culto no quarto de diferentes membros da família.
31. Tomar as mãos e formar um círculo durante a oração.
32. Pedir que cada pessoa ore por quem está à sua direita.
33. Pedir que todos toquem a cabeça da pessoa por quem a família está orando.
34. Fazer um ligeiro jejum quando a família enfrenta decisões cruciais.
35. Celebrar cultos especiais de aniversários, contar a história do nascimento e fixar-se
alvos de aniversários.
36. Dedicar os recém-nascidos a Deus durante o culto.
37. Acender velas para o culto de recepção do sábado.
38. Colocar discos e cantar com eles durante o culto.
39. Ter concursos bíblicos doutrinais.
40. Fazer 20 perguntas sobre caracteres bíblicos.
41. Ler livros de histórias da Bíblia.
42. Dramatizar histórias da Bíblia.
A TARDE DE SÁBADO E O CULTO FAMILIAR

Que é Culto?

Culto significa reconhecer a Deus, honrá-Lo, adorá-Lo, comungar com Ele. O período de culto deve ser uma ocasião agradável. Deve ser numa hora e num lugar regular. A todos deve atrair para mais perto de Deus. Deve ter cânticos, histórias e oração. A lição deve ser simples e facilmente compreendida pelas crianças. Deve ser interessante e inspiradora. Deve ser curta.

O dia de sábado é tempo para culto especial. É o dia em que nos encontramos com Deus. É o dia em que a família pode estar junta. É o dia em que se pode gozar a Natureza. É um dia para deleites extras: cânticos, visitas, oração, leitura. Nenhum negócio mundano ou prazer secular deve roubar-nos esse tempo santo. Nosso corpo, nossas vestes e nosso lar estão preparados antes do sábado começar.


Por Que Prestamos Culto?


Deus diz a Seus filhos: (Todas as citações são de Orientação da Criança, de Ellen G. White.)

“Em cada família deve haver um tempo determinado para o culto matutino e vespertino.” – Pág. 520.

“Antes de sair de casa para o trabalho, toda a família deve ser reunida; e o pai, ou a mãe na ausência do pai, rogar fervorosamente a Deus que os guarde durante o dia. ... Anjos ministradores guardarão as crianças que são assim dedicadas a Deus.” - Pág. 519.

“Pais, seja simples a instrução que dais a vossos filhos, e certificai-vos de que ela é claramente compreendida.” – Pág. 514

“Separai um pequeno período, cada dia, para o estudo da lição da Escola Sabatina com vossos filhos.” – Pág. 511.

“Em agradável e alegre disposição de espírito, apresentai aos vossos filhos a verdade, conforme foi falada por Deus.” – Pág. 510.

“Ao ensinar a Bíblia às crianças, podemos conseguir muito observando a inclinação de seu espírito, as coisas em que se interessam, e despertando-lhes o interesse para verem o que diz a Bíblia sobre essas coisas.” – Pág. 512.

“Pode ser feito intensamente interessante e proveitosos para cada criancinha.” – Pág. 514.

“Deve ser o alvo principal dos chefes da família tornar a hora de culto muitíssimo interessante.” – Pág. 521.

“As crianças devem ser ensinadas a respeitar e reverenciar a hora de oração.” – Pág. 519.

“Também se deve mostrar reverência ao nome de Deus... Mesmo na oração, deve ser evitada sua repetição freqüente e desnecessária.” – Pág. 538.





“Pelo vosso exemplo, ensinai vossos filhos a orar com voz clara e distinta. Ensinai-lhes a levantar a cabeça da cadeira e nunca cobrir o rosto com as mãos.” – Pág. 522.

“Como parte do serviço religioso, o cântico tanto é um ato de adoração como a oração.” – Pág. 523.

“Não devem comparecer na presença de Deus com a roupa usada no serviço durante a semana. Todos devem ter uma roupa especial para o sábado, para usar quando assistem ao culto na casa de Deus.” – Pág. 531.

“A Escola Sabatina e o Culto de oração ocupam apenas uma parte do sábado. O tempo restante poderá ser passado em casa e ser o mais precioso e sagrado que o sábado proporciona. Boa parte deste tempo deverão os pais passar com os filhos.” Pág. 532.

“Pais, acima de tudo, cuidai de vossos filhos no sábado.” – Pág. 533.

“Levai-os ao ar livre, à sombra das nobres árvores, no jardim; e ensinai-lhes a ver em todas a maravilhosas obras da criação uma expressão do Seu amor.” – Pág. 534.

“No Seu próprio dia, reserva Ele para a família a oportunidade da comunhão com Ele, com a Natureza, e uns com os outros.” – Pág. 536.

“Devemos tornar o sábado tão interessante para nossa família, que sua volta semanal seja saudade com alegria.”. – Pág. 536.


Como Prestamos o Culto

1. Dia a Dia

O espírito de culto deve ser sentido no lar em todo o tempo – de manhã, ao meio-dia, à noite. Não é nada mais que plena hipocrisia fazer um culto formal e então discutir, bater, ralhar e se queixar o resto do dia. Cristo deseja VIVER no lar.

Deve haver um tempo e um lugar regular para o período de culto matutino e vespertino. Quando cada um sabe quando e onde o culto se realizará regularmente, pode arranjar seu programa para lá estar a tempo. Mas quando é irregular, antes do desjejum hoje, depois do desjejum amanhã, na sala de visitas hoje, e ao redor da mesa amanhã, forçosamente haverá confusão. Os primeiros terão de esperar pelos que estão chegando. Nossos filhos devem aprender que tudo o que pertence a Deus e à religião é feito com reverência e ordem. Algumas famílias têm o costume de se reunir ao redor da mesa, de manhã, e ter primeiro o alimento espiritual e depois o físico. Outras, com crianças pequenas, acham melhor realizar o culto na sala de visitas, com os alimentos fora da vista. À noite, o culto vespertino não deve ser tão tarde que as crianças estejam dormindo. Nem deve ser muito longo. As crianças pequenas aprendem melhor quando lhes são dadas porções pequenas. O pai pode passar uma hora inteira em oração secreta, se quiser, mas o culto da família nunca deve ser tão longo que os membros mais novos fiquem cansados. Cinco a dez minutos, em regra, é bem acertado. O período de culto deve ser planejado de tal maneira que sempre seja saudado com deleite pelas crianças.




2. Com Música

O culto familiar é para a família. Portanto, logo que a criança tenha idade suficiente para compreender, deve seu interesse ser tomado em consideração. Deve haver bastante música devocional – instrumental e vocal. “É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais.” EGW, Educação, pág. 167.

Todo membro da família deve ter parte na escolha dos hinos. Se só se usa um hino, um membro poderá ter seu predileto hoje, e outro membro, amanhã. Nem os pais nem os filhos devem fazer toda a escolha. Em geral, os hinos cantados sem o uso de instrumento ou um hinário devem ser preferidos. É bom as crianças saberem certo número de hinos que possam cantar de cor. Não somente estarão em melhores condições de pensar no que estão cantando, mas também poderão cantar durante o dia, enquanto estão trabalhando ou brincando.

Ocasionalmente, poderão ser usados instrumentos musicais, como na hora de culto de pôr-de-sol de sexta-feira e sábado, e em outras ocasiões em que devam ser usados vários hinos. É belo ver cada membro tocar algum instrumento, se o pode tocar suficientemente bem. No entanto, a hora de culto não é um período de prática. Devemos dar sempre a Jesus o melhor que temos.

3. Estudando Sua Palavra

O estudo da lição deve ser escolhido e planejado da mesma fora que se planeja uma refeição. Uma das razões de algumas crianças criarem aversão ao culto é que nada é arranjado para o seu bem ou interesse. Uma leitura longa e monótona, mesmo da Bíblia, cria tédio pelas coisas de Deus. A pessoa que lê deve dar a devida expressão, para que todos compreendam a significação e apreciem as passagens. (Ver Neemias 8:8) Para as crianças, muitas palavras compridas devem ser omitidas, substituindo-as pelas que elas possam compreender. Isso não faz violência ao texto, mas torna a lição compreensível. Verdadeiramente, as crianças não podem compreender certas partes da Bíblia. Portanto, escolhamos partes que estejam ao alcance de sua compreensão. Na maioria dos lares, devota-se um período de culto vespertino à lição da Escola Sabatina. Essa é uma prática ideal, pois habilita a ter, cada dia, um estudo sistemático da Bíblia e com um alvo definido. Freqüentemente esse plano é muito mais frutífero do que a leitura ao acaso, aqui e acolá, sem um propósito em vista. No outro período de culto podemos usar Meditações Matinais ou Inspiração Juvenil, se houver crianças, ou ainda biografias bíblicas.

O pai é o sacerdote da família. Deve dirigir o período de culto; mas, na sua ausência, a mãe deve tomar conta. Isso não significa que o pai, ou a mãe, deve fazer toda a leitura. Eles podem dirigir o culto, mas podem pedir aos filhos que tomem sua vez na leitura. De vez em quando, citar textos aumenta o interesse e é boa maneira de fixar na mente essas preciosas promessas.

Tornai tão reais os quadros da Bíblia quanto possível. De vez em quando usai lições objetivas. Um pai decidiu ler o livro de Apocalipse para os filhos, que eram de oito a dez anos. Não custou pouco planejamento e colecionamento de figuras, mas ele gostou disso, e eles ficaram encantados com o livro. Ao começar a ler o primeiro capítulo, o pai pintou João numa ilha nua e solitária. Era sábado, mas não havia Escola Sabatina para assistir, nenhuma igreja a que pudesse ir, nem família cristã para visitar. Repentinamente João ouviu uma voz atrás de si, que soou tão alta e tão clara como uma corneta. Virou-se para ver, e lá estava Jesus. A atenção das crianças foi logo dirigida para a aparência de Jesus e a maneira como estava vestido. Vendo cada parte, as crianças compreenderam bastante, mas foi necessário bastante previsão da parte do pai. “O ensino da Bíblia deve ter os nossos mais espontâneos pensamentos, nossos melhores métodos, e o nosso mais fervoroso esforço.” EGW, Educação, pág. 185.

4. Pela Oração

Se a família não for muito grande, deve-se dar a cada membro a oportunidade de orar. Isso prepara as crianças para serem capazes de tomar parte no culto público, e é bom elas expressarem sua gratidão diante dos outros. Ocasiões há em que uma só oração é suficiente, mas é melhor que cada membro da família possa orar pelo menos uma vez no dia.

Os pais devem ensinar os filhos a manter o devido decoro na oração. Devem ajoelhar-se com os dois joelhos no chão, fechar os olhos, enlaçar as mãos na frente, inclinar a cabeça enquanto ouvem os outros orarem e levantar o rosto par ao Céu, enquanto eles mesmos estão orando.

Ao nos dirigirmos a Deus, não é aconselhável usar formas comuns. Ele não é o nosso servo, nem homem comum. Falando a Jesus, é mais reverente usar as formas polidas. Assim, desde o princípio aprendem as crianças a fazer a diferença entre o comum e o sagrado, entre as coisas do homem e as coisas de Deus. Também é bom ensinar às crianças que quando chamamos o Pai não é necessário mencionar Seu nome repetidas vezes. Começar cada sentença com “Querido Jesus” é usar o Seu nome demasiadamente.

5. Saber Pelo Que Orar

Se os discípulos, que eram homens feitos, tiveram de ser ensinados a orar, certamente nossos filhos também devem ser instruídos. Ouvindo a oração de algumas pessoas, somos levados a crer que elas não sabem qual o propósito da oração. É a oração o mesmo que confissão? Aparentemente, algumas pessoas fazem da confissão o alvo principal de todas as suas orações. Por mais necessária que seja essa parte da oração, não é ela o objetivo principal. Pessoa alguma será salva se nada mais faz do que confessar seus pecados, como qualquer lavrador não conseguirá colheita alguma se não fizer nada mais do que capinar a terra.

Está a oração dando ordens a Deus? Algumas orações parecem ser mandos, dizendo a Deus o que Ele deve fazer por nós durante o dia. Isso é presunção. A atitude da nossa oração deve ser: “Senhor, que queres que eu faça?” Nosso filhos devem ser ensinados a pedir coisas que Deus prometeu. Temos o direito de orar por elas e de esperar que sempre sejam cumpridas. Ele prometeu conservar em paz aquele cuja mente está firme em Deus. Nossos filhos podem chegar ousadamente ao trono da graça pedindo que isso se cumpra em tempo de perigo. Podem orar para que os anjos do Senhor se acampem ao seu redor em tempo de dificuldade. Podem orar por coragem para resistir à tentação, por sabedoria para aprender as lições, por saúde e força.

É suficiente aprender uma bela oração, e repeti-la sem saber o que dizemos? Tem Deus interesse em petições decoradas? A Bíblia nos diz que não usemos vãs repetições, como fazem os pagãos. Que é então oração, e para que serve? A oração é comunhão com Deus, o abrir nosso coração a Deus como a um amigo. À criança se deve ensinar que Deus verdadeiramente tem tanto interesse nela com os seus pais. E justamente como o pai fica contente quando os filhos estão contentes, assim também Deus Se alegra quando Seus filhos estão alegres. Por que não dizer a Jesus quão contentes estão com o novo gatinho, os deliciosos moranguinhos que tiveram no almoço, ou a bela rosa que acaba de desabrochar? Jesus fica justamente tão triste como o papai quando machucamos o nariz ou esfolamos o joelho. Falem-Lhe disso também. E Jesus fica muito triste quando somos maus. Contemos-lhe que desobedecemos à mamãe e que estamos arrependidos e nunca mais vamos fazer isso outra vez. Dessa maneira a criança começa a reconhecer que Jesus é seu amigo pessoal, que Ele nela Se interessa, e está pronto a atender aos seus rogos em qualquer ocasião. Ao ir crescendo, a criança continua a comungar com Deus como um amigo, a pedir forças para vencer a tentação, a buscar luz para saber o que é direito, a pedir o perdão de pecados específicos, e a louvar a Deus por Sua bondade e misericórdia.

MINISTÉRIO DA FAMÍLIA - DSA, 1997